Morgana é uma adolescente esperta, teimosa e curiosa, que decide aproveitar o seu último ano do ensino médio intensamente, mas o que ela não esperava era que essa sua "aventura" a levaria para um caminho diferente do qual ela estava acostumada.
Casp...
Dois dias haviam se passado, eu continuava no mesmo quartinho, apenas com visitas de Saly, a qual me trazia o café da manhã e o almoço ou do homem que me trazia a janta. Laila não tinha vindo me visitar, e eu achava melhor assim.
Ontem, pela manhã, acordei e vi o que eu havia pedido à Saly. Creme pata cabelo, desodorante, escova de cabelo, gilete, shampoo e absorventes.
Isso havia melhorado um pouco meu dia, visto que pelo menos estavam me dando mais do que eu imaginava, já que eu era uma prisioneira aqui.
Hoje, eu até estava mais leve, após ter um banho "completo". Mesmo depois de passar mais uma noite no colchão duro, eu agradecia por terem me devolvido o casaco, assim eu não morria de frio.
A porta foi aberta, mas eu nem levantei a cabeça. Estava com as costas apoiadas na parede, os joelhos suspensos e a cabeça encostada nos mesmos, descansando um pouco.
ㅡ Saly? ㅡ perguntei, com a voz baixa.
ㅡ Uma pena quebrar a sua expectativa.ㅡ a voz masculina me fez abrir os olhos abruptamente.
Olhei para o homem à minha frente. Ele me olhava de cima com aquela máscara fria e indecifrável, como se pudesse atingir a minha alma apenas com o seu olhar afiado.
Engoli em seco.
ㅡ O que quer? ㅡ solto, me arrependo apenas segundos depois.
No entanto, ele não aparentou ter percebido meu tom de voz.
ㅡ Me siga. ㅡ se vira, me fazendo hesitar.
Entretanto, me levanto. Vejo Saly de pé, do lado de fora, me olhando.
ㅡ Pegue o que quer levar.ㅡ ela fala assim que Caspian passa por ela.
Pisco algumas vezes e olho para trás, vendo apenas a sacola de Laila. Nego com a cabeça e sigo Caspian, colocando as mãos no bolso do casaco e sentindo meu pingente ali.
Eu só precisava dele.
Caspian vestia preto, o seu casaco era longo e fechado. De costas, o vi andar com uma destreza até que surpreendente. Era nítido o poder que ele tinha ali, a sua postura mostrava isso.
Saly veio logo atrás de mim, em passos leves como uma pena. Meu estômago está se revirando de ansiedade e nervosismo.
À cada passo, eu sentia meus pés vacilarem. Observei outras portinha idênticas às minhas, me perguntando se haviam outras pessoas ali, ou se eu era a única. Caspian vira o corredor, seguindo em direção à uma porta de madeira que dava de cara com a... Saída? Me aproximo, o vendo abrir a orta e me esperar.
Hesito ao entrar, e olho para trás, vendo Saly parada.
Ela não iria comigo?!
ㅡ Vamos.ㅡ ele ordena.
Pisco alguma vezes, e evito a expressão de raiva, muito embora eu duvide que tenha conseguido, pois Caspian levanta uma sobrancelha assim que eu passo por ele em passos duros.
A brisa bate em meus cabelos, me acalmando e me fazendo ter que morder as bochechas com o sentimento de amargura que se seguiu.
Haviam muitos homens guardando o lugar, vários com armas enormes, e sorrindo enquanto conversavam. Sinto um aperto ao ter que andar.
Caspian passa por mim, continuando andando. O sigo, mesmo estando em dúvida.
Quando estamos um pouco distante, olho para trás, capturando um enorme galpão, com os matos ao redor. Eu não fazia ideia de onde estávamos.
ㅡ Adiante.ㅡ o escuto chamar a minha atenção.
Viro meu rosto, dando de caro com um carro preto que havia acabado de estacionar. Saiu um homem bem vestido, o qual me indicou para que eu entrasse.
ㅡ O que vão fazer? ㅡ dou um passo para trás.
ㅡ Entra na porra do carro.ㅡ Caspian manda.
ㅡ O que vai fazer? Me matar? Nada muito inovador. ㅡ cruzo os braços, cega pelo ódio.
O homem ao seu lado me olha como se eu fosse louca.
Lhe lanço um olhar desafiador, me segurando para não voar em seu pescoço. Caspian me encara inabalável e sugestivo, e até chega a erguer uma sobrancelha e dar um leve sorriso maquiavélico e cheio de significados.
ㅡQue seja...ㅡ bufo.
Ele era aterrorizante.
Antes ele ia abrir a boca para falar algo, que com toda certeza me faria tremer ( e essa era a última coisa que eu queria fazer em sua frente), começo a andar.
Passo pelos dois, torcendo para que ele não note meu medo, e entro.
O xingo de todos os palavrões possíveis em minha mente.
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