30| Erick

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O som da pancada ecoou mais uma vez pela sala.

Troco o peso do corpo para a perna direito, sentindo a outra dormente.

Eu já estava de pé há um bom tempo, observando o homem ser desconfigurado logo à minha frente por Caspian, o qual socava a cara do rapaz sem nenhuma dó. Até para mim, que já havia visto coisas piores, já estava incômodo.

Ele me assustava as vezes. Mas eu sabia que haviam fodido com ele uma vez, e isso tudo era raiva acumulada. Muita raiva.

Eu ainda não sabia como ele não havia esquartejado a garota e a enviado para Samir. Alguma coisa havia acontecido.

Caspian não queria matá-la?

ㅡ Abre a porra da boca! ㅡ Capian segura a sua mandíbula ensanguentada, e a sacode com violência.

O homem não reagia mais.

Eu não reconhecia mais o amigo à minha frente. Caspian não era o mesmo há muito tempo.

ㅡ Caspian...ㅡ o chamo, tentando o tirar da sede por sangue. Nós dois sabíamos que o prisioneiro não acordaria mais.

A porta é aberta por Saly de solavanco.

ㅡ Já acabou com a sua brincadeirinha? ㅡ remunga, se aproximando divertida.

As vezes ela encarnava uma adolescente implicante, era assim a sua forma de suavizar a situação.

Caspian bufa e empurra a cabeça do cara para trás, a qual pende sem nenhum esforço para o lado. Com um gesto seu, os homens desamarram o corpo e o arrastam para fora sem nenhum cuidado.

Cas vem até mim, suas roupas ensanguentadas, as mãos brilhando com o vermelho. Sua blusa estava desabotoada, expondo as tatuagens no peito, e a gravata desajeitada. O suor pingava na testa, molhando os fios escuros na testa.

Eu entendia o porquê sua porta sempre estava cheia de mulheres, olhando daqui.

Estendo a toalha e ele a pega, limpando as mãos.

ㅡ O que quer aqui? ㅡ olha feio para Saly.

Ela suspira.

ㅡ A garota está mal.ㅡ responde, direta.

Caspian não a olha quando diz:

ㅡ O que ela tem? ㅡ joga a toalha para mim e anda até a mesa onde havia deixado seus pertences.

ㅡ Vomitou a noite inteira. Sabe que Maysa odeia vômitos, ela também passou mal.

Caspian fica quieto, mas faz uma careta.
Me meto:

ㅡ Será alguma virose?ㅡ pergunto.

Cas ri.

ㅡ Virose...ㅡ me olha com um sorrisinho nos lábios.ㅡ Virose, Erick? ㅡ debocha.ㅡ Ela não deve estar acostumada com sangue.ㅡ diz e dá de ombros.

Reviro os olhos e me encosto no balcão.

ㅡ Deve ter sido uma crise. Morgana não ficou nada bem com o quê presenciou no salão. E ainda mais com Caspian a assistando logo em seguida... ㅡ Saly diz, e coloca as mãos nos bolsos, lhe dando um olhar enviezado.ㅡ Mas ela precisa se atendida. Realmente está muito mal.

Caspian fica quieto por alguns instantes. De repente me sinto inquieto em meu lugar ao pensar na garota.

ㅡ Eu não posso levá-la.ㅡ ela continua. ㅡ Caspian...ㅡ solta uma lufada de ar.ㅡ Estou falando sério!

ㅡ O que quer que eu faça? ㅡ a olha entendiado.ㅡ Se eu aparecer assim, ela termina de colocar as tripas para fora.ㅡ riu pelo nariz, amargo, e põe as mãos nos bolsos da calça. ㅡ Sem contar que a garota me odeia.ㅡ aponta para as sua vestes sujas de vermelho sangue. ㅡ Inclusive, preciso de um banho.

ㅡ Eu vou então.ㅡ falo rápido.

Imediatamente, os dois me olham de canto.
Agora, Saly esboça uma sorrisinho de lado e depois encara Caspian como se pensasse o mesmo que ele.

Franzi o cenho, irritado e constrangido com as insinuações.

ㅡ O que foi?!

ㅡ Nada não.ㅡ ela olha para os próprios pés, ainda sorrindo.ㅡ Só não se esqueça que a moça é comprometida.ㅡ ralha.

Reviro os olhos, a ignorando.

Caspian permanece calado, mas ainda me olha sério. Encaro Saly, a qual parecia morder as bochechas para não gargalhar.

Semicerro os olhos e não me segurou:

ㅡ Vai se fuder, Saly!

Mesmo assim ela continua:

ㅡ Pedro me disse que você ficou..
Como foi mesmo? ㅡ finge não se lembrar. Trinco o maxilar e lhe mando o dedo do meio antes de começar a andar em direção à porta.ㅡ Apaixonado! ㅡ grita, rindo.

Abro a porta, e a bato atrás de mim, ainda ouvindo Saly rir.

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Meu Doce Vilão (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora