Capítulo 25

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Aiden

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Aiden

Um bom biólogo, gosta de pescaria, é um amante de sua esposa e um pai atencioso, e amoroso. Não foi preciso ficar horas ao lado desse homem, ou ouvir os seus relatos para ter essa impressão de Samuel Jones. Dá para perceber tudo isso apenas com as suas atitudes, no seu olhar admirado quando fala da sua filha, na maneira como ele trata a sua mulher. A minha tia sempre dizia; a primeira impressão é a que fica. E ela tinha toda razão. O carro para em frente à enorme loja de materiais do JJ. É uma loja muito extensa e aqui vende de tudo que se possa imaginar. E ao passar pelas portas largas é como se Samuel entrasse em outro universo. Um bem fascinante, cheio de informações fantásticas e acredite, estou atento a cada uma delas. Varas de pescas de vários tamanhos, cores e formatos, e cada uma com a sua finalidade. Linhas, anzóis, iscas, molinete e carretilhas, além, de chapéus, luvas, botas e macacões. Enquanto maneja alguns desses acessórios ele fala e fala, e eu me sinto cada vez mais atraído por esse mundinho. Isso me leva a um tempo que eu gostaria de apagar da minha história, quando eu não era o único garoto da escola que não recebia seus pais nas datas especiais ou em comemorações, mas acredito que de todos eu era o mais revoltado, portanto, na minha adolescência era visto como um bad boy pela maior parte dos alunos e os garotos mimados mantinham a distância de mim. No começo achei isso ótimo, mas logo me senti solitário e acabei me envolvendo com algumas pessoas erradas. Isso me rendeu alguns puxões de orelhas e horas de conselhos rígidos da minha tia. O tempo passou, eu cresci e devo dizer que tia Lina conseguiu a custo de suor, castigos e conversas me moldar do jeito que eu sou hoje. Mas enfim, o que eu queria mesmo naquela época era ter o meu velho lá comigo, mas ele nunca esteve, nem mesmo quando eu sonhava com momentos assim.

— Qual você escolheria, filho? — A voz de Samuel me desperta e eu encaro as duas varas que ele prontamente ergue para mim. Contudo, acredite, não é exatamente nelas que estou fixado agora e sim, nessa última palavra que veio junto com a sua indagação. Filho. Ninguém nunca me chamou assim antes. — Ah, me desculpe! Eu posso te chamar assim, não é? — Acabei de descobrir de quem Melissa puxou essa facilidade de ler as pessoas e isso é tão... estranho. É como se ele me conhecesse há anos e assim pudesse ler os meus pensamentos.

— Claro, sem problemas! — respondo com desdém, mas a verdade é que eu gostei da sensação que isso me causou. — Essa. — Aponto finalmente para uma das varas.

— Carretilha? — Dou de ombros. Ele faz um gesto risonho e orgulhoso. — Fico feliz que prestou atenção nas minhas palavras, rapaz! — Ele não faz ideia do quanto prestei atenção em tudo que me disse desde que entramos aqui. Penso me sentindo satisfeito. Minutos depois, saímos da loja carregado de coisas que vai para dentro de uma caminhonete alugada e daqui partimos para o rio Bronx a mais ou menos 39 quilômetros da cidade. Uma viagem curta e cheia de promessas. Penso. E não demora para Samuel me ensinar o que eu preciso para uma pescaria de principiante. Duas cadeiras de praia a beira de um rio, um balde com iscas, uma caixa com linhas e anzóis e um passo a passo para montar uma vara de pesca. A lei do silêncio que imaginei para esse momento não veio porque o Senhor Jones tinhas as suas perguntas e eu precisava dar-lhe as devidas respostas, mas incrivelmente sem pressão. Ele é tão espontâneo que me deixava a vontade demais.

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