Capítulo 46

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— Eu não sei mais onde procurar — Emma disse enquanto a gente se arrastava pelas ruas do figure 8.

— Talvez a gente deva ir até a casa do Barry, eu sei onde fica.

— Não, enlouqueceu? A gente não vai até a casa de um traficante sozinha.

— Então pensa em alguma coisa.

— Vamos falar com o Rafe, você disse que eles saíram juntos então talvez ele saiba onde essa doida se meteu.

Emma bateu algumas vezes na porta dos Cameron até que uma garota com tranças escuras abriu a porta, ela ainda vestia pijamas e estava com remela nos olhos.

— A Sarah não tá aqui — Disse sem se esforçar pra dar atenção pra gente.

— Ótimo, cadê o seu irmão? Tá no quarto? A gente vai subir — Emma já foi logo entrando — Boa volta só sono, whezzie.

Acenei sem graça pra menina quando passei por ela.

— Bom dia senhor Cameron — Emma e eu desejamos juntas para o homem que tomava café enquanto lia o jornal andando pela sala.

O homem levantou os olhos olhando em nossa direção e em seguida voltou sua atenção de volta ao jornal dizendo que prefere não saber.

— É esse aqui — Emma disse já abrindo a porta do quarto, no cômodo escuro Rafe estava sentado na mesa de canto com a cabeça caída sobre a mesa suja — Mas que merda — A garota foi até o interruptor enquanto eu fechei a porta.

— Ele tá vivo?— Perguntei a ela com receio.

— É claro que está, só tá muito doidão, tenta falar com ele — Falou entrando no banheiro que estava aberto.

Me aproximei da cadeira e usei meu dedo indicador para cutucar sua pele gelada sentindo seus batimentos.

— Rafe — Balancei seu corpo — Rafe — Insisti — Seu viciado de merda dá pra acordar?

— É um pesadelo, só não sei se é um raio de sol ou meu pai falando — Ele não se mexeu, mas ouvi essas palavras saírem por seus lábios entreabertos quase contra a mesa.

Puxei seu corpo para cima e coloquei minhas mãos sobre seus ombros para ajudá-lo a se equilibrar, Rafe piscou algumas vezes.

— Por que você faz isso com você?— Lamentei em voz alta, passei minha mão por seu rosto tirando o pó que se espalhava por ele.

Mas não adiantou, já que no segundo seguinte senti minhas mãos se molharem junto só seu corpo.

— Emma, não precisava disso — Reclamei com ela — Vai piorar as coisas.

— Olha pra ele, precisa acordar se quisermos que ele diga alguma coisa e se ele não começar a falar a gente vai enfiar ele naquela banheira e jogar água com a mangueira da privada até que ele acorde.

— Tenta respirar — Falei pra ela que se afastou — Ei, olha pra mim — Segurei o rosto do garoto fazendo ele me encarar com os olhos pesados — Você sabe da Traci?

Rafe negou tentando escapar do meu toque.

— Onde vocês foram ontem a noite?

— Sem ciúmes, a gente é amigo.

— Eu tô falando sério, por favor.

Rafe se soltou do meu aperto e encostou sua cabeça em meu ombro.

— A gente foi junto até o Barry, eu peguei a minha parada e a sua amiga queria o lance dela — Contou — Ela não quis uma carona volta, não vi ela mais depois disso.

Olhei para Emma dizendo com o meu olhar onde nós precisamos ir, ela apoiou a mão sobre a testa abaixando a cabeça pensativa.

— O que tá rolando?— Rafe perguntou agora olhando pro meu rosto.

— Nada, você precisa dormir — Sorri sem jeito — Vem, eu te ajudo a ir pra cama.

— Não preciso de ajuda.

— Claro que não — Falei puxando seu braço para ajudá-lo a se levantar — Emma — Pedi ajuda dela que ajeitou os travesseiros sobre a cama antes de me ajudar a colocar Rafe sobre ela — Fica deitado de lado — Coloquei um travesseiro atrás das costas dele.

— O que aconteceu com a Traci?— Ele perguntou de olhos fechados.

— A gente vai cuidar disso — Toquei seus cabelos agora oleosos e pesados.

— Não — Rafe disse — Fica aqui, fica comigo.

— Eu volto mais tarde pra ver como você está.

Me afastei da cama indo até perto da porta onde Emma estava.

— O que a gente faz agora, não podemos ir até lá sozinhas.

— É, por isso eu vou ligar pra polícia — Segurei a mão dela antes que ela tirasse o celular do bolso.

— Tá doida? Quer chamar a polícia e arrumar inimizade com gente perigosa? É uma péssima ideia.

— Não consigo pensar em mais nada.

— Vamos passar na minha casa — Sugeri — John B pode ir com a gente.

— Não custa tentar.

Segunda opção - Rafe Cameron Onde histórias criam vida. Descubra agora