Segunda opção - Rafe Cameron

Capítulo 81

— Isso é da Sarah ou da whizzie? — Rafe perguntou assim que eu desci de seu carro.

— Por que, tá feio?— Perguntei ajeitando o vestido, ele não é decotado, só um pouco apertado.

O vestido vermelho de Sarah parecia ter me servido muito bem quando me olhei no espelho.

Rafe puxou a saia do vestido pra baixo.

— Está faltando pano.

— Para de mexer no meu vestido, vai esticar — Eu já havia me esquecido da Sarah naquele momento, a loira ajeitou os cabelos e encarou o barco lotado a sua frente — Topper sabe como dar uma festa.

De fato, o iate luxuoso do Thornton estava lotado de adolescentes dançando ao som de uma música pop alta, haviam boias penduradas na lateral indicando que mais tarde tudo acabaria em um banho de mar e eu podia sentir o cheiro da essência na fumaça de onde estavamos.

Sarah começou a andar à nossa frente, ela parecia decidida a fazer essa noite valer a pena, provavelmente chateada com o sumiço do meu irmão. Não acredito que ele esteja fazendo algo que vá magoar a garota, então tenho medo que ela acabe o machucando.

— Por que trouxemos ela?— Rafe me perguntou enquanto ela se afastava, levantei meus ombros sem saber o que responder — Deixou ela te manipular também, não deixou?

— Eu tô fraca hoje.

— E tá muito bonita — Rafe me fez sorrir enquanto me aproximava para selar nossos lábios por alguns segundos.

— Você também está lindo — Elogiei com nossos rostos quase colados antes de deixar que ele me beijasse.

— Ei casal feliz — Ouvi Traci gritar e me afastei de Rafe, podendo vê-la no barco usando um chapéu de marinheiro — O capitão estava esperando vocês marujos — Tomou um gole de sua bebida colorida — Embarquem.

— Ainda podemos assistir o filme?— Perguntei encostando minha cabeça contra o peito de Rafe, o Cameron esfregou sua mão nas minhas costas.

— Não, você não me fez colocar uma roupa e dirigir até aqui atoa.

Antes de poder convencê-lo, o garoto entrelaçou nossos dedos e começou a andar em direção ao barco. Eu nunca havia visto aquelas pessoas ali presentes, então apenas ignorei a existência de todo mundo procurando pelos nossos amigos.

Como já era de se esperar, Traci e Topper dividiam o mesmo neurônio exibindo o painel de luxo do barco de chapéu combinando. Já Emma e Kelce não pareciam felizes sentados lado a lado, a loira com um bico enorme no rosto.

Sarah Cameron já estava com um copo de bebida misturado às pessoas estranhas.

— Aí como a minha esposa está linda — Falei me sentando ao lado de Emma.

— Sim e ela já estava pronta pra dormir, sabia que dizem que não se deve levantar da cama depois que se deita pra dormir? Costuma ser a morte chamando, estando nesse barco com essas pessoas esquisitas eu não duvido nada.

Eu não tinha pensado nesse lado.

— Não faz isso — Kelce disse também nada feliz — Não estrague a noite deles também.

— Eu não estou estragando, quem disse isso foi a minha avó.

Se a avó disse é porque deve ser verdade, avós não mentem.

Estava pensativa sobre descer ou não daquele barco quando ele começou a andar, todos os adolescentes presentes soltaram um gritinho animado.

Senti Rafe dar um beijo em meu ombro como quem tenta me tranquilizar.

— Agora já era, só se a gente voltar nadando — Kelce disse se levantando — Vou pegar uma bebida forte pra você.

Ele logo se misturou ao povo, Emma cruzou os braços e jogou o pescoço pra trás desanimada.

— Hey DJ, póngale la música que le gusta — Ouvi quase todos cantarem em uníssono fazendo a vontade de vir a festa finalmente aparecer pra mim.

— Eu amo essa música — Falei me levantando e estendendo minha mão para Emma, ela negou — Você não pode negar uma dança pra sua melhor amiga.

Ela revirou os olhos antes de segurar na minha mão.

— Onde vocês vão?— Kelce perguntou chegando antes que nós misturassemos.

— Dançar — Respondi puxando minha amiga pra multidão sem dar tempo que ele ou Rafe viessem a intervir em nossa diversão.

— Pero tu mirada no me engaña y tu cintura — Cantei dançando perto dela com a de anima-la, mas Emma estava dura na queda aquela noite. Foi preciso mais da metade da música para que ela se envolvesse na diversão e assim que ela terminou ela me puxou de volta aos garotos que permaneciam sentados no mesmo lugar com suas caras de kooks, olhando todo mundo com superioridade.

Quando Emma se sentou quieta estranhei mais uma vez, algo parecia estar mesmo a incomodando.

Sorri pra Rafe, mas não me sentei novamente, fiquei cantando e dançando parada aí próxima a eles.

Estava quase em um show particular do Maluma quando alguém esbarrou em mim, um garoto de pele negra e tranças no cabelo, ele se desculpou, sorriu e piscou na minha direção.

Antes que eu pudesse reagir, fui puxada de volta ao banco deixando um gemido de dor escapar por meus lábios.

— Que isso, Rafe, você me machuca — Reclamei.

— Dá pra você parar de agir assim?

— Assim?

— Dançando com esse vestido curto na frente de todas essas pessoas, tá todo mundo olhando.

— E daí? Eu não conheço essas pessoas — Ele me encarou de cara fechada, parecendo estar bravo — Por acaso não está com ciúmes, está?

Kelce e Emma fingiam disfarçar que não estavam ouvindo, enquanto falavam uma coisa ou outra sobre a bebida de seus copos.

— Não — Ele negou.

— Ótimo, porque não precisa — Sorri segurando seu rosto para beija-ló, eu estou viciada nesses lábios — Não importa quantos deles olhem pra mim, é você quem me tem, Rafe.

Agora o casal começou a rir nos fazendo virar para encará-los.

— Desculpa — Emma coçou a garganta — É que vocês são tão fofos e começo de relacionamento é algo tão lindo, fico até emocionada.

Assim como eu, Rafe preferiu ignorar o comentário da loira. Ele passou o braço pela minha cintura e me puxou pra mais perto como se estivesse com medo que eu saísse correndo.

Eu ainda queria cantar e dançar aquelas músicas, era uma festa, pra isso estávamos ali.

Mas eu trato ficante como namorado.

Acho o ciúmes dele a coisa mais fofa do mundo e não consigo reagir a não ser retribuir seu carinho sorrindo feito uma boba.

Sentindo meu coração acelerar e dando risada de qualquer coisinha que ele diz.

É estranho, eu nunca me senti assim.

Olha que eu acreditei estar apaixonada a minha vida toda, eu acreditei tanto que nunca me senti como me sinto agora.

— Pra minha gatinha — Tracie disse vindo em minha direção com um copo verde — Gin maçã verde — Ela disse animada sorrindo.

— Uh, que delícia — Falei pegando o copo, dei um gole na bebida e lambi os lábios sentindo sabor doce — Isso é muito bom — Ofereci a Rafe que negou — Ótimo, mais pra mim — Brindei com a garota.