Alessandro sobe na cama, meus olhos nele o tempo inteiro. Seus dedos adentram meu pijama, tocam meu estômago suavemente e um pouco mais acima, ele espalma sua mão entre meus seios e é como se vibrasse todo meu interior, cada grama de meu corpo.
Acordo em um sobressalto, celular vibrando descontrolado contra meu peito.
O quarto está em uma penumbra, e encarar o celular é um pouco complicado. Me pergunto se ainda estou dormindo quando vejo a foto de Alessandro na tela do celular que ainda vibra.
Atendo levando ao ouvido.
—Alô?
—Linda Simone, você está bem?
Afundo no colchão em meio ao escuro.
—Oi, estou. Que horas são?
—Você já estava dormindo? —Ele pergunta baixinho. —São vinte horas e dezesseis minutos.
—Meu Deus... —murmuro, isso explica minha boca seca.
—Simone, você está mesmo bem? Fiquei preocupado quando não retornou minha mensagem.
—Eu, eu só... —Respiro fundo. —Apaguei. Acho que foi cansaço acumulado.
—Hm, desculpe te acordar. —Ele fala baixinho. —Vou deixar que você descanse.
—Oh, não! —Falo mais rápido que o necessário. —Preciso levantar.
Levanto da cama, meu corpo parece exausto. Acendo as luzes, observando ao redor e logo a porta chaveada.
—Ale, um minuto. —digo na linha e então coloco o telefone em meu peito e logo o ouvido contra a porta, encontrando o silêncio do outro lado.
—Você ainda está aí? —Pergunto assim que coloco o celular no devido lugar novamente.
—Claro que sim, querida.
—Bom, então. Preciso tomar um copo d'água, acho que vou morrer de desidratação... —lhe digo com uma risadinha.
—Como é atriz dramática essa senadora... —Ele ri.
Cuidadosamente giro a chave na porta, abrindo-a lentamente e observando o corredor. As luzes ainda estão acessas, e em passos silenciosos caminho pelo apartamento agradecendo ainda mais por estar sozinha.
Sem pensar duas vezes, vou até a porta de entrada e além de girar a chave, prendo a tranca interna.
—Simone, você está mesmo bem?
—Sim, estou. Eu só... Apaguei de um jeito que não acontece há muito tempo, estou até surpresa. —digo engolindo o nó que tenta se formar em minha garganta.
—Tem vezes que precisamos, não é mesmo?
—Parece que sim.
Na cozinha, tomo um longo copo de água e observo a forma de gelo derretido na bancada. Tento ignorar, mas é mais forte que eu.
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Em Nome do Argumento - Simone e Alessandro - Simolon
FanficDentre as quatros paredes prestes a desabar de um casamento já em ruínas, Simone escuta atenta a confissão do marido sobre a quebra de uma única promessa feita entre os dois. Diferente da imagem pacífica que a sociedade tem sobre ela, o sangue da m...