XI - Confissões

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Seco o corpo de Simone com carinho, trocando beijos suaves e sorrisos sorrateiros no processo. 

Ela se acomoda a cama, sentada contra a cabeceira com a toalha nos cabelos e eu aproveito o tempo dela se arrumar para dormir para fazer uma xícara de chá.

Seus olhos brilham ainda mais quando retorno ao quarto com a caneca fumegando, agradecendo baixinho enquanto tiro meu roupão e visto o pijama.

Ao retornar ao quarto, lhe entrego uma de minhas camisetas de pijama e ela sorri acanhada, rubor subindo em suas bochechas e eu me viro, ouvido o farfalhar dos lençóis.

Ela se esconde novamente como em todas as vezes que fragmentos da mulher intensa surgem, e eu mesmo revirando incontrolavelmente meus olhos, dou o espaço que ela precisa.

Quando deito ao seu lado na cama, Simone se contorce várias vezes de um lado para o outro.

—Simone... —resmungo para ela, guiando minha mão no colchão e tocando sua cintura.

—Não sei se consigo. —Ela bufa, virando no colchão e encarando o teto.

—Não sabe se consegue o que? Dormir?

—Dormir com você. —Ela reclama e eu adoro o rubor de suas bochechas ao final de sua frase. —Não é você, —Se corrige depressa. —Eu só não... Faz tanto tempo que... —suspira e seus olhos se fecham.

Me apoio ao cotovelo na cama, encarando seus traços e giro meu corpo para ficar de frente para ela também.

—O quê, você não sabe mais dividir a cama? -pergunto baixinho.

—Você pode me culpar? —Ela diz e me encara, tentando não sorrir.

—Não, não posso. —falo e é uma grande verdade. —Mas você sabe que não precisa ter receios comigo, não é mesmo?

—Eu sei... —Ela suspira.

—Você sabe também que posso te levar para casa se quiser, não sabe?

Simone acena em concordância, mas então rola nos lençóis e se posiciona de frente para mim. Seus olhos varrem meus traços, ela se aproxima um pouco mais e acaricia primeiro minha bochecha e logo meu lábio inferior com o seu polegar.

—Vou dizer algo, mas você não pode usar isso contra mim. —me diz baixinho.

—Juro, de dedinho. —Digo em mesmo tom, encarando seus olhos escuros.

—Tem muitas coisas que desaprendi, ou nunca soube fazer ao longo da vida. Você me mostrou várias destas desde que te usei como um argumento.

Aquilo me estufa o peito, seus olhos escuros me encarando profundos e suas palavras tão honestas.

Desta vez sou eu quem me aproximo, fazendo-a erguer sua cabeça para passar meu braço por debaixo dela, colando a frente de seu corpo no meu com meus dedos acariciando suas costas.

—Jamais usaria isso contra você. —Falo em um murmúrio, mas ela me escuta e acena em concordância. —Vou estar aqui, seja para reaprender ou desbravar tudo o que você deseja, sim?

Simone acena novamente, se aproxima de meu rosto e segurando em minha mandíbula, me beija com carinho, um longo selinho.

—Posso tentar algo para te fazer dormir? —pergunto honesto e ela arqueia a sobrancelha, segurando um risinho. Mas ela me diz um sim baixinho, e eu aproveito sua guarda que baixa para puxa-la para mais perto, usar minha mão livre para erguer sua coxa e colocá-la em meu quadril.

Sua pele se arrepia no primeiro contato, mas ela apenas suspira e fecha os olhos, mantendo-se em meu abraço. Deslizo os dedos para cima e para baixo em sua coxa infinitas vezes, e diante de seu respirar tranquilo e da quietude do sono, a aperto mais em meus braços e me permito também dormir.

Em Nome do Argumento - Simone e Alessandro - SimolonOnde histórias criam vida. Descubra agora