Capítulo 84

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— Podem se servir, fiquem à vontade — O homem na ponta da mesa disse como um verdadeiro anfitrião, todos passaram a se servir, mas eu já havia perdido o apetite.

Ou ainda estava cheia do sanduíche que acabei de comer a pouco tempo.

— Ela não pode comer isso — Ouvi Rafe dizer me fazendo prestar atenção no que acontecia à minha volta a tempo de ver rose recuar um dos pratos passando para whizzie que estava ao meu lado.

— E você decorou o que ela pode ou não comer?— Sarah perguntou — Estou impressionada, pelo visto você ainda tem concerto.

— Sarah, não provoque seu irmão — Rose disse com a voz calma quase parando, me pergunto se ela é mesmo tão boazinha.

— Bom, eu gostaria de aproveitar que estamos todos reunidos para dizer que meu advogado resolveu o que restava dos últimos papéis — Me servi com um pouco de sujo precisando de hidratação pela grande quantidade de álcool que bebi na noite passada.

Não me senti nem um pouco interessada no assunto do Cameron pai.

Sorri para Rafe que serviu meu prato com um pouco da bonita salada Caesar, mesmo sem apetite eu me esforcei pra comer as primeiras garfadas tranquila.

— Vou pedir pra que arrumem os quartos de vocês, quer escolher a cor das paredes, Maya?

Parei o garfo no ar e precisei retorná-lo ao prato.

— O que?

— Que cor quer na parede do seu quarto.

— Que quarto?

— Não disse nada a ela?— Ele perguntou a jogar B que preferiu não responder — Você e seu irmão não podem continuar vivendo dessa forma, então a algumas semanas nos dois conversamos e eu tenho boas condições para ser guardião legal de vocês. Assim vocês podem ser adolescentes sem responsabilidades de adultos.

— Não estou entendendo — Não estou entendendo porque de Ward Cameron, o homem que pode ter matado nosso pai está falando sobre ser nosso guardião legal.

— Recebi a visita de uma assistente social há alguns meses, eu tentei manter a história do nosso tio, mas iam separar a gente — Me encostei na cadeira sem acreditar no que estava ouvindo — O senhor Cameron foi muito — Nem John B estava conseguindo levar aquele elogio a sério — Generoso — Completou após uma longa pausa.

— Dios mio — Neguei olhando pra ele — Nunca ouvi tanto absurdo.

Os Cameron mantinham a atenção em nossa conversa, foi idiotice do Cameron pai achar que todo mundo ficaria feliz em saber disso, talvez ele esperasse que nos brindassemos.

Rafe empurrou meu copo de suco em minha direção como se me mandasse beber, ignorei seu gesto, eu cuspiria qualquer coisa na cara do meu irmão.

— Você está a meses recebendo visitas e não pensou em nenhum momento que deveria me contar?

— Achei que poderia resolver isso sozinho.

— E você fez isso, está tudo resolvido agora — A voz confiante de Ward Cameron me fez querer arremessar um prato em sua direção.

Cheguei a abrir meus lábios para xingá-lo, mas senti o peso da mão de Rafe sobre a minha coxa, fazendo minha atenção ir pra ele, o garoto disfarçadamente mexeu a cabeça me pedindo para não fazer isso.

— Uau — Sorri de forma amarga — E eu quem deveria me afastar dessas pessoas.

— Maya — Foi a vez de John B me repreender.

— Eu estou sem fome — Falei me levantando sem dar tempo para que alguém dissesse mais alguma coisa.

— Não vai atrás dela?— Ouvi whizzie perguntar a alguém e em seguida uma cadeira se arrastando.

— Ótimo, vocês brigam e eu fico sem jantar — Foi a última coisa que eu ouvi antes de chegar na porta da frente — Você veio dormir aqui, tá indo onde?

— Vou dormir na Emma.

— Você vai congelar antes de chegar lá pelada desse jeito, sem contar que agir como as mocinhas tristes dos filmes que saem correndo no meio da rua não combina com você.

— Eu não vou ficar aqui brincando de casinha, Rafe.

— Eu não estou pedindo pra você fazer isso, só estou dizendo que deveria pelo menos colocar um casaco se vai sair no frio.

— Será que a gente pode conversar?— Desviei os olhos de Rafe para John B.

— Agora você quer conversar? Está agindo pelas minhas costas há meses e quer conversar?

— Ninguém agiu pelas suas costas, eu só precisava de um tempo para resolver.

— E aí você nos entregou pra um estranho?

Rafe sentou no degrau da escada.

— Eu não tive escolha.

— Se tivesse me contado a gente teria, o pai da Emma é um grande advogado.

— Você estava bem, Maya, você não deveria ter que se preocupar com nada.

— Claro, quando nosso pai morreu eu me tornei sua responsabilidade, o seu carma na terra.

— Não foi isso que eu disse.

É melhor nem tentar — Encarei Rafe o mandando calar a boca, o Cameron levantou as mãos e parou de falar.

— Iam separar a gente, não havia mais tempo pra um outro plano e quando o senhor Cameron soube foi a única forma que encontramos. Não podemos perder o castelo e não podemos perder um ao outro Maya, a gente não tem mais nada além disso.

Apertei meus lábios e respirei fundo.

— Queria muito poder dizer que entendo, mas eu estaria mentindo e não sou eu a mentirosa.

Me virei para Rafe Cameron novamente que agora tentava conter a risada com um sorriso no rosto.

Foi mal, linda, você me pegou desprevenido.

— É por pouco tempo — John B disse com a voz calma — Nosso pai vai voltar pra casa e aí tudo vai voltar a ser como era antes.

Pobre coitado do meu irmão, ele precisa passar pela fase do luto de uma vez e entender que o nosso pai está morto. E que a única pessoa que estava com ele naquele dia agora é nosso guardião legal.

Apenas assenti e me afastei dele indo até Rafe.

— A gente deveria montar o prato e comer no quarto vendo aquele filme — Sugeri erguendo minha perna pra chutar a sua, eu não iria deixá-lo dormir com fome por conta dos meus problemas familiares.




















E essa fanfic que não tem fim.
Eu tô sem tempo pra escrever final, vou empurrando com a barriga vocês que lutem.

Segunda opção - Rafe Cameron Onde histórias criam vida. Descubra agora