Morgana é uma adolescente esperta, teimosa e curiosa, que decide aproveitar o seu último ano do ensino médio intensamente, mas o que ela não esperava era que essa sua "aventura" a levaria para um caminho diferente do qual ela estava acostumada.
Casp...
O lugar estava insuportável de se aguentar. Frio, o cheiro, o medo e a escuridão. Aqui era a representação completa de angústia e sofrimento.
Haviam marcas de sangue pelas paredes, isso fazia meu estômago pesar e meus olhos se fecharam para evitar que eu colocasse tudo para fora.
Horas e mais horas se passaram, e eu já havia perdido a noção do tempo. Agora, apenas meu estômago roncava e meu corpo doía devido a posição.
Escuro passos pelo corredor silencioso, e depois a porta de ferro ser aberta. Entra Laila, toda limpa e sem nenhum arranhão.
Roupas pretas e bem vestidas, com um broche no peito e os cabelos em um coque alto. Ao perceber o que estava acontecendo ali, trinco meu maxilar, sentindo mais uma vez o gosto da traição azedar minha boca.
Mas Laila parece estar confortável com toda essa situação; seu rosto era uma máscara indecifrável agora.
Ela se aproxima, me olhando com as sobrancelhas unidas.
ㅡ Sinto muito.ㅡ é a primeira coisa que fala.ㅡ Meu primo não é nem um pouco gentil.
Então o cara de mais cedo era o seu... Primo. Fico quieta, apenas a encarando séria e com indiferença. Eu estava com tango ódio que era capaz de explodir ali mesmo, como um vulcão em erupção.
ㅡ Vou ver se consigo um lugar melhor para você ficar.ㅡ assim que ela fala isso, ergo uma sobrancelha.
Porque ela queria fazer isso? Já havia me entregue ao lobos.
ㅡ Vá se foder, Laila. Espero muito que Marie não esteja metido nesses seus planos de merda.ㅡ solto, a olhando com nojo.
Laila no entanto, se ficou ofendida, soube disfarçar.
ㅡ Marie? Não. ㅡ ele pisca algumas vezes.ㅡ Posso ter me infiltrado na base de Simon para conseguir informações, e claro, minhas intenções não eram boas, mas Marie e você realmente me acolheram como amiga lá dentro.
ㅡ Para de pois você mostrar as garras.ㅡ sorri sem humor.ㅡ Aliás, isso explica o fato de você ter se mostrado tão interessada em me ajudar a fugir, e também explica o tanto de informação que nos passou.
ㅡ Eu salvei a sua vida. Ele a queria morta em dois dias, caso seu pai não desse resposta.
ㅡ Como se aqui fosse muito diferente. Obrigada por me tirar de um inferno e me colocar em outro pior, estou realmente muito grata!
Ela balança a cabeça negativamente.
ㅡ Se continuar assim, não vai durar nem um dia nas mãos Caspian.
Caspian devia ser o seu primo. Eu poderia mesmo fingir amizade com Laila para conseguir uma posição melhor ali, mas eu estava engasgada com tudo isso, e não conseguia fingir nada.
ㅡ Sabe o que eu mais acho interessante em você, Mor? ㅡ ela pergunta, unindo as mãos atrás do corpo.ㅡ Você está me julgando por me aproximar com interesses, mas fez o mesmo com quase metade daquela casa.ㅡ riu.ㅡ Somo bem mais parecidas, a diferença é sue você se deixou tocar pela gentileza deles e eu, certamente, não... Pois sei que não pensariam duas vezes antes de me trairem para se salvarem. Então pense um pouco nisso, e pare de confiar tanto nas pessoas.ㅡ se vira e começa a andar.
Fico quieta, observando ela caminhar até a porta, mas parar e me olhar novamente.
ㅡ E repito: pare de ser tão arisca caso queira sobreviver aqui. Não está na casa de Simon, esta é muito pior. ㅡ ela dá dois toques na porta, e a mesma se abre, revelando dois homens lá fora.
Laila sai e eles a fecham, me deixando mais uma vez na penumbra.
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Acordo com dois tapinha no rosto, levanto a cabeça e me deparo com Saly, a moça tatuada e de cabeça raspada.
Ela sorri daquele jeito estranho, esticando o piercing em seus lábios.
ㅡ Bom dia, bela adormecida.ㅡ estende uma sacola.ㅡ Está com fome?
Engulo em seco, sentindo minha garganta doer devido a sede.
ㅡ Preciso de água...
Ele olha para a sacola, e mexe ali, tirando uma garrafinha com menos de três dedos de água.
ㅡ Aqui, mas aí não vai ter como beber comendo o pão.ㅡ riu colocando as coisas no meu colo.
ㅡ Como vou comer se estou amarrada? Vai colocar na minha boca?ㅡ a olho feio, mas ela apenas sorri ainda mais.
ㅡ Não seria uma má ideia. Eu só não sou tão delicada.ㅡ fala com malícia, me fazendo corar de raiva e vergonha.
ㅡ Nem pense nisso...ㅡ semicerro os olhos.
Ela revira os olhos e dá a volta até a parte de trás da minha cadeira.
ㅡ Saiba que se tentar algo, eu a imobilizarei de forma bem, bem ruim. ㅡ murmura ameaçadora, e liberta meus pulsos.
Sinto um alívio grande, mas também uma dor ao mexer meus braços e meus pulsos doloridos.
Faço uma massagem em minha pele, vendo o quanto estava machucada devido o atrito das cordas.
Saly sai de trás de mim, e caminha para fora, saindo da salinha. Fico só, e aproveito esse tempo para comer, mesmo que com dificuldade por conta da pouca disponibilidade de água.
Saly volta, agora com algo em suas mãos.
ㅡAqui, pra sua pele sensível de mocinha.ㅡ ri, puxando meu pulso sem nenhum cuidado e passando uma pomada ali.
Isso me pega de surpresa, mas não reclamo. A ferida arde em contato com a pomada, e fazendo morder os lábios com força para evitar solta ruídos.
ㅡ Recomendo não se mexer tanto, tem umas partes que estão em carne viva.ㅡ fala baixo, e depois passa para a outra mão.
ㅡ Não posso pedir nem uma blusa? ㅡ pergunto ainda mais baixo, com meus olhos fixos em seus dedos ágeis.
ㅡ Não peça nada.ㅡ repreende.ㅡ É um grande erro. ㅡ se levanta.ㅡ Vou te dar alguns minutos antes de amarrar novamente.
Els fecha a pomada e limpa as mãos em um paninho dentro da sua calça. Saly se vira sem querer um agradecimento, mas não consigo segurar a minha língua:
ㅡ Obrigada, Saly.ㅡ falo, mas ela não responde, apenas sai.