Capítulo 79

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— Seu plano era me trazer pro seu quarto?

Ignorei o comentário de Rafe acendendo a luz do cômodo e deixando a seu critério entrar ou não. A casa estava toda apagada quando chegamos, o que quer dizer que John B saiu e já que apagou as luzes acredito que ele não achava que algum de nós voltaria hoje.

Abri meu guarda roupas e me sentei sobre o chão sujo e gelado procurando no meio da minha bagunça de roupas, que um dia já  estiveram dobradas, a minha caixinha de lembranças.

Rafe permanecei de pé próximo a porta esperando em silêncio.

Quando a encontrei tirei de dentro dela uma caixinha menor, a pequena caixinha de jóias que John B me deu de aniversário uma vez, quando a abri a bailarina girou e a musiquinha começou a tocar. Foram poucas as vezes que eu mexi nela, então a pilha é infinita.

— Se lembra disso?— Perguntei erguendo o colar que Rafe me deu para usar no evento em sua casa — Vale alguma coisa?

— É claro que vale, é um original, é o único em Outer Banks.

Abri meus lábios sem acreditar, eu guardo um original exclusivo na minha caixinha de jóias da infância.

— Ótimo — Falei me levantando e andando na sua direção — Aqui — Peguei em sua mão e coloquei nela o colar — Paga a sua dívida.

Rafe riu ríspido.

— Eu não vou vender o seu colar, foi um presente e a dívida é minha, não sua.

— Não estou nem aí, se você quiser eu mesma vendo e levo o dinheiro pro seu traficante.

— Você não tem que se meter nos meus problemas.

Seu tom soou mais alto e agressivo, Rafe estava com raiva, raiva por estar com problemas e raiva por não conseguir me manter fora deles. Respirei fundo tentando não tomar a mesma atitude de gritar.

Pois eu poderia gritar agora que ele é um viciado idiota que vai acabar morrendo se não começar a agir feito gente.

— Rafe, você tem algum sentimento por mim?— A pergunta veio tão rapidamente em minha mente quanto saiu por meus lábios, e calou o garoto que me encarou com total confusão sem entender o repentino assunto — Você sente alguma coisa por mim ou só me procura quando não tem outro alguém com quem transar?

— Por que está perguntando isso?

— Porque eu tenho sentimentos por você, não entendi ainda muito bem quais, mas eu não quero sair machucada.

— Até onde eu sei sou apaixonado por você, mas não entendi onde você quer chegar com essa porra de conversa.

Meu coração parecia que iria sair do peito de tão forte que começou a bater quando ouvir Rafe dizer que é apaixonado por mim.

Sim, ele não disse que foi ou que um dia iria chegar a ser, ele afirmou olhando pra mim que é. Com palavras ele retribuiu o que eu disse que sintia. Nunca na minha vida eu vivi esse momento, nunca em minha vida eu soube o que é reciprocidade, até agora.

— E como você sabe disso?

— Maya — Rafe negou sem querer dizer.

— Por favor, eu preciso saber — Insisti — Eu preciso ouvir de você pra saber que é mesmo real e não loucura da minha cabeça.

— Eu não consigo parar de pensar em você, é tudo o que eu faço do momento em que eu acordo até o momento que vou dormir e provavelmente é por isso que eu tenho preferido já fazer isso com você. Você me faz companhia, consegue me acalmar com um abraço, o que é incrível porque quando eu estou mal eu não deixo que se aproximem. E é claro, não menos importante, você é linda, é óbvio que eu me apaixonaria por você.

— Então os seus problemas não existem mais Rafe — Segurei em sua mão e encarei seus olhos com confiança — Eles são nossos e a gente pode resolver qualquer um deles juntos.

— O colar foi um presente.

— Mas eu prefiro ter você a ter um colar caro com pedras brilhantes e lindas de diamante.

— Não parece ter muita certeza disso — Ele disse após meus elogios ao colar.

Realmente me sinto de coração quebrado em me desfazer de um presente, não importa se é caro ou não, Rafe pensou em mim quando comprou e me presenteou. Poderia ser uma flor de jardim que eu me sentiria igual.

Toquei seu rosto, agora com uma pequena marca roxa abaixo do olho, com delicadeza e me aproximei um pouco mais pra poder beijar seus lábios antes de me aconchegar em seu abraço mais uma vez.

— Você pode passar o cartão do seu pai pra me comprar um outro presente, só não pode passar na maquininha do traficante — Falei sarcástica fazendo-o sorrir.

— Você é boa demais pra mim, Maya.

Assenti concordando.

— Tem razão, mas com o tempo eu vou consertando você.

— Está querendo uma vaga no circo? Ou isso é só excesso de Tracie na sua rotina?

— Com certeza excesso de Tracie — Sorri com o beijo que me foi dado na testa — Melhor você ir resolver isso amanhã, já está tarde e é mais fácil de esconderem o seu corpo assim.

— É mais fácil eu matar do que o Barry.

— Nossa, como é perigoso — Me afastei pra guardar as coisas que estavam no chão do quarto — Vai dormir aqui hoje?

— Meu dia começa ruim quando eu acordo olhando pra cara do seu irmão e da trupe dele, melhor a gente dormir lá em casa.

— Com a sua família? Não vai ser esquisito, eu mal conheço eles e já são quase 21.

— Eu tenho tv no quarto.

— Tá bem, pode ser, mas se eu me sentir desconfortável ou alguém me tratar como uma das garotas que você leva pra casa tarde da noite eu vou dormir com a Emma e deixo você sozinho.

— Claro que vai — Rafe passou um dos braços por meu ombro quando apaguei a luz e deixamos juntos meu quarto — E quem disse que eu levo garotas pra casa?

— O seu histórico.

— Que histórico?

— De homem.















Esse livro tá ficando enorme, Jesus.
Preciso finalizar.
Mas me digam, estão gostando? O que esperam pros próximos capítulos ?

Segunda opção - Rafe Cameron Onde histórias criam vida. Descubra agora