Capítulo 30

219 39 11
                                    

AidenPensar na noite daquela corrida trágica deveria me deixar apreensivo ou até mesmo receoso de voltar para as pistas, mas de alguma forma Jack Alle protagonizou a abertura de algumas portas promissoras para mim

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Aiden
Pensar na noite daquela corrida trágica deveria me deixar apreensivo ou até mesmo receoso de voltar para as pistas, mas de alguma forma Jack Alle protagonizou a abertura de algumas portas promissoras para mim. Como a Maclaren Automotivo que assistiu a tudo através de um vídeo que vazou na internet e dias depois, me procurou oferecendo um contrato milionário para fazer algumas corridas para eles. Um hobby que me renderia milhões? Isso até parece um sonho, mas além de tentador eu não quero largar o meu objetivo de ser um advogado. Saber que posso unir as duas profissões me deixou em êxtase.

— Se todos concordamos com os termos, já podemos seguir com a assinatura? — Andrew Shimt indaga me despertando e inevitavelmente abro um sorriso satisfeito.

— Já podemos assinar — digo, me ajeitando na cadeira e imediatamente seguro a caneta que ele me estende, e logo depois o Richard, Jun-seo, Ethan e Kevin assinam seus contratos também. É isso. Consegui manter a minha equipe unida e ganhando bem por isso. Como eu disse, é uma porta promissora. Sem falar no cheque que Alle me deixou e que me rendeu uma casa grande, bem iluminada, com piscina e em um bairro nobre, além de um escritório de advocacia em uma das avenidas mais movimentada de Nova York. Ah, eu não posso me esquecer do anel com um solitário de diamante de 18 quilates para um pedido de casamento. Alguns anos depois e essa caixinha caminha comigo para todos os lugares e por quê? É bem simples. Estou protelando esse pedido. O medo de falhar com ela é o de menos, mas o receio de propor um casamento sem filhos, esse sim está me consumindo por dentro. Me lembro das vezes que abri essa caixinha aveludada ansioso por surpreendê-la e covardemente a fechei, e enfiei de volta no meu bolso. Confesso que chego a suar frio só de pensar um ouvi-la dizer um não para mim.

Quando se é rejeitado por seus pais desde sempre e maltratado pelas pessoas que deveriam te amar, e te proteger é isso que acontece. Eu sei que estou longe de ser o Roger e a Eve Cole. E que talvez... eu disse talvez não seja ruim ter um filho, e quem sabe ele até seja a minha redenção o Senhor Jones como repetiu para mim por várias vezes. Sim, eu tive essa conversa com ele. Não sei dizer o porquê, mas de alguma forma consigo falar abertamente com Samuel. Enfim, não é assim nos meus sonhos... ou eu deveria chamar de pesadelos? Pensar em formar uma família com a Mel tem me rendido alguns sonhos noturnos e na maioria deles o meu filho está chorando dentro de um berço. A Melissa está apreensiva em um canto de parede de um quarto infantil e eu... Bom, eu estou explodindo, gritando feito um louco, pedindo-o para se calar. Então acordo com um sobressalto completamente suado e com a boca seca. Minha psicóloga chama isso de ansiedade por antecipação que se mistura as minhas frustrações do passado e consequentemente eu crio os meus piores medos em minha mente, e descarrego tudo nos meus sonhos. Isso é tão frustrante quando é difícil de se vencer. Definitivamente essa é uma guerra do meu passado com o meu futuro que eu sei combater. A solução? Segundo a minha médica eu deveria deixar a coisa acontecer e provar por mim mesmo que nada é o que parece ser.

Meio maluco isso e confesso que não quero pagar pra ver.

— Que tal uma comemoração? — Sou despertado pela empolgação dos rapazes assim que deixamos o prédio da Maclaren.

O AcordoOnde histórias criam vida. Descubra agora