Capítulo 27

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Mel

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Mel

Eu não entendo. Esses últimos dias que antecederam a corrida tudo está exatamente como deveria estar. Ethan já conhece de cor cada detalhe daquela pista e cada curva sua. Durante os testes Aiden quebrou o seu redor por três vezes consecutivas e para melhorar ainda mais essa situação, uma chuva repentina molhou o asfalto e assim eles tiveram uma ideia da fricção dos pneus em uma situação inusitada. Tudo está bem cronometrado, cada detalhe bem estudado e o meu namorado tem tudo para vencer mais esse obstáculo. Então, por que esse mal pressentimento não sai de dentro de mim? Respiro fundo e me afasto da janela para ir à cozinha beber um pouco de água. A minha garganta fica seca só de pensar que algo muito ruim está para acontecer e isso está tirando o meu sono e a minha concentração na sala de aula. Se algo acontecer com ele não sei o que vou fazer. Na verdade, eu nem sei se consigo viver sem ele nessa altura do campeonato. Com esse pensamento me incomodando até os ossos, volto para a janela, me sento no seu espaldar de concreto largo e volto a fitar a rua calma, e silenciosa que a essa hora da madrugada recebe uma garoa fina, e suspiro me sentindo exausta. Eu deveria estar deitada naquela cama e aconchegada ao seu corpo, recebendo o seu calor debaixo daqueles cobertores, e dormindo o sono dos justos. Eu deveria repetir para mim mesma que tudo vai dar super certo. Deveria acreditar que Aiden e Ethan tem tudo sobre controle e que no final ele sairá como o grande vencedor como todos estão dizendo por aí. Mas dentro de mim, bem lá no meu íntimo eu sinto que nem tudo será tão fácil assim. Eu poderia tentar convencê-lo a desistir de tudo, mas não correr não é uma opção. Meu Deus, como eu queria que ele pudesse desistir dessa loucura! Maldita intuição!

— Acordada a essa hora? O que houve? — Sinto os seus braços me envolverem assim que escuto o som da sua voz e automaticamente sinto o meu corpo relaxar junto ao seu, e solto uma respiração pela boca.

— Eu perdi o sono. Você sabe, pensamentos agitados.

— É por causa da corrida, não é? — Aí está a minha chance de falar abertamente sobre os meus sentimentos em relação a essa droga de disputa, porém, eu recuo.

— É só uma preocupação boba de namorada, nada que você deva levar em consideração — digo com um humor que eu não tenho no momento e ele sorri contra a minha pele, me fazendo sorri também.

— A convivência ensina muita coisa, Melissa Jones e eu aprendi com você a te conhecer melhor. — Ele deixa um beijo cálido na minha bochecha, depois funga na minha nuca, me fazendo arrepiar inteirinha, e em seguida sinto a sua respiração quente aquecer a minha pele. — E eu sei que você anda bem preocupada com isso. — Não tem jeito. Estamos ligados de uma forma que já é possível ler nitidamente um ao outro. Não importam as palavras divertidas, nem os sorrisos forçados, ou até mesmo o sexo quente. Nós sempre sabemos quando o outro não está bem. É uma ligação gostosa, além de perigosa e bastante envolvente. Portanto, me livro dos seus braços e me viro de frente para ele, envolvendo a sua cintura com as minhas pernas no mesmo instante. Depois, o beijo levemente para enfim, olhar nos seus olhos.

O AcordoOnde histórias criam vida. Descubra agora