Capítulo 55

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— Isso não é crime ou algo do tipo, né? — Perguntei quando vi Rafe colocar o braço pela cerca para a abrir.

— Não, só é uma área mais privada — Disse dando espaço para que eu passasse — Observei a grama verde só terreno cercada e vazia — Vai me dizer que as meninas nunca te trouxeram aqui.

Neguei enquanto o seguia pela trilha, abri meus lábios surpresa e confusa quando chegamos a uma escada de madeira que nos leva direto para um lugar com ondas fracas e águas transparentes.

— Que lugar é esse?— Perguntei confusa, como eu nunca tinha ouvido falar sobre aquele paraíso no paraíso.

— Nos chamamos de fundo do poço — Rafe disse começando a descer as escadas.

Antes de seguir o Cameron, um filme passou pela minha cabeça, foram inúmeras vezes que Traci disse que não nos encontraria porque estava no fundo do poço, inúmeras vezes que Emma disse que estaria no fundo do poço com Kelce e milhares delas que eu pensei que fosse só um jeito de falar que estava na merda.

— Vai ficar só olhando?— Rafe perguntou alto já com seus pés tocando a grama verde que cerca a beira montanhosa antes da areia.

Voltei à realidade descendo a escada em passos leves e duvidosos sobre a escada frágil de madeira sem corrimão.

— É lindo — Elogiei em voz alta tentando decorar todos os detalhes.

— Obrigada — Rafe respondeu tirando os sapatos — E então, por que não me dá a honra de ver você entrar primeiro?

— É água que vem direto do mar?— Ele assentiu — Então me garanta que não vamos ser atacados por tubarões, eu não quero morrer pelada — Rafe me encarou confuso — O que? Imagina se um tubarão me come pela metade e alguém tem que me reconhecer por partes específicas já que estou sem roupa, eu deveria fazer uma tatuagem.

Rafe tirou a camisa ignorando tudo o que eu disse, desviei o olhar quando ele abaixou a bermuda e mantive meus olhos no movimento das ondas até que um mais forte indicava onde ele estava.

Com os cabelos molhados e a pele branca brilhando com as gotas de água contra a luz do sol, Rafe me encarou com a água batendo pouco acima de sua cintura.

— Vai continuar aí falando até quando?— Ele perguntou me fazendo engolir em seco.

Respirei fundo me virando de costas.

Coloquei minha mochila sobre a cama junto aos meus sapatos antes de começar a tirar minha regata e os shorts jeans.

Travei por alguns segundos insegura antes de soltar o fecho do meu sutiã e ainda mais insegura deixei minha calcinha junto a ele sobre minha mochila.

— Pode ao menos se virar?— Perguntei ao Rafe.

— Posso, claro — Ele disse.

Meio duvidosa me virei vendo que ele havia feito, dei meus primeiros passos até tocar a água com a ponta dos dedos.

— Vamos logo com isso, vai escurecer e ai eu não garanto a falta de tubarões — Rafe disse se virando de frente a mim novamente.

Eu esperava estar ao menos um pouco coberta quando isso acontecesse, mas não tinha mais como voltar atrás agora.

Estiquei minha mão sentindo Rafe segurar minha mão com a sua molhada me guiando até a sua frente, senti minha respiração desregulada e meu coração bater forte.

Era pra ser aquilo, aquele momento e o Rafe.

Segunda opção - Rafe Cameron Onde histórias criam vida. Descubra agora