Capítulo 67

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— O que? 700 dólares e ainda não inclui tudo o que será consumido aqui?— Me indignei — Que absurdo.

— Pode ir pra casa de for demais pra você — A voz de Rafe soou como um sussurro enquanto ele debochava bebericando seu whisky caro.

Me senti desconfortável e deslocada, mas não pude demonstrar isso.

— Talvez eu devesse achar alguém para me pagar uma bebida — Comentei em voz alta olhando à minha volta.

— Eu pago — Traci disse de boa vontade enquanto dançava parada no mesmo lugar.

— Acho que você não entendeu — Respondi sem precisar olhar na sua direção, a ouvi rir.

— Agora sim — Respondeu tranquilamente.

— Não há ninguém tão louco — Rafe parecia focado em ser indiscreto e o resto da turma dessa vez fingia não perceber sua tentativa de provocação.

Ao meu lado, Emma e Traci com os braços entrelaçados em um tom quase inaudível fofocaram sobre o desespero do Cameron para manter minha atenção sobre si.

Não dá para discordar, minhas duas melhores amigas não perdiam uma única oportunidade sequer para exibir seu veneno mesmo que sobre pessoas próximas.

E sem se importar também se essas pessoas poderiam estar ouvindo.

— A gente deveria dar uma volta — Falei a elas tentando manter meu tom neutro mesmo ainda desconfortável naquele lugar.

— Claro que sim — Traci concordou no mesmo momento.

— Ah, não sei — Emma virou o rosto para poder olhar para Kelce que conversava com Topper e Rafe quase de costas para ela — Vamos, vamos sim.

Dei meu primeiro passo com Traci ao meu lado, olhei para a garota para ter certeza que ela havia ouvido o mesmo que eu.

"— Combinamos que ia ser a nossa noite, não é justo você me deixar aqui pra sair com as suas amigas"

"— Mas você está com os seus amigos"

"— Emma, não vamos arrumar confusão aqui, fica comigo."

Cocei meu antebraço desconfortável com vontade de voltar lá e puxá-la para junto de nós, Traci revirou os olhos desconfortáveis, entretanto acostumada

Me virei apenas para ter certeza que a loira não não acompanhava, pelo contrário, ela tentava se enturmar nos assuntos dos garotos.

— Por isso eu falo, se ela ouvisse mais o pai ia nos poupar de presenciar essa situação ridícula — Traci comentou enquanto andávamos para longe.

— Não é uma situação ridícula, talvez ela só esteja tentando se adaptar ao que seus sentimentos querem.

— Não precisa se adaptar quando é amor, as coisas simplesmente funcionam mesmo que pareça que não.

— E você entende disso desde quando?

Ela deu de ombros.

— Não faço ideia, olha só, aquele cara está te encarando.

— Eca, ele parece ter uns trinta anos.

— E o que tem de errado nisso?

— Eu tenho 16.

— As vezes esqueço disso, mas você disse que ele parece ter e se parece não é certeza que tem.

— Que papo esquisito — Comentei encarando seu rosto enquanto a via acender o baseado sem preocupação com o local totalmente fechado — Pensei que tivesse parado depois da overdose.

— Perto do papai eu parei e perto do Topper também, ele deu pra de meter nas minhas coisas agora.

— Que bom que ele pelo menos tenta, talvez você dê mais atenção pro homem que vai se casar com você do que pras suas amigas preocupadas.

— Na verdade, não estou nem aí pra nenhum de vocês e aí meu Deus — Ela repetiu o "Aí meu Deus" mais duas vezes em entonações diferentes — Eu fiz contato visual.

— Com quem?— virei o pescoço procurando e meus olhos logo de cara se encontraram com outros dois — Aí não, trinta anos.

— Ele tá vindo pra cá.

— Então vamos sair daqui.

— Você disse pro Rafe que alguém pagaria as suas bebidas.

— eu mudei de ideia, você pode me bancar.

— Não dá tempo de fugir, age normalmente.

— Impossível.

— Eu vou ficar de olho em você, se ele passar dos limites faço um escândalo.

— Faz um escândalo? O que? E onde você vai, volta aqui, Traci.

Ela mexeu os lábios se desculpando enquanto fugia.

— Se eu soubesse que poderia conhecer uma garota tão bonita teria inaugurado esse lugar antes — Sua risada não é mais que Hihihi com pequenas pausas, algo muito hi hi hi.

Mal consegui sorrir.

— Oi — Era o meu máximo de simpatia momentânea enquanto eu ainda encarava Traci que agora já se reunia com o resto de nossa turma.

Segunda opção - Rafe Cameron Onde histórias criam vida. Descubra agora