26| Confusão no salão

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A noite estava linda, e pelo movimentação dos carros, eu presumia já ser tarde. Pela milésima vez, puxo a barra o vestido para baixo incomodada e me sentindo exposta. O frio do ar condicionado estava deixando minha pele arrepiada.

O lugar que me trouxeram, era enorme e bem movimentado. Haviam decorações luxuosas e guardas por todos os lugares. Embora parecesse uma boate ou casino de rico, não era um lugar público. Homens de terno, os quais acenaram com a cabeça para Caspian ao passarmos, guardavam o lugar.

Saly estava ao meu lado, enquanto Caspian e seu amigo iam andando mais na frente. As vezes eu chegava à gostar dessa indiferença de Caspian, aliás, quanto mais ele me esquecesse, melhor. Odiava me sentir vigiada, principalmente por ele.

Seu olhar era um misto de maldade com diversão, era como um ferro quente que marcava a pele de quem quer que olhasse.

Não contenho o suspiro que me escapa, enquanto tento me manter calma. Respiro fundo, torcendo para que minhas pernas não vacilem enquanto eu estiver caminhando atrás deles.
Homens passavam sorrindo, e me encarando como se eu fosse uma carne nova ali. No entanto, ao verem Saly me acompanhando, disfarçavam com um sorriso ácido e fingido. Com isso, presumi que ela fosse respeitada por ser o braço direito de Caspian, segundo as minhas hipóteses.

Como se lesse os meus pensamentos, se vira para mim, mas sem me olhar.

ㅡ Ela me acompanha até o andar de cima. Fiquem por aqui e procurem por Gaston.

Saly me lança um olhar de preocupação, mas não diz nada.

ㅡ Tá.ㅡ foi o homem quem respondeu.ㅡ Cuidado.ㅡ dito isso, ele sai com Saly.

Pisco algumas vezes, sentindo calafrios me atingirem em cheio, ainda mais quando Caspian me olhou e sorriu.

ㅡ Espero que consiga fechar as assas agora. Vamos para um meio não muito amigável.ㅡ ele me oferece o braço.ㅡ Seja educada.

O encaro feio.

ㅡ Ao menos ganho um petisco com a obediência? ㅡ debocho, irritada, o que o fez rir e balançar a cabeça.

ㅡ Vou adorar ver a sua queda, Mariana.

Mordo minha língua para evitar não xingá-lo.

ㅡ Ah, claro.ㅡ Reviro os olhos.

Ele segura meu pulso, impaciente com a minha demora, e me faz segurar seu braço. Tento puxar, mas seus aperto se intensifica e ele começa à andar.

Mais do que nunca eu desejava que ele caísse e quebrasse a cara. Engoli todos o ódio, que aos poucos foi dando lugar ao medo e apreensão.

ㅡ Vamos ver até onde vai essa coragem.ㅡ abri uma porta.

Muitos homens. Muitos.

Bebida, cheiro de drogas, e mulheres em um palco de stripper. Caspian me deixou plantada na porta e entrou, cumprimentando os amigos da sua idade.

Todos ali não passavam dos trinta, de acordo com a aparência, para a minha surpresa. Não eram velhos podres de ricos como na minha imaginação.

Caspian, pela primeira vez, sorriu sem parecer amargo. Seus colegas batia levemente em seu ombro e falavam coisas que o fazia rir.

Pisquei algumas vezes, me cobrindo o máximo com o casaco que Saly havia me dado. Observei o palco, estava repleto de mulheres seminuas, dançando no pole dance. Algumas desciam, e iam até as mesas dos rapazes.

Eles não pareciam formais... Parecia libertinos.

ㅡVeja só o que ele nos trouxe! ㅡ a voz de um me faz desviar os olhos do palco.

Meu Doce Vilão (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora