Thai chegou do lugar que havia ido, mas mal havia falando comigo e já tinha subido para tomar banho.
Eu estava tensa, sem saber como reagir diante daquela situação. Me imaginei sendo presa com Thalita, ou pior, me imaginei a segurando enquanto a mesa tinha uma segunda overdose.Balancei a cabeça na tentativa de afastar esses pensamentos tenebrosos. Peguei meu casaco e minha bolsa, pronta para sair e respirar um pouco do ar fresco, mas quando eu ia abrindo a porta, escutei Thalita me chamar do topo da escada, o que fez com que eu parasse de andar e a olhasse.
ㅡ Sim? ㅡ levantei as duas sobrancelhas, aparentando estar distraída.
Porém, Thai me lançou um olhar tão penetrante, que fez meus ossos dores ao perceber que ela havia descoberto.
ㅡ Você viu, não foi? ㅡ falou e foi descendo devagar, me olhando firme.
Pisquei algumas vezes tentando pensar em algo rápido e que justificasse a minha entrada em seu quarto.
ㅡ Thalita...
ㅡ Morgana.ㅡ me interrompeu, semicerrando os olhos e parando logo à minha frente. ㅡ Não se finja...ㅡ riu amarga.ㅡ Me diga o que vai fazer em relação à isso.
Engoli em seco. Thalita me encarou por longos segundos, até eu franzir o cenho, irritada com a sua postura.
ㅡ Eu? O que quer que eu faça? O que eu posso fazer? Você sabe das consequências dessas merdas. Sabe o quanto isso te faz mal, e faz mal às pessoas que te querem o bem! ㅡ respondi rápido.ㅡ Você bem sabe o que essa vida trás! Não é mais criança e eu nem sou a sua mãe.ㅡ as palavras saíram duras como gelo, a fazendo ter uma pausa antes de dizer algo.
Ela suspirou.
ㅡ Eu não estou usando. ㅡ corrigiu, mas foi muito pouco convincente.ㅡ Estou vendendo pra os caras daqui.
ㅡ Thalita, não pense que consegue mentir pra mim.ㅡ cruzei os braços.ㅡ Mas e se a polícia bater aqui, hein? E se isso tudo dar merda?
Ela passou as mãos pelo rosto, exasperada.
ㅡ Não vai dar merda se você não abrir a boca. E eu vou me resolver com isso.ㅡ suspirou.ㅡ Eu só... Só não me peça para me livrar disso. Eu preciso, Morgana.
Balancei a cabeça, decepcionada e ao mesmo tempo sem palavras. Então baixei o olhar, sentindo algo se apoderar do meu corpo, algo como a tristeza. Já teve tempo que eu havia ficado chorando pelos cantos e me irritando com essas atitudes de Thai... Mas eu estava cansada - a amava, claro, mas estava cansada.
Era exaustante brigar sozinha tentando ajudar alguém que não quer ser ajudada.
ㅡ Vou procurar um lugar para ficar.ㅡ murmurei baixo, sem a olhar.ㅡ Vou resolver isso também.
ㅡ O quê?!ㅡ deu um passo para a frente, franzindo o cenho.ㅡ Vai sair daqui por causa daquilo?!
A olhei como se fosse óbvio.
ㅡ Vou sair porque não vou participar da sua autodestruição. Não quero vê-la usar essas porcarias!ㅡ disse.ㅡ Não estou conivente com isso, Thalita!
Ela apertou os olhos, os revirando assim que os abriu.
ㅡ Vai me abandonar?ㅡ colocou as mãos no quadril.
Neguei com a cabeça.ㅡ Eu nunca a abandonaria, Thalita, e você sabe disso. ㅡ exalei pesado.ㅡ E também, preciso do meu espaço.
Thalita ficou quieta, parecendo não querer falar besteiras e nem me ferir. Mesmo assim, insisti ao ver que algo a incomodava.
ㅡ Diga...ㅡ incitei.
ㅡ Seu pai. Ele foi comprar droga na minha mão.ㅡ soltou, sem nem precisar ser pressionada. Ela só estava esperando o momento certo para me dizer isso.ㅡ Ele ficou muito puto, mas o que mais me deixou... Incomodada, foi o fato de ter ficado feliz ao ver que eu estava nesse meio.ㅡ baixou o olhar.ㅡ Acha que ele sabe que está aqui?
ㅡ Não sei. Deve saber.ㅡ respondi baixo, me concentrando na conversa para não vagar pelos pensamentos de Hames se drogando.
Nenhuma novidade, mas não deixava de ser chocante.
ㅡ Eu acho que... Eu acho que ele também tá metido em coisa feia, Mor. Só estou te dizendo isso porque sinto medo pela sua segurança. O que quer que ele esteja aprontando, não é bom.
Ignorei o arrepio que me percorreu.
ㅡ O que ele te falou pra você achar isso?
ㅡ Ele falou que você não iria se esconder por muito tempo. Que seu "prazo" havia acabado.
Ergui as sobrancelhas. Eu não havia visto as mensagens de Hames, já que havia o bloqueado, mas saber disso me deixava melindrosa. Mas... No fundo, eu só queria que isso fosse mais uma de suas crises de raiva misturada com álcool e droga.
Por isso, balancei a cabeça e dei um risinho.
ㅡ Ele é um banana, Thai. Está frustrado porque não vai receber mais dinheiro do cara lá.ㅡ embolei um pouco nas palavras ao lembrar do homem.
Acho que ele era o segundo homem que eu mais odiava, abaixo de Hames. Preferia morrer à ter que vê-lo.
Thalita piscou algumas vezes, cogitando na ideia se entrava ou não no assunto, entretanto, não lhe dei espaço, falando:
ㅡ Vou sair um pouco. Vou começar à ajudar Vi no dever de história, volto depois. ㅡ peguei meu celular e a dei até a porta.ㅡ Tchau, se cuida, cabeçuda...
Dito isso, saí.
Postei agora porque não sei se teria tempo pela noite.
Deixem a estrelinha e comentem para o prox!!
Beijão❤☺✅
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Meu Doce Vilão (Pausada)
RomanceMorgana é uma adolescente esperta, teimosa e curiosa, que decide aproveitar o seu último ano do ensino médio intensamente, mas o que ela não esperava era que essa sua "aventura" a levaria para um caminho diferente do qual ela estava acostumada. Casp...