Capítulo 31

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— A gente pode conversar em casa?— Perguntei a John B esperando a bronca.

— Não, e porque você está vestida como um deles?— John B disse sério enquanto eu o arrastava para o lado de fora da casa dos Thornton.

— Por que eu estou com eles — Respondi quando estávamos sozinhos — O que você está fazendo aqui?

— Eu não podia deixar a Sarah vir sozinha na casa daquele ex namoradinho dela e eu pedi pra você ficar longe dessas pessoas, falei que é perigoso — John B se exaltou — Será que pode me ouvir só uma vez?

— Falei pra você onde estaria.

— Vestido caro, jóias e até maquiagem — Me encolhi enquanto ele me analisava — Tá deixando eles montarem você.

— O que? Não.

— Não? Você está usando salto alto e bebendo whisky, você ao menos bebia.

— Para de me tratar como uma criança.

— Não tem como ou você acha que essas coisas que estão fazendo por você não vão ser cobradas depois? Olha a sua volta, nada aqui vem de graça pra pessoas como nós.

— Pessoas como nós? Você quer que eu me conforme com a minha vida péssima e volte a passar os meus dias em casa dormindo enquanto você curte com os seus amigos?

— Gente — Sarah tentou intervir.

— Não, Sarah — A interrompi — É assim que ele age, John B é um homem livre, dono de si, o mais famoso dentre os Pogues.

— E você é a minha irmãzinha pobre coitada que vai pra casa.

— Não — Respondi agindo como agia a minha eu mimada de onze anos — Não vou.

— Vocês estão chamando atenção — Sarah voltou a dizer — E a minha bochecha tá doendo com meu sorriso de paisagem, então decidam logo.

— Vou dormir na Emma hoje — Avisei — Talvez eu faça isso amanhã também.

— Me ouve pelo menos uma vez, Maya — John B pediu abaixando seu tom de voz — Essas pessoas não são seus amigos, não gostam de vocês, eles gostam da forma que podem te moldar.

— Eu não sou a bonequinha de luxo.

— Deveria se observar em frente a um espelho antes de dizer isso com tanta certeza — John B tocou meu ombro — Quando se cansa disso tudo, ainda pode voltar pra casa.

— É a minha casa, eu volto a hora que eu quiser — Lembrei meu irmão enquanto dava as costas a ele voltando a festa — Babacao.

Sorri timidamente para os olhares curiosos e logo encontrei minhas amigas não muito distantes de onde estavam antes.

— Você tá legal?— Emma perguntou. Balancei a cabeça dizendo que sim.

Mas a verdade é que meu coração estava me mandando ir pra casa deitar debaixo de um cobertor fofinho e maratonar todos os filmes já existentes de zumbis.

— Quer ir embora comer aquele mingau horrível enquanto a gente vê alguma coisa?— Ela perguntou e em um mesmo movimento eu disse que sim — Meus pais ainda vão ficar um bom tempo aqui e — Ela não precisou completar a frase.

— Você deveria chamar o Kelce — Sorri na direção dela — Se o filme for bom e tiver manteiga na pipoca, eu e a Traci nem nos importamos em segurar vê-la.

— Nada disso, eu quero pipoca doce — Traci disse segundos antes de agarrar uma garrafa de vinho — E eu vou levar isso aqui.

Segunda opção - Rafe Cameron Onde histórias criam vida. Descubra agora