— Carro novo?— Perguntei saindo da casa e vendo Rafe encostado em um jeep Wrangler vermelho que eu ainda não tinha visto.
— Talvez, sua amiga Emma acha que você vai aprender a dirigir de uma maneira mais prática se for em um carro zero — Disse despreocupado — Talvez ela fosse uma motorista melhor se tivesse tentado essa tática.
A Emma deve estar ficando louca, se eu bato um carro desse preciso ressuscitar umas cinco vezes e viver até os 80 anos em cada uma delas.
Rafe jogou a chave na minha direção.
— Sabe onde colocar isso, não sabe?
Não exatamente.
— Com toda certeza — Menti dando a volta no veículo, tive um pouco de dificuldade para subir e joguei minha mochila no banco de trás — Não tem banco — Questionei em voz alta me levantando um pouco pra ver que não.
— É removível, como o teto — Rafe colocou o cinto de segurança — Vamos acabar logo com isso, liga o carro.
Coloquei a chave a girei uma ou duas vezes não tenho nenhum resultado.
— Maya — "O que" respondi concentrada — Pisa na embreagem e tira os chinelos.
Joguei meus sapatos para trás junto à mochila e coloquei os pés sobre os pedais.
— Esse é o freio — O Cameron me corrigiu — Embreagem é o primeiro, o segundo o freio e o menor o acelerador. Primeiro você pisa na embreagem e fora a chave — Feito — Agora coloca a primeira e solta o pé devagar.
— Primeira, o que?
— Marcha.
— Tá, acho que isso eu sei — Falei empurrando para frente fazendo o carro fazer um barulho estranho, então eu tirei o pé e ele desligou.
— Acho que não é uma boa ideia você sair de terceira, liga ele de novo — Fiz tudo novamente, dessa vez Rafe foi quem colocou a marcha — Agora tira o pé, devagar — Morreu — O que eu tô fazendo aqui? Já vão completar vinte minutos que eu perdi da minha vida e você não saiu do lugar.
— Eu não te pedi pra fazer isso — Me irritei — Você está fazendo porque a Traci pediu.
— Claro, por que eu faria se não por ela?— Ele disse mal humorado.
Liguei o carro mais uma vez e dessa vez consegui tirar o veículo do lugar, mas me animei soltando o pé logo em seguida fazendo com que ele parasse mais uma vez.
— Viu isso?— Sorri animada — Eu dirigi.
— Fomos ultrapassados por uma formiga, mas já é alguma coisa.
— Dá pra você ficar feliz por mim ? Pensa bem, quanto mais rápido eu souber menos tempo você precisa passar comigo.
— Liga de novo e faz tudo devagar dessa vez, fica de olho nos retrovisores e sempre olha pra frente.
— Tá legal, olhar os retrovisores e olhar pra frente ao mesmo tempo — Falei em voz alta — Acho que posso fazer isso.
O sol já começava a se esconder quando parei o carro próximo a praia Pogue onde eu deveria dizer a verdade e ir para casa.
Desci do carro primeiro indo até a frente do veículo, senti a grande bola laranja do seu queimar meu rosto e meus olhos arderam um pouco. Tenho ficado tanto dentro de casa com a Emma ou então visitando a Traci que está em um eterno castigo que me esqueço do qual bem me faz esse lugar.
— Você não foi péssima hoje — Rafe se encostou ao meu lado mantendo uma pequena distância — Estamos vivos.
—É — Respondi sem jeito — Tem razão. Eu queria falar sobre uma coisa com você.
— Se for sobre a Traci eu já disse que não achei que ela fosse usar tudo de uma vez.
— Não, não é sobre isso — Me mexi para ficar de frente a ele — É sobre a gente.
— A gente?
— É, a gente.
Cruzei os braços, Rafe olhos nos meus olhos como se buscasse explicações neles, mas eu desviei o olhar encarando meus pés. É impossível conseguir falar.
— O que você quer falar? Quer saber o que somos ou alguma merda desse tipo? Isso é pelo que aconteceu no quarto da Emma?
— O que?— Levantei a cabeça confusa — Não — Dei um tapa em seu ombro — A não ser que você queira falar sobre isso.
Fiquei confusa por ter terminado assim a frase, falar sobre isso? Agora eu vou parecer uma boba apaixonada.
E eu não sou apaixonada, boba talvez, mas não sou apaixonada.
Não por ele.
Rafe esticou seu braço direito e passou pela minha cintura trazendo meu corpo em um passo para o seu, minha respiração pesou sentindo a sua próxima.
— Não precisamos falar, a gente tá bem do jeito que está — Brincou com um dos meus cachos com o dedo indicador — Se você começar a falar agora, a gente vai brigar.
— Por que a gente brigaria?
— Porque vamos ter opiniões controversas sobre o que queremos, aí você vai se chatear e criar um grande drama por conta disso.
— Você acha que nossas opiniões são controversas porque se interessou por mim pensando apenas em sexo e acredita que eu me apaixonaria por você?
— Quem te disse isso?
Encarei os olhos azuis da cor do mar de Rafe Cameron de perto, com seus braços ainda prendendo meu corpo contra o seu sem me dar chances para fugir.
— Para quantas pessoas você disse?
Rafe pensou por um segundo.
— Deixa pra lá — Disse sabendo o que aconteceu — Deixa isso tudo pra lá, se eu só quisesse fazer isso já tinha feito, oportunidades não me faltaram.
— Está falando sobre me forçar a fazer?
— Não iria precisar chegar a esse ponto e não seria capaz de continuar sem ter certeza que você queria o mesmo.
— Então por quê tem tanta certeza que já teria feito?
— Por que você é louca por mim e não consegui esconder isso, nem mesmo de você.
— As pessoas têm razão quando dizem que o vício em drogas afetam o cérebro — Acertei meu dedo indicador sobre sua testa com força, fazendo ele fechar os olhos antes e apoiar a cabeça sobre meu ombro por um segundo antes de voltar a ficar de frente a mim.
— As pessoas têm mesmo razão, uma droga específica tem mexido comigo ultimamente, mais que qualquer outra. É muito mais viciante.
— Maconha? Crack? Cocaína? Heroína? Loló?
— O nome dela é — Esperei por um nome óbvio de droga que não me lembrei, talvez fosse um paieiro — Maya.
— Eu — Respondi quando eu ouvi ele me chamar, Rafe deu risada me deixando confusa — O que?
— Você é a merda da droga que tem mexido comigo, Maya, eu não sei te dizer o porquê, mas eu tô totalmente viciado em você.
— Que susto, cara — Tentei me afastar enquanto ria — Eu pensei que você tava usando cogumelos ou alguma coisa desse tipo e você brincando comigo.
Rafe tocou meu rosto.
— Não é brincadeira — Fechei os olhos sentindo seu carinho quente — Mas cogumelos, sério?
Apoiei minha cabeça sobre seu peito sentindo seus braços me abraçarem.
— Sabe, Rafe — Chamei sua atenção ainda de olhos fechados — Agora eu gostaria que você tivesse apenas um vício.
Senti seus lábios tocarem minha testa e então o único som presente além dos turistas que passeiam era o som das ondas quebrando a poucos passos de nós.
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Segunda opção - Rafe Cameron
FanficSecretamente apaixonada por seu melhor amigo, Maya precisa reprimir ainda mais seus sentimentos após ouvir que sua melhor amiga Kiara também é.