Abri meus olhos, escutando algumas vozes abafadas e um pouco distantes. Minha cabeça latejava devido a pancada, e eu não duvidava estar o maior galo no lugar do ferimento.
Me mexi conforme minha visão se ajustava ao lugar.
Eu estava algemada na cabeceira de uma cama de casal. O quarto com toms pálidos e fúnebres, só aumentaram mais o meu desespero. As janelas estavam abertas deixando a luz do sol entrar para a minha sorte, visto que o lugar me parecia muito abafado.
Era pequeno, com apenas uma cômoda à minha frente. Tentei puxar meu pulso, sentindo minha pele doer.
ㅡ Porra! ㅡ xinguei, mas me calei ao escutar a porta ser aberta.
Meus olhos foram até a pessoa encostada no batente, com um sorrisinho malicioso nos lábios. Simon entrou como se adivinhasse a hora exata a qual eu havia acordado.
Ele deu alguns passos até mim, se sentando do outro lado do colchão e observando meus pulsos.
ㅡ Me solta!
ㅡ A solto se jurar se comportar.ㅡ me olhou.ㅡ Odeio selvagens.
Trinquei o maxilar.
ㅡ Falou a pessoa que anda raptando mulheres por aí... Isso é atitude de um humano ou de uma besta?
Simon balançou a cabeça e se levantou, dando a volta na cama e parando logo a minha frente.
Ele segurou meu rosto com tanta força que senti o gosto metálico em minha bochecha, ele o sacudiu, como se sacudisse uma boneca.
ㅡ Bem, nada mal. Ao menos não mudou muito...ㅡ fala e logo levanta as duas sobrancelhas. ㅡ Vou castiga-lo por lhe dar esse hematoma.
Ele soltou meu queixo,antes dando dois tapinhas nos mesmo e cruzou os braços, me olhando de cima com um ar de superioridade.
ㅡ Por que está fazendo isso? Que serventia tenho eu? ㅡ pergunto, bufando, mas disfarçando o nervosismo diante o seu olhar.
Eu odiava me sentir vunerável, principalmente submetida à circunstâncias como essa.
ㅡ Hum...ㅡ se sentou.ㅡ Podemos esquecer essa situação, e conversar como dois seres humanos normais? ㅡ arqueou uma sobrancelha, e enfiou a mão no bolso do paletó fino, retirando um molho de chaves dali.ㅡ Posso tirar as algemas...ㅡ me olha com divertimento.ㅡ mas acho prefiro a ver assim, rendida á qualquer coisa que eu possa fazer.
ㅡ É porque não se garante sem isso, né? ㅡ cuspi irritada e logo sinto o tapa contra meu rosto.
Simon se levantou após a ação, se encostando na cômoda enquanto me observava ainda em choque.
ㅡ Já sabe que eu sei sobre o seu pai, certo?ㅡ o olhei de canto, mas sem confirmar nada. Eu queria fazê-lo engolir todo o meu ódio. ㅡ Isso irá me tirar uma grande vantagem, e nem preciso dizer ou listar os benefícios.ㅡ sorriu.
Engoli em seco, ficando alguns segundos calada, antes de falar:
ㅡ O que eu tenho a ver com isso?ㅡ franzi o cenho.ㅡ Vai me usar como moeda de troca? Pedir resgaste? ㅡ ri sem humor. ㅡ Recomendo que espere sentado.
Ele ri também, colocando as mãos no bolso da calça e me olhando com uma pena fingida no olhar.
ㅡ Não. O que quero é um noivado. Garantirei seus direitos como filha única, os quais também serão meus.
Pisquei algumas vezes, antes de começar a gargalhar.
Seu ego estava inflamado, eu sabia disso.ㅡ Você está achando mesmo que vai tirar algo dele? Acorda, Simon! Tem dezoito anos que ele nunca nem viu o meu rosto. Acha que ele liga para a minha existência?
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Meu Doce Vilão (Pausada)
RomanceMorgana é uma adolescente esperta, teimosa e curiosa, que decide aproveitar o seu último ano do ensino médio intensamente, mas o que ela não esperava era que essa sua "aventura" a levaria para um caminho diferente do qual ela estava acostumada. Casp...