XV - Reflexo

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No apartamento silencioso, o cheiro de Simone parece estar em cada centímetro cúbico dele

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No apartamento silencioso, o cheiro de Simone parece estar em cada centímetro cúbico dele. É quase absurda a forma como a energia que emana dela se agarra em todos os lugares, me deixando em uma estranha mas constante presença sua.


Mas, depois de um banho e de arrumar a cama que antes bagunçamos, ainda me questiono e agradeço de uma forma esquisita ao céu o grande merda que seu marido é. Se ele fosse um bom homem para ela, é muito provável que nossa história nunca aconteceria.

Isso não remove nem um quinto de minha raiva acumulada pelo dito cujo, mas em algum lugar de minha história com Simone, sinto que ele há de receber algo muito mais doloroso que um soco. Mas, se não ocorrer... não me importaria de fazer de sua cara uma péssima marca de molho de tomate.

O ocorrido com Simone dentre essas paredes me faz pensar no quão pau no cu ele já foi com ela. E como teve a capacidade de não mudar o sentido da rotação do planeta se fosse necessário para fazer dela uma mulher feliz, completamente feliz.

É isso que chamo de um completo idiota.

Penso em mil e uma questões para isso, um jeito entre nós dois para que ela tenha a real consciência da mulher incrivelmente fantástica que ela é.

Convenhamos, nenhum relacionamento é apenas cama e isso é um fato que deveria ser debatido entre as pessoas. Mas, grande parte dele é sim. Imagino como foi para ela se sentir rejeitada, oprimida, insuficiente, com medo de sua própria capacidade em se sentir mulher.

Eu, depois de tantos anos de vida e um casamento que de uma forma muito peculiar acabou me dando minha melhor amiga, aprendi muito no passar desse tempo. Mas é estranho, até mesmo no pensar de minha cabeça rota sobre a conexão que encontrei com meus braços rodeando o corpo de Simone.

Em meu sofá, quando defini que o que criamos era um tipo diferente de fazer amor, não era um blefe.

O ritmo diferente de meu peito, o ardor para respirar, meus olhos que não pareciam o bastante para capturar todas as suas expressões eram a prova viva e doce sobre este fato.

Sem hipocrisia, era uma delicia estar dentro dela, ouvindo seus gemidinhos, o correr trêmulo de suas mãos por mim e aquela coisa do tesão que as pessoas contam sentir. Mas com ela... era tão além disso.

Sentia como se um pedaço de mim que até beijar sua boca não fazia falta, agora realmente fosse encontrado e se encaixasse em mim com maestria.

Queria, pensando até de forma orgulhosa e de ego inflamado, ser eu o homem capaz de apagar seus medos, seus traumas, ser o despertar de seus desejos mais insanos e ao lado dela, cumprir cada um deles.

E foi, com essa constatação óbvia de estar me apaixonando por Simone, que decidi usar tudo ao meu alcance e mais um pouco para a fazer se sentir amada.

Em Nome do Argumento - Simone e Alessandro - SimolonOnde histórias criam vida. Descubra agora