3| Velart

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ㅡ Caralho, que porra tá acontecendo aqui? ㅡ escutei a voz de Thalita da sala e resolvi sair da cozinha para averiguar.

Ela olhava algo no celular bem de perto, com um semblante de assustada.

ㅡ O quê? ㅡ perguntei e ela me ofereceu o objeto. Passei os olhos pela notícia, lendo o enunciado.

" Briga entre facções? Mais de vinte mortes encontradas na cidade de Velart."

ㅡ Minha nossa... Isso tudo foi ontem? ㅡ perguntei perplexa.

ㅡ Sim. Estão achando que é uma facção rival, pois a maioria eram traficantes da Mamba Negra. ㅡ falou, citando uma das maiores máfias que comandavam o tráfico daqui.ㅡ E sabe o pior? Ê que se isso tá acontecendo, o clima vai esquentar, porque parece que essa daí é ainda pior.ㅡ se levantou, vindo até mim.

ㅡ Velart nunca teve um massacre dessa forma.ㅡ comentei enquanto Thai passava o dedo pelo texto informativo.ㅡ Que merda!

ㅡ Pois é.ㅡ pegou o celular, semicerrando os olhos para ler.ㅡ Aqui diz que esse não é um número exato, levando em conta que algumas parte de corpos humanos forma achados no rio principal.

Coloquei a mão na boca, aterrorizada.

ㅡ Isso aqui é trabalho mandado. Briga de gente grande onde a morte é quem dita o mais forte.ㅡ Desligou a tela do celular, me olhando.ㅡ Vamos mudar de assunto? Isso está me assustando.

Fiz que sim, mas minha cabeça não parou de pensar nisso. Velart mal tinha um bom policiamento, sem contar na corrupção, pois os mafiosos eram quem tomavam conta da cidade, fazendo e julgando de acordo com sua própria justiça. O que seria da nossa pobre cidade com dias máfias brigando? E se não fosse só duas?

Eu não via a hora de sair daqui.

ㅡ Morgana?! ㅡ balancei a cabeça assim que Thai me sacudiu.ㅡ Você me ouviu?

ㅡ Não. Sobre o que estava falando?

Ela suspirou, sorrindo fraco.

ㅡ Que eu não vou poder ir na escola amanhã.ㅡ repetiu.ㅡ Preciso resolver uma coisa pendentes.

ㅡ Ah... Certo.ㅡ respondi a analisando, mas preferindo não perguntar sobre o quê ela estava falando.ㅡ Eu te passo as atividades.

ㅡ Valeu.ㅡ beijou minha bochecha e saiu andando pela casa.

Fiquei parada alguns segundos, voltando aos meus antigos pensamentos.

Fiquei parada alguns segundos, voltando aos meus antigos pensamentos

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Thai havia saído, e eu havia resolvido dar uma faxina na casa. Já estavam tarde, eu limpava agora o seu quarto.

Achei que fosse falta de educação, mas ela me agradeceria depois.
Continuei limpando os móveis e ajeitando a sua cama, até puxar o lençol e me deparar com inúmeros pacotinhos fechados, com coisinhas dentro. Também tinham vidros com substâncias dentro.

Me agachei, pegando um deles com cuidado, e constatando o que eu tinha medo.

Thalita havia voltado à usar essa merdas!

E pior, com o tanto que tinha aqui, era capaz de ela estar revendendo. Fechei os olhos por alguns momentos, recordando o que essa vida me trazia de mais ruim. O perigos que Thai corria ao mexer com isso, era indescritível.

Abri os olhos colocando o pacote no lugar, e voltei a cobrir com o lençol grosso. Saí de seu quarto o mais rápido possível, fechando a porta atrás de mim e ficando parada ali mesmo.

Houve uma época que Thalita quase morreu de overdose. Eu odiava com todas as minhas forças essas drogas que a sucumbiam por dentro!

Respirei fundo, e empurrei toda essa informação para o fundo do meu cérebro, voltando à dar a faxina.

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Meu Doce Vilão (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora