— Não repare nessa zona — Falei quando entramos na minha casa — Vou chamar meu irmão.
As portas dos quartos estavam todas fechadas, então é muito provável que todo mundo esteja dormindo se não já saíram para "curtir".
Abri a porta do quarto de John B de uma vez, assustando o garoto que puxou o lençol se cobrindo.
— Não quero ver suas nojeiras — Falei fazendo careta — Pode se vestir? Preciso de ajuda.
— Não tá meio cedo pra você vir me pedir favores.
— Já são duas da tarde e o nosso laço sanguíneo permite que eu te peça favores a qualquer momento.
— Bom dia — Sarah sorriu sem jeito, aparecendo do outro lado do corredor, ela vestia uma das camisas de botões de John.
— Que nojeira — Comentei tentando não prestar muita atenção na situação que eu poderia ter presenciado — Por favor, John B.
— Não — Ele disse, óbvio.
— Eu pedi, por favor seu idiota desagradável.
— Tenho mais o que fazer.
— Nada deveria ficar acima de mim, eu sou sua irmã e você tem que cuidar de mim.
— Aconteceu alguma coisa?— Sarah me perguntou — Você parece preocupada.
— Aconteceu que seu namorado não quer ir no Barry comigo.
— O que? Barry? Você não usa nenhuma daquelas merdas, Maya.
— É, mas alguém que eu conheço usa e não dá notícias a quase doze horas.
Sarah virou o pescoço trocando olhares com John B.
— Eu vou com você — Ela disse indo se vestir.
— Sem chances — John se opôs — Qual o problema de vocês? É o clube do heroísmo?
— A gente não precisa de você, somos três mulheres corajosas o suficiente pra irmos sozinhas — Não somos, levanta — Vou esperar você na sala, Sarah.
Deixei o cômodo antes, passei no meu quarto, entrei em passos leves para não acordar JJ e coloquei um par de tênis para caso eu precisasse correr ou algo do tipo.
Quando retornei à sala, meu irmão já me esperava junto com Sarah e Emma que parecia explicar a situação.
— Podem me esperar na combi — Falou pras meninas — Eu preciso falar com você.
John B fechou a porta assim que elas saíram.
— Me diz que não está envolvida com isso.
— Com o quê?
— A vida kook, sexo, drogas e a ilusão de amizade com o Barry.
Neguei.
— Não estou, com nenhuma dessas três coisas.
John B passou as mãos pelos cabelos.
— E Rafe Cameron?
— Do que você está falando?
— Eu vi como você beijou ele ontem a noite, Rafe Cameron é viciado em drogas, é um dos grandes pegadores dessa ilha e acredita ser amigo de um traficante perigoso. Não quero que você corra riscos, que ele te coloque em riscos.
Passei a língua entre os lábios pensativa, talvez meu irmão tivesse razão, mas eu não queria acreditar.
— Ele não vai me colocar em riscos, não precisa se preocupar com isso.
— Vai me contar se as coisas mudarem?— Assenti enquanto ele me puxava pra um abraço desajeitado — A gente é irmão, cuida um do outro, mas eu não vou conseguir proteger você se você mentir pra mim. Entende?
— Eu sei, não vou mentir — Espero não precisar.
As garotas e eu ficamos na combi enquanto John B saiu para falar com Barry, o traficante nos olhou de relance e acenou com a mão como se fosse uma situação normal de seu dia a dia.
— Ela passou aqui por volta das quatro da manhã sozinha com o que ele chamou de grande meleca, ele disse que não ia vender então ele foi embora.
— Por que ela veio durante a festa e conseguiu drogas, mas de manhã não?— Sarah pensou em voz alta.
Acertei minha cabeça no vidro me ligando no que aconteceu.
— Ele não vende pra ela, não quer dizer que não pode entregar pra alguém repassar — Eu contei enquanto John B dirigia devagar.
— A grande meleca é um carro?— John B perguntou.
— É um conversível verde limão.
— Então já encontramos — Ele disse mudando de estrada, no carro verde, mal estacionado com o banco de trás quase deitado por completo Traci estava com a boca espumando e com os braços esticados.
Precisei esticar o braço para que Emma não caísse para trás.
John B esticou o braço tocando o pescoço dela e em seguida respirou aliviado.
— O resgate vai demorar muito pra chegar aqui — Falou se afastando — Emma você precisa levar o carro.
— O que? Não — Ela disse com lágrimas escorrendo pelo rosto — Eu não posso, eu não conseguiria, não, não dá, a gente precisa chamar ajuda.
— Não vão vir, quando falarmos o que é vão entender que é uma overdose e então não vão vir, não é prioridade — Sarah disse olhando para as seringas jogadas no tapete de veludo do carro.
— É a filha do prefeito — Emma disse — Se dizer isso eles vão vir.
— Vão esconder o caso, vai ter burocracia antes de chegarem aqui — John B voltou a dizer — Maya, você dirige.
— O que? Eu? Eu não sei dirigir — Lembrei com a voz falhando.
— Eu dirijo — Sarah tomou iniciativa — Mas eu não posso estar sozinha quando chegarmos ao hospital.
Abri meus lábios para dizer que iria com ela, mas fui impedida por meu irmão.
— É melhor que as duas kook cheguem juntas — Ele disse — Vão dar um jeito de dizer que você tem algo haver.
— O que? Mas eu não uso nada dessas coisas, não tem como provar que eu estava com ela.
John B abriu a porta para que Sarah entrasse no veículo.
— É o prefeito da cidade escondendo os problemas da família, é muito mais fácil jogar a culpa na amiga má influência do que admitir o que tá rolando — Sequei uma lágrima que escorreu por meu rosto, John B está certo.
— Me liga quando tiverem notícias — Falei a Emma enquanto me afastava.
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Segunda opção - Rafe Cameron
FanfictionSecretamente apaixonada por seu melhor amigo, Maya precisa reprimir ainda mais seus sentimentos após ouvir que sua melhor amiga Kiara também é.