Morgana é uma adolescente esperta, teimosa e curiosa, que decide aproveitar o seu último ano do ensino médio intensamente, mas o que ela não esperava era que essa sua "aventura" a levaria para um caminho diferente do qual ela estava acostumada.
Casp...
Acordei assustada com um peso sobre mim, alguém tampava a minha boca com um pano, me impedindo de gritar.
Logo fui sentindo meus sentidos me trairem, e meu corpo não responder aos estímulos do medo, devido à alguma substância presente no tecido.
Apenas pânico e escuridão me preencheu conforme eu sentia meu corpo ser erguido.
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Abro meu olhos, sentindo um cheiro forte de álcool que adentrou as minhas narinas, chegando à arder os olhos. Eu estava amarrada, em um carro em movimento.
Olho para o lado, e me deparo com Lucas dirigindo.
Logo entro em alerta, e tento me soltar, mas nem mesmo uma olhada de canto dele eu recebi, apenas um risinho de deboche.
ㅡ Que porra é essa, Lucas?!
ㅡ Se você se comportasse, não estaria amarrada feito uma besta.
ㅡ Se você não estivesse me sequestrando, talvez eu tentasse me comportar! ㅡ berro, me debatendo. ㅡ O que está fazendo?!
ㅡ É você por Thalita. ㅡ responde, me fazendo ficar imóvel.
O olho completamente assustada e confusa.
ㅡ Você ao menos disse a ela sobre o seu verdadeiro pai? ㅡ riu amargo.
Senti meu estômago pesar, e a tontura me atingir conforme eu assimilava o que estava acontecendo.
ㅡ Lucas...
ㅡ Quando eu fui bater no merda do seu pai, sabe o que ele nos disse? ㅡ balançou a cabeça, parecendo se divertir com isso.ㅡ Ele nos disse sobre o seu papaizinho. Nos mostrou até provas.ㅡacelera o carro.ㅡ A melhor opção de sobrevivência dele, era te vendendo.
ㅡ O quê?! ㅡ Arregalei os olhos.
ㅡ Pois é, acabei vendendo essa informação ao chefe, em troca dele conseguir soltar Thalita. E olha só que coincidência? Você andou aprontando na boate, não foi? ㅡ riu pelo nariz, me deixando ainda mais irritada e confusa. ㅡ Simon vai ficar muito feliz em ver a mocinha atrevida da noite.
Engoli em seco, me sentindo zonza.
ㅡ Não, Lucas! Por favor...
ㅡ Cale a boca, sua vagabunda! Você quem colocou Thalita nessa merda toda, e vai pagar por isso! ㅡ quase saiu da pista ao se virar para mim, cuspindo as palavras contra meu rosto. ㅡ Além de estar colocando minha irmã em perigo!
Senti as lágrimas se acumularem em meu rosto, mas não as deixei cair, sustentando meu olhar nele.
ㅡ Uma grande sorte eu a ter encontrado tão fácil.ㅡ riu sem humor, se virando para a posta novamente. ㅡ Mas se eu fosse você, agradeceria por ser a galinha dos ovos de ouro. Caso não tivesse nenhuma serventia, Simon apenas a usaria como moeda de troca ou talvez algum tipo de objeto sexual para vingar a sua frustração. ㅡ senti o gosto amargo em minha garganta.ㅡ Mas quanto será que seu papai vai dar ao saber que a bastarda está em perigo?
ㅡ Ele nunca me procurou, vão perder tempo com isso.ㅡ tentei transparecer calmaria.ㅡ Ele só dava dinheiro à Hames para me criar, acha que ele se importa comigo? ㅡ ri.ㅡ Nem mesmo vi a sua cara. Sou apenas fruto de uma noite da minha mãe com ele.
Esses caras tem fetiche em fazer filho e logo depois abandonarem. Mas ainda tinha a desculpa de que ele pagava a pensão, eu acho.
Lucas bufou, talvez ignorando tudo o que eu estava falando.
ㅡ Pelo menos, para mim, você terá serventia: libertar Thalita. ㅡ me olha de canto.ㅡ Mas reze para ter para ele. Reze para que seu papaizinho se importe com você.
Trinquei o maxilar, me recusando a ceder ao desespero. Fechei os olhos, sentindo meu ódio crescer, aumentar em um tamanho descomunal.
Eu deveria saber que Simon não era um homem bom. Eu sabia mas mesmo assim não podia imaginar que tudo isso aconteceria. Mais do que nunca, não só odiei Hames, mas todos a minha volta e, principalmente, eu.
Eu era a culpada disso tudo.
ㅡ Fala que ama Thalita, mas sabe que ela vai odiá-lo por isso.ㅡ murmurei, sem nenhum medo da sua reação.ㅡ Espero que ela nunca o perdoe.
ㅡ Cale a boca. Ela nunca saberá! ㅡ Rosnou entre dentes.
Ri pelo nariz.
ㅡ Vou fazer com que saiba. ㅡ o olhei, vendo a veia em sua testa saltar e seus punhos se fecharem com força no volante. ㅡ Não pense que terá paz, Lucas. Você ainda vai me ver, e não vai gostar nada disso. Não costumo me esquecer de quem odeio.
ㅡ Cale a boca, porra!
ㅡ Espero que ela te odeie, seu merda! ㅡ senti o impacto contra meu rosto, e minha visão ficar preta por alguns segundos.
Eu tinha que aprender a morder a minha língua as vezes.
