Capítulo 32

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Aiden

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Aiden

Primeira macha... segunda, eu piso no acelerador e o carro parece alçar voo no asfalto cheio de curvas. A adrenalina que isso me causa é como um calmante que eu pensei não precisar mais. Ela é tão viciante, que é praticamente deixá-la para trás. Correr profissionalmente tornou-se mais do que um simples hobby, é uma parte da minha vida, uma das partes que eu mais gosto. Digamos que essa é a terceira na minha lista de satisfação. Entro em uma curva, depois em outra e já consigo ver a linha de chegada. Inacreditavelmente o meu coração acelera ainda e os meus olhos fitam rapidamente o retrovisor, e consequentemente os faróis refletidos nele. Está na hora do show! Penso passando mais uma macha e piso fundo. A vibração do público me contagia quando praticamente rasgo a imaginária linha da vitória e depois, é quase impossível parar. Continuo correndo, recebendo essa alegria, essa festa de vozes que não para de me preencher, até finalmente perder velocidade e estar nos braços da minha equipe. Após a nossa comemoração esfuziante, ergo os meus olhos para o telão onde o nome Aiden Cole brilha como o sol e me sinto orgulhoso. A verdade, é que nem deveria estar aqui. Amanhã é o meu grande dia e eu deveria estar descansando para receber o maior prêmio da minha vida. Mas eu bem sei que jamais conseguiria ficar quieto esperando o momento exato de segurar o meu diploma nas mãos. Então, essa é a minha melhor forma de extravasar.

— Aiden, está na hora de subir no podium. — Ethan avisa e eu abro um sorriso presunçoso. Contudo, após dar dois passos para a minha exibição escuto o som da sua voz.

— Aiden? — Minha noiva corre para os meus braços. E que se foda o podium! Penso e corro ao seu encontro, segurando-a com firmeza e beijando-a com a intensidade que aprendi a amar. A vibração do público aumenta e me dou conta da nossa imagem na tela gigantesca. Eu não precisava de mais testemunhas para o nosso amor, mas elas estão bem ali. — Parabéns, meu amor!

— Aiden?! — Ethan volta a me chamar e relutante penso que tenho que soltá-la.

— Eu volto logo. Não saia daí! — sibilo um tanto sôfrego e ela assente liberando mais um sorriso, só que levemente ofegante. — Te amo! — Não espero ela me dizer o mesmo. A beijo rapidamente na boca e me afasto apressado. Os confetes, um banho de champanhe, os gritos de alegria e o meu primeiro troféu. Eu nunca sonhei com isso para a minha vida. Esse é um de vários acontecimentos que pretendo abraçar e guardar como premiação, um consolo de tudo que me tiraram quando criança, e vou viver cada momento assim... intensamente. No final, uma comemoração em uma danceteria com bebida a vontade patrocinada pela equipe Maclaren e só voltamos para casa quando o dia está quase amanhecendo.

***

Din-don! Esse som me faz soltar um gemido frustrado e ao meu lado Melissa faz o mesmo, mas o silêncio bem-vindo retorna trazendo e eu começo a relaxar, quando a campainha volta a tocar. Frustrado e morrendo de sono abro uma brecha de olho e encaro o relógio digital em cima da mesinha de cabeceira. Praticamente dou um sobressalto em cima do colchão fazendo Melissa resmungar algo inteligível e pulo para fora da cama.

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