Capítulo 17

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Mel

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Mel

Desde que me entendo por gente eu nunca visitei uma danceteria na minha cidade e isso por dois motivos. Primeiro eu era menor de idade e segundo os meus pais nunca me deixaram vir. E quando finalmente alcancei a maior idade estava envolvida demais com os trabalhos do meu pai, e por fim, fui para a faculdade. A minha primeira experiência com a bebida e dança foi com a Abby e a nossa turma, embora meus pais me fizeram diversos lembretes como nunca aceitar bebidas de estranhos. Acredite, eu aprendi essa lição. A casa noturna não difere muito das casas da cidade grande. As luzes néon, a fumaça de gelo, o bar movimentado. Tudo está aqui, só que de maneira mais simples. A música alta é tão contagiante quanto, porém, me sinto como um peixe fora d'água aqui. Bobagem, Melissa, eles são seus amigos assim como os outros. Ralho comigo mesma e deslizo os meus olhos pela multidão de jovens animados a procura de Larissa.

— Olha só, você veio! _ E aí está ela! Penso quando escuto o seu grito espalhafatoso bem atrás de mim e me viro abrindo um sorriso largo. — Vem, vamos para perto da turma! — Ela diz e eu sou praticamente rebocada para o outro lado da danceteria. É incrível como com o passar de alguns meses todos mudamos. A Clarice por exemplo, ela parece mais alta, com mais curvas e um pouquinho de juízo a mais. O David parece ter engordado um pouco e deixou a barba crescer. Isso o deixou com uma fisionomia mais madura. Já a Laura ganhou mais... músculos? Ela estuda educação física e acredito que isso refletiu no seu físico. Enfim, se eu for falar dos quinze eis alunos, daria para escrever um livro. Contudo, não posso deixar passar um em especial. O Doug. Esse era o carinha por quem guardei a sete chaves uma paixonite e só agora vejo o quanto aquilo foi idiota. Sério, eu tinha até caderninhos com coraçõezinhos e flechinhas com seu nome dentro dele e todas as garotas sabiam que eu arrastava uma barca inteira cheia de pesados peixes por ele... modo de falar, tá? Mas agora ele parece tão insignificante. Quer dizer, ele continua lindo e agora esbanja um corpo escultural, mas não arranca mais suspiros meus. — O que vai beber? — Clarice pergunta me despertando.

— Uma cerveja. — Diferente de Nova York, aqui estou mais comportada. Nada de dança, menos bebida e apenas observação. Não sei o que há de errado comigo, eu simplesmente não estou conseguindo relaxar e me divertir. Isso até a gangue da alegria me puxar para fora da cadeira e me levar para a pista de dança. E para a minha surpresa o tal carinha da paixonite resolve se aproximar e mexer o seu corpo bem diante de mim. Ah isso em outros tempos!

— Não tinha reparado o quanto você está linda, Melissa! — Sério, babaca? Rosno mentalmente, embora eu lhe lance um sorriso e na sequência esvazio a segunda garrafa da noite. Doug não era muito diferente dos meninos considerados gostosos da escola. Ele visava as garotas mais bonitas no seu conceito, usava e abusava e levava a fama de garanhão. Onde eu estava com a minha cabeça quando fantasiei sonhos com um garoto assim? Com o Aiden é diferente, ele não me usa. É como uma troca de necessidades. Ele precisa de mim e eu preciso dele e assim nos completamos... eu acho. Ai que frustrante, Melissa! — Sua bebida acabou, quer outra?

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