23| Guia

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Eu estava deitada em uma das cama, olhando o teto. Maysa fingia estar dormindo, pois mesmo depois dela ter escondido qualquer objeto perfurante do quarto ela ainda não confiava em mim.

O quarto estava meio claro, devido a luz do banheiro, a qual era deixou ligada para me vigiar.

Viro minha cabeça assim que ela se mexe pela milésima vez, me arrancando uma risadinha de deboche.

ㅡ Vai ficar assim até quando? ㅡ pergunto.ㅡ Está com medo de eu a matar e pegar as chaves? Eu morro assim que pisar os pés fora.

ㅡ Cale a boca, eu estava quase dormindo.ㅡ resmunga.

Rio mais uma vez.

ㅡ Ah, estava? Como posso dormir se você se mexe demais?

Maysa bufa, e se senta na cama, esfregando o rosto com as duas mãos.

ㅡ Que merda, porque te colocaram aqui?! Logo aqui?!

ㅡ Eu não vou matá-la, Maysa. Deixa de ser paranoica!

Els ri amarga.

ㅡ Fala isso, mas não é você quem está com uma intrusa no quarto!

ㅡ Verdade, mas estou em um ambiente desconhecido, sequestrada como um animal.ㅡ ela se cala. ㅡ eu é quem deveria estar temendo por minha vida.

E devia estar dependendo das merrecas de Simon. Eu não sabia o que era pior, ficar ou ir. Caspian iria pedir dinheiro por meu resgate? Mas ele me parecia muito rico para se importar com dinheiro.

ㅡ É verdade mesmo que Simon pagou para que Caspian não...

ㅡ É.ㅡ me interrompeu.ㅡ Mas isso não passa de uma jogo para o patrão. Ele deve ter aceitado para ver Simon falir à toa.ㅡ ela murmura.ㅡ Aliás, ele não, o braço direito dele... Saly. Caspian só quer se divertir ao ver Simon sofrer.

Saly?  Ela é quem estava cuidando disso?
Me sento na cama também, a encarando.

ㅡ Por que? ㅡ pergunto ainda mais baixo.

Maysa me olha, cogitando na ideia de me dizer.

ㅡ Se abrir a boca sobre qualquer coisa daqui, eu te mato com as próprias mãos. Lembre-se que se eu me foder, você também se fode. ㅡ ameaça e eu engulo em seco.

ㅡ Que amigável...ㅡ resmungo, me encostando na parede.

Ela ignora.

ㅡ Eu não vou te falar tudo que sei, porque não confio em você.ㅡ fala.ㅡ Mas saiba que seu noivo, não é flor que se cheire. Ele aprontou com o chefe, e agora tá sofrendo as consequências.

Pisco.
Eu sabia bem que Simon não era flor que se cheirasse.

ㅡ Por isso que os homens dele apareceram mortos... Era ele quem os estavam matando?

ㅡ Devia ser.ㅡ se deita novamente.

Então Caveira não era quem estava assassinando os homens de Simon. Claro, ele nunca havia dado as caras antes, não seria agora que apareceria.

ㅡ Ah...ㅡ é o que sai.

Eu queria perguntar inúmeras coisas à Maysa, mas estava nítido que ela não me diria mais nada além disso. Ela me olha, e fica encarando por alguns segundos.

Como eu conseguiria sua confiança?

Após alguns segundos, penso em algo e digo:

ㅡ Sei bem que Simon não é um mocinho.ㅡ sussurro.ㅡ Conheci esse lado dele.

Maysa fica pensativa, então me deito e viro para a parede.

Assim como Marie, eu precisava da confiança de Maysa, a diferença era que eu tentaria não quebrar a cara, assim como foi com Laila.

Ela soltava uma parte de uma coisa, e eu soltava outra como garantia. Talvez funcionasse.

Alguém me cutuca, o que me faz abrir os olhos irritada

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Alguém me cutuca, o que me faz abrir os olhos irritada. Maysa está me olhando com as duas sobrancelhas erguidas, um semblante nada bom, como se não tivesse dormido bem.

Acabei não contendo o sorrisinho, o que me garantiu uma cara feia vindo dela.

ㅡ Vai se lavar.ㅡ manda, mal humorada.ㅡ Você tem um compromisso importante hoje.

Isso me faz despertar. Desmancho o sorriso e me senti rapidamente na cama, a encarando com medo.

ㅡ Tenho?

ㅡ Tem.ㅡ me dá as costas, e anda até a sua cômoda.ㅡ Sua roupa está aqui, não demore muito.

Ainda confusa, me levanto.

ㅡ Eu não estou entendendo...

ㅡ Você não precisa entender, apenas obedecer.ㅡ refuta, dando dois toques na porta. A mesma foi aberta, revelando um homem todo de preto e uma carranca nada boca do lado de fora.ㅡ Ele vai te levar quando terminar. Dê dois toques na porta.

Dito isso, ela sai andando pelo corredor. O cara fecha a porta e logo escuto o barulho da tranca.
Pisco algumas vezes, ainda atordoada e apreensiva.

Será que eu iria voltar para a salinha? Eu seria torturada? Morta?

Não. Se fosse pra morrer, eles não me preparariam assim... Ou preparariam? E se isso for tudo um jogo psicólogo?

Me demorei no banho, ao desembaraçar as mexas do cabelo, ao vesti a calça e a blusa que Maysa havia deixado para mim. Demorei porque eu estava evitando o que quer que seja.

Ao terminar, fiz como Maysa havia recomendado, segui o moço enquanto ele me guiava pelos enormes corredores.

(...)




Meu Doce Vilão (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora