47|Conciliação

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Não sei quantos minutos passamos ali, abraçados  um ao outro. Eu me acorvadei em me afastar e observar o rosto de Cas, agora, repleto de lágrimas. 

Mas também  não podia tirar o que ele estava sentindo tão facilmente, haviam sido meses nisso. Nessa nossa situação  complicada.
Caspian sabia que não havia nada de saudável  no início das nossas relações,  e me machucava saber disso.

Mas me doía ainda mais vê-lo daquela forma, mesmo ele tendo motivos para isso. Eu já havia o perdoado, não  voltaria atrás. No entanto, aquela não era a questão  ali.

ㅡ Sabe que eu já o perdoei.ㅡ começo,  a voz baixa por conta do vento frio que nos varre.ㅡ Mas não é só do meu perdão  que precisa, Caspian. Você  também  precisa se perdoar.ㅡ engulo em seco.ㅡ É uma briga interna com você mesmo... esse tempo irá nos ajudar nisso. Mas não quero que pense que vou sumir.

Ele me aperta um pouco, em silêncio,  mas eu sabia que ele escutava tudo que eu lhe dizia. Tomando fôlego, me afastei um pouco para o encarar. Seus olhos  recaem sobre mim como um manto indecifrável. 

As bochechas vermelhas e úmidas não  condiziam com o homem de meses atrás... Não, aquele era o meu Caspian.
Cas sem armaduras.
Fragilizado.

Sorrio fraco, levando minha mão até seu rosto, passando o polegar por sua bochecha. Ele fecha os olhos, apreciando o carinho.

ㅡ Vamos superar isso. Ok? ㅡ pergunto, em um sussurro. Ele faz que sim com a cabeça  e se aproxima, puxando uma mão  da minha cintura para meu queixo.

Caspian ergue meu rosto para ele, abrindo os olhos para me encarar.

ㅡ Tem poucas coisas na vida que sinto a necessidade de agradecer por existir... e você, com certeza, é uma delas.ㅡ se inclina, depositando um selinho em minha boca.ㅡ Me diga o dia que quiser ir e a levarei.

Eu sabia o porquê disso. Caspian precisava se curar tanto quanto eu, sem que um ficasse dependente do outro.
O trauma de abandono dele só piorava seu medo de não me ter de volta, mas mesmo assim ele não expuseram  isso para que eu soubesse.

Mal sabia ele que eu podia ler em seus olhos as frases não  ditas.

ㅡ Vou voltar. ㅡ digo, lhe dando mais um beijo rápido.ㅡ E vamos manter contato. Aliás,  não  quero que se esqueça  de mim...ㅡ brinco sorrindo de leve.

Ele nega com a cabeça.

ㅡ Sabe que isso será impossível.

Isso me faz sorrir ainda mais. Ele me puxa para um beijo intenso, demorado. Como se precisasse disso para aproveitar e se consolar.

Retribuo da mesma forma, sentindo meus pés quase saírem  do chão. Seria fácil  o amar com beijos como esses.

Por longos minutos, me esqueço  da vida à nossa volta. De Caveira, das minhas amizades, dos problemas... tudo.
Se eu só tivesse Caspian ao meu lado, me bastava. Poderia viver facilmente com isso, mas haviam coisas à serem resolvidas.

Após um bom tempo entre beijos, suspiros, conversas e afetos, ele me solta, não  parecendo feliz por isso. Entramos em seu carro, onde ainda nos beijamos rapidamente e saímos.

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Meu Doce Vilão (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora