Capítulo 48

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— Satisfeita em tentar matar todo mundo do coração?— Perguntei entrando no quarto de hospital onde Traci estava a alguns dias.

— Eu estava bem, vocês aumentaram muito as coisas.

— Sua boca tava espumando enquanto você tava apagada no banco de trás do carro, não tem nem precisão de aumentar as coisas — Me sentei na maca confortável ao seu lado.

— Meus pais estão surtando muito.

— Com razão.

Traci apoiou sua cabeça em meu ombro.

— Vão remarcar o casamento, meu pai acha que Topper vai me fazer muito bem se estivermos mesmo juntos — Contou, precisei abaixar um pouco o rosto pra ver que ela chorava baixinho — O pior é que tudo isso é depois de eu ter transado com ele e ter sido chamada de Sarah.

Que?

— Aquele merdinha.

Ela levantou a cabeça olhando nos meus olhos.

— Eu já havia sido chamada de muita coisa, xingamentos que nem a prostituta mais bem paga dessa ilha aceitaria e eu nunca procurei confusão com isso. Sempre fiz o que me dava na telha, não ligava pro que diziam, dava tudo de mim pra ser o melhor pra todo mundo e quando eu me vi totalmente envolvida com alguém que me conhece toda a vida que entende a pressão de estar onde estamos nada adiantou. Na cama que é o único lugar que eu garantia de pé junto que sou muito boa fui chamada de Sarah.

Estiquei minha mão pegando o pudim de chocolate da bandeja que ela nem havia tocado.

— Isso que dá transar com o Topper.

— Você veio me visitar no hospital, está comendo o meu pudim e ainda consegue me julgar?

— Por isso somos amigas.

— A família dele me mandou flores, meu pai disse que eu peguei uma forte infecção de urina e eles me mandam flores como se eu estivesse morta.

Olhei para o enorme buquê de margaridas no canto do quarto próximo a janela.

— São bonitas.

— Preferia uma jóia — Deu de ombros — Ou um beck bem fininho, aí que saudades de fumar maconha.

— Eu vou te acertar com meu punho fechado a cada trago — Sorri antes de comer mais uma colher de doce sem gosto.

— Você precisa sair menos com a Emma — Sorriu — Você precisa ir no meu noivado, vai ser um luxo e pela primeira vez em anos eu vou me comportar como uma Willians.

— Não sei não, a gente não desmentiu a história idiota que inventamos sobre eu ser sua prima — A lembrei — Eu não tenho nenhuma proximidade com a sua família, mal conheço seus pais e vi uma ou duas vezes suas irmãs.

Se eu tivesse dito que era parente da Emma faria mais sentido, os pais dela já me dão bronca e deixam de castigo de qualquer jeito.

— Ainda dá tempo de você dizer a verdade pro Rafe.

— Sem chances, ia parecer que eu sou uma mentirosa e pior, uma mentirosa que assume as mentiras.

— Era pra ser uma brincadeirinha naquele dia, não dá pra levar isso adiante — Me aconselhou — O Rafe já tem problemas o suficiente com todo mundo que deveria ama-lo, ele deu espaço pra você se aproximar, não chateia ele.

— Ele comprou drogas pra você que teve uma overdose, ainda está defendendo? É tipo o grupinho dos viciados onde todos se protegem?

Trina tirou a colher de minhas mãos e comeu uma quantidade de pudim.

— Tipo isso — Piscou na minha direção — Emma comentou comigo que você ainda não dirigi, posso pedir pro Rafe te dar umas aulas.

— Aí eu continuaria mentindo, é melhor só me afastar de uma vez.

— Vocês vão estar sozinhos, você dá um chá nele e depois conta — Disse como se fosse simples — Ele não vai nem perceber depois que sentir seu sabor.

— Você é muito tarada.

— Se você tivesse me dado uma chance aí sim ia poder me chamar assim, mas você resolveu que gosta de homem então azar o seu.

— Traci você vai casar, para de tentar me arrancar do armário.

— É muito difícil, você é muito o meu tipo — Falou me dando um beijo melado na bochecha — Mas eu estou falando sério, fala a verdade porque descobrir por outras pessoas vai ser muito pior e o meu casamento é um ato político toda a Outer banks estará lá.

Segunda opção - Rafe Cameron Onde histórias criam vida. Descubra agora