Dentre as quatros paredes prestes a desabar de um casamento já em ruínas, Simone escuta atenta a confissão do marido sobre a quebra de uma única promessa feita entre os dois.
Diferente da imagem pacífica que a sociedade tem sobre ela, o sangue da m...
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Quando retorno para Brasília, ainda há bagunças em meu apartamento. Inclusive, a xícara de café vazia de Alessandro no escorredor de louças.
Isso me faz lembrar mais uma vez do ocorrido de sexta, mas me lembra muito mais de nossa simplicidade, da facilidade da convivência entre nós em um simples desjejum.
Acabo de sair do banho quando meu celular toca, a foto de Alessandro na tela.
-Oi, lindo.
-Oi minha linda panterinha, como você está?
Incrível como ele consegue fazer meu coração acelerar com tão pouco. Sempre é surpreendente a sensação.
-Exausta, mas bem. E você?
-Já está em Brasília? -Pergunta e ouço o burburinho ao fundo na chamada.
-Sim, cheguei tem algumas horas. E você? Volta hoje?
-Acredite se quiser, acabei de desembarcar, estou esperando minha mala. Tive que despachar, infelizmente.
-Hm, e então resolveu me ligar?
-Sim, estava com saudades da sua voz.
-Estava? -pergunto enquanto reviro minha gaveta em busca de uma calcinha.
-Você não faz ideia, linda.
-Eu também estava, sabia?
A fala sai de mim genuína, a verdade.
Não era mentira quando dizia que Alessandro parecia me adentrar os poros. Tudo me fazia lembrar dele, tudo me fazia ansiar vê-lo outra vez.
-Ah é? Que maravilha, minha linda. -Ele diz com uma risadinha.
-Você está indo para casa?
-Irei, assim que minha mala aparecer. Mas vou passar em algum restaurante para pegar algo para comer, não como nada tem horas.
Uma ideia me surge em um estalar, o arrepio em minha lombar e respiro fundo, molhando meus lábios com a língua.
-Alessandro?
-Diga, minha linda.
-E se... -respiro fundo. -E se eu pedir algo em um restaurante para jantar e você vier jantar comigo? O que você acha?
-Você quer minha companhia, minha linda? -Ele pergunta com a voz rouca, eu com o coração acelerado segurando o telefone firme contra o ouvido.
-Sim.
-Hm, então, minha mala acabou de chegar. Vejo você em alguns minutos, minha panterinha.
-Ale, espere... O que você quer jantar?
-Você, minha linda.
E então a chamada fica muda, e eu fico olhando para o celular e sorrindo como uma boba... Uma boba completamente apaixonada por ele.
