Prólogo

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3 meses antes:

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3 meses antes:

Meus olhos queimavam, ardiam dolorosos com o choro que tanto tentava conter. Era impossível controlar, as lágrimas escorrendo silenciosas quando via nos olhos de meu marido a verdade estampada.

Dois dias atrás, recebi em meu whatsapp pessoal uma série de arquivos, onde meu excelentíssimo marido não só confessava traições, mas citava a maravilha do ocorrido e desdenhava de mim como sua esposa e como a parceira de cama que bem... Eu deveria ser.

-A infidelidade não é a questão aqui, Eduardo... -falo tentando engolir o choro. -Você quebrou o único que pedi uma promessa, que não me humilhasse, que não me tratasse como nada diante dos outros. E aí.. bem, você se vangloria de seus casos me humilhando?

-Não foi assim, só...

-Eduardo... -respiro fundo, as palavras nos áudios enviados por ele ecoando em minha cabeça. -Eu ouvi, tudo bem? Não há mais espaços para explicações. E sobre a traição, não é isso que me perturba, não sou a mulher mais santa.

-O que você quer dizer com isso?

-O que você interpretou?

Meu coração bate intenso no peito, acabo me sentando na borda do sofá e deixo que meus olhos se desviem da imagem do homem na qual me casei para o ambiente, o som da televisão me distraindo por um instante.

-Você me traiu, Simone? -ele pergunta afoito, rosto completamente vermelho.

-Sim. -digo no impulso, a fala dele em um dos áudios sobre amar foder uma garota voltando a minha cabeça. -Sim, o fiz e se soubesse, teria feito mais. -Uma grande, grande mentira.

-Você não está falando sério! -Ele diz com um riso, colocando as mãos nos bolsos.

-Não? E por qual motivo eu mentiria? -digo já mentindo, praticamente cruzando os dedos em minhas costas, sinto meu peito apertar.

-Orgulho ferido, talvez?
Desta vez um riso escapa de mim. Não consigo segurar, chego a observar o teto de gesso esperando que ele caia em minha cabeça. Inacreditável.

-Apenas se for o seu. Quem deixou nossa cama uma geleira do Alasca foi você, e preciso de falar que ela foi muito, muito bem aquecida das últimas vezes.

-Com quem você fez isso? Você deve ter um nome se foi tão bom. -fala irradiando raiva, e eu só consigo cruzar minhas pernas e observar seus movimentos furiosos.

-Claro que tenho um nome, repeti várias vezes, não poderia esquecer.
Que grande mentirosa, Simone. Nem havia um alguém, quizás um nome.

-Diga o nome dele, eu vou matar esse desgraçado!

Sua voz aumenta, meus pelos do corpo inteiro se arrepiam em alerta e só suspiro. Deveria ter me mantido calada naquele momento e não revidado com uma mentira.

Em Nome do Argumento - Simone e Alessandro - SimolonOnde histórias criam vida. Descubra agora