Capítulo 20

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— Esse silêncio tá terrível — Comentei me ajeitando sobre a poltrona macia do hospital — Eu não morri, beleza?

— Mas poderia ter morrido — Emma disse olhando para Rafe que estava de braços cruzados próximo a janela.

— Não tinha como saber que ela é alérgica — Kelce defendeu o amigo.

— Nem eu sabia, não tinha mesmo como saber, tá tudo bem — Voltei a dizer — Será que vai demorar muito esse soro? Eu ainda tô com fome.

— A gente vai ver se consegue alguma coisa — Emma avisou saindo junto ao Kelce.

— E a gente vai tentar falar com — Traci travou — Com meu pai, pra ele avisar o meu tio — Ela disse praticamente precisando arrastar Topper de uma poltrona próxima, a garota avisou fazendo gestos enquanto tampava a boca levantei minha mão livre próxima ao rosto sem entender.

Quando a porta foi fechada o quarto ficou em silêncio.

— Você deveria te me dito que era alérgica — Rafe quebrou o silêncio.

— Mas eu não era.

— É impossível você não saber quando é alérgica a alguma coisa, quantos anos você tem enfim?

— O que isso tem haver? Está dizendo que eu sou imatura demais por nunca ter provado comida japonesa antes?

— Impossível.

— Eu gosto de peixe frito, uma porção com limãozinho e pimenta — Falei — E a culpa é sua, como você me convence a comer algo de origem duvidosa sem saber se eu posso?

— Seus pais não estão em Outer banks?

— O que?

— A magricela disse que ia avisar ao pai para que o tio ficasse sabendo, você não me disse se é mesmo daqui.

Passei a língua entre os lábios.

— Eu passo as férias aqui, venho quando meus pais vão fazer longas viagens de negócios então não, não sou daqui.

— Com tantos lugares para ir, por que aqui?

Apertei os lábios pensando no que dizer, com um curto sorriso tentei usar um dos truques idiotas do JJ.

— E por que não?

O ouvi dizer isso algumas vezes para turistas que faziam perguntas como "com tantas garotas, por que eu?" Ou então "você deve dizer isso para todas".

No final não importa qual foi a pergunta, qualquer uma delas acaba sorrindo e terminando sua noite na cama do meu quarto de hóspedes com o loiro.

— Vai ficar por quanto tempo?

— Está pensando e vai ter tempo de me chamar pra sair?

— Na verdade estou pensando em levá-la direto pro meu quarto.

— Você se acha tanto, não vou dormir com você.

— Ninguém falou em dormir — Ri de nervoso.

— Não vai rolar.

— Olha, eu realmente aprecio as suas tentativas em negar o que você tanto deseja.

— Tanto desejo? Você? O ego de um kook realmente é algo inquebrável.

— O que quer dizer com isso?

— Que vai precisar implorar bastante se quiser me convencer e eu não sou tão fraca quanto você foi.

Ele abriu os lábios para dizer algo, mas a porta abriu e Emma passou por ela com um sorriso animado.

— Pudim de chocolate — Balançou o potinho — Mas a enfermeira disse que você não pode comer até o remédio fazer efeito ou seja, é todo meu.

— Senta aqui do meu ladinho — Pedi — Me deixa pelo menos sentir o cheiro de uma comida de verdade.

Ela se apertou na poltrona do meu lado e colocou o dedo indicador sobre os lábios antes de molhar a colher no pudim mole e levar até os meus lábios de uma forma bem suave.

Apoiei minha cabeça sobre seu ombro me perguntando como pude ter ficado tanto tempo longe dela.

Segunda opção - Rafe Cameron Onde histórias criam vida. Descubra agora