Mel saiu do interior de Nova Jersey para estudar direito em Nova York. E apesar de não ser uma nerd, a garota é bem concentrada nos estudos e sonha em ser uma das melhores na sua profissão e assim poder ajudar o seu pai com as causas da vida marinha...
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Mel
— Você o quê?! — Abby rasga uma interrogação gritante no meio do corredor do shopping. Para a minha sorte ele não está tão cheio, mas ela está certa, é de se admirar quando uma falsa namorada vai à casa do seu falso namorado sem ser convidada. Pior ainda, sem avisar e ainda leva um bolo de padaria para ele. Contudo, não foi tão ruim assim, certo? Eu tive a oportunidade de conhecer um lado meigo do Aiden com exclusividade e aquele cantinho com céu estrelado e tudo mais nem de longe esconde o cara especial que ele é. A pergunta é, por que ele se esconde na figura de um rapaz que não tá nem aí para o mundo? Aiden faz questão de mostrar que se importa com ele mesmo e ninguém mais, mas na verdade, ele não é assim. Me pergunto o que há de errado em se importar com a pessoa que está ao seu lado. Nada, não tem nada de errado em se importar. — Por que você foi lá? — Eis a pergunta que estou me fazendo desde tomei aquela decisão absurda.
— Eu sei lá! — A verdade é que eu tive a sua companhia por uma semana inteira e de repente me senti sozinha e vazia. Simplesmente senti falta de conversar com ele sobre qualquer coisa e por incrível que pareça senti falta do som da sua risada também, mesmo sabendo que estava rindo de mim. Eu sei, é estranho, mas eu senti a sua falta e quando vi já estava lá. Devo dizer que gostei das poucas horas que passei com seus amigos e até que eles são bem divertidos. Enfim, temos algo em comum: ele gostou dos meus amigos e eu gostei dos amigos dele. Nossa, isso soou tão idiota! — O Aiden gostou da minha iniciativa, parece que alguém não estava acreditando no nosso namoro e acredito que agora não resta mais dúvidas.
— Ethan. Só pode ser aquele babaca. — Ela resmunga enquanto analisa algumas peças íntimas. — Soube que o Aiden vai correr contra o Jack Alle. Ele tem muita coragem! — Franzo a testa para esse comentário.
— Jack Alle? Ele não me contou nada, mas o ouvi dizer não para Ethan.
— Bom, o Ethan está fazendo uma senhora propagando dessa corrida. Os garotos até já começaram a fazer as suas apostas. — Apenas suspiro alto. Quer dizer, ele não precisa me contar tudo, não é? Mas ser pega de surpresa assim também não é bom. Droga, por que isso precisa ser tão confuso?
— O que vamos fazer essa noite? — Decido dar um basta no assunto namoro de mentirinha e focar um pouco na realidade, a final, eu sou um ser humano e preciso me divertir um pouco.
— Os garotos querem sair para beber e dançar.
— E depois?
— depois, o Stan e eu temos uma programação só nossa. — Ela ergue uma calcinha minúscula diante dos meus olhos e reviro os olhos, rindo do que está se passando na cabeça desses dois.
Após as compras que durou divertidas horas eu estava sozinha no dormitório e aproveitei para ligar para os meus pais. Mamãe me contou sobre os preparativos para o feriado que se aproxima e o meu pai me deixou cheia de saudades quando mencionou sobre o nascimento das tartarugas marinhas e sobre como ele salvou um pobre bebê golfinho das redes dos pescadores. Essa conversa me deixou com saudades de casa e o meu coração ficou apertadinho com esse sentimento. Mas quando me perguntaram sobre a faculdade me vi afundada em uma rede mentiras e de omissões. Eu simplesmente não podia falar estava envolvida com o cara mais badalado em namorando de mentira apenas para me livrar de uma garota petulante, arrogante e dona de si mesma que só pisava no mesmo chão que eu porque era o jeito. Contudo falei sobre as aulas particulares que estou dando, sobre quão o meu aluno é aplicado e o quanto estou orgulhosa dele. O final da nossa longa conversa terminou um tanto melancólica e eu cheguei a desejar que eles não encerrassem a ligação apenas para tê-los por mais alguns minutos, mas ela foi encerrada e eu me vi entediada, sozinha e com preguiça de fazer qualquer coisa. Só tinha uma coisa que me perturbava, eu estava ansiando pela segunda-feira. Por quê? Essa é uma boa pergunta. A noite estávamos reunidos na boate e embora eu estivesse bem animada e me divertindo à beça com os meus amigos, tive a sensação de que estava faltando algo. Eu devo estar ficando maluca ou coisa assim. No final da noite estava bêbada e rindo a toa, e muito provavelmente falando muitas asneiras também. Não tenho certeza, só sei que após entrar no meu dormitório com a ajuda das minhas amigas eu simplesmente apaguei e acordei no dia seguinte com a minha primeira ressaca como companheira e para encarar a luz do dia precisei de um par de óculos escuros. Me concentrar nas aulas não foi fácil porque o meu estômago estava embrulhado, o meu corpo pedia cama o tempo todo e... cadê o Aiden? Por que ele não veio a aula hoje? Será que eu devo ir a sua casa? Talvez ele esteja doente, ou precisando de ajuda. Que droga, Mel você não é a babá dele! Bufo mentalmente. Mas sou a sua suposta namorada e tenho o dever de saber se ele está bem, certo? Finalmente o sinal tocou e sem pensar duas vezes eu arrumei os meus livros e saí da sala de aula com se fugisse de um terrível maremoto. Ôh exagero! Fui para a frente da faculdade e comecei a chamar um táxi pelo aplicativo quando ouvi alguém me chamar.
