XXX - sim ou não

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Depois que ela me liga e desliga a chamada, as engrenagens em minha cabeça giram e giram descontroladamente.

O sono que já era algo superestimado naquela noite acaba se tornando nulo.

Sem ele, acabo por jogar o nome dela em sites de busca e em todas as redes sociais que possuo, não demorando para ficar furioso ao encontrar dezenas de fotos dela junto do marido em diversos eventos, um deles que me causa uma ânsia quase irreversível. É o dito homem, rodeando sua cintura e segurando-a pela nuca em um beijo que nitidamente as meus olhos é forçado.

Entres lençóis de minha cama                bagunçada, acabo passando a noite em claro tentando imaginar uma rota de fuga para os sentimentos dentro de meu peito que machucam como uma ferida exposta.

Sua voz tão pesada, cheia de sofrimento e angústia, é completamente impossível de ser ignorada.

Me pergunto uma centena de vezes o que ocorreu, revivo as memórias, tento entender qual tipo de ameaça aquele corno filho mal nascido usou contra ela.

Ele seria capaz de ir tão baixo assim?

O que a prende tanto a ele?

Seria realmente só sua imagem?

Seria dinheiro?

Nada fazia sentido.

No amanhecer, acabo levantando da cama mesmo exausto.

Frente ao espelho, mal me reconheço, mas não dou tanta importância ao reflexo que parece me encarar zombeteiro.

O banho gelado me desperta um pouco, este que tomo depressa e empurro logo em seguida uma xícara de café forte para dentro do estômago, a busca de qualquer tipo de energia.

Mas a tal onda de energia vem em forma de Adrenalina antes do meio do dia, quando a vejo chegando com ele, com os dedos fortes segurando o pulso dela e praticamente a arrastando pelo estacionamento.

Não há outra solução, terei eu de arriscar.

Seja o que Deus quiser.

Depois de cometer a maior loucura dos últimos dias e não saber saciar minha vontade de ouvir sua voz, ligo para ele

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Depois de cometer a maior loucura dos últimos dias e não saber saciar minha vontade de ouvir sua voz, ligo para ele.

O resultado de minha impulsividade não me consola, muito pelo contrário. Me lamento sozinha no quarto escuro, deixo que o choro me leve ao cansaço e o sol já ameaça a nascer quando finalmente apago exausta.

Acordo pouco tempo depois e as olheiras que não são capazes de ser escondidas com a maquiagem me acompanham ao meu primeiro dia de senado depois de uma licença na qual nada era bem vinda.

Minha cara certamente poderia ser chamada como a cara da doença, já que todos os olhares, mesmo me cumprimentando e sendo grande parte deles com muita gentileza, não escondem o olhar surpreso das pessoas, dos colegas que antes tínhamos contato diário.

Em Nome do Argumento - Simone e Alessandro - SimolonOnde histórias criam vida. Descubra agora