Capítulo 64

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— Você precisa entender que eu tive uma história antes da gente, John B — Sarah gritou com raiva — Não pode me provar e intervir em momentos que não lhe envolvem.

— Momentos que não me envolvem? Você não entendeu o que acabou de acontecer, ele tá jogando com você e você está caindo na história de um bonzinho apaixonado dele.

— Talvez ele e a Traci realmente estejam apaixonados, não é da nossa conta, então não faz nenhum sentido arranjar confusão dizendo que estão mentindo.

— Está ao menos se ouvindo?

John B é sempre tão teimoso.

— Quer saber? Eu não vou ficar aqui ouvindo você ter ciúmes do Topper, já chega dessa história, eu deixei ele por você, eu faria tudo por você.

Como ela é romântica.

— Maya — Apertei os lábios antes de deixar a porta do meu quarto seguindo pelo corredor, Sarah não estava mais na sala — Vai ficar bem se eu não estiver em casa essa noite?

Que preocupação repentina, JB nunca se importou em me dizer quando estaria em casa ou não.

— Vou.

— Ótimo — Jogou a chave me fazendo ter dificuldade em pegá-la antes que atingisse o chão — Tranque a porta quando eu sair.

— Os outros também não vão aparecer por aqui?— Sempre acabam todos bêbados espalhados pela casa.

— Eles vão bater se resolverem vir.

Concordei balançando a cabeça antes de vê-lo sair em passos apressados para tentar alcançar Sarah Cameron.

Rafe fumava um baseado de pé próximo a janela.

— Você já pode ir embora agora.

— Estão me deixando louco, as meninas estão, elas sentem sua falta.

— Elas podem falar comigo.

— As regras são claras, elas podem se eu fizer isso primeiro.

— São regras bem idiotas.

— Foram criadas por um grupo de idiotas quebrados, é claro que é uma regra idiota.

— Por isso você está aqui? Pra dizer que eu posso voltar a sair com vocês?

— Isso, você pode voltar para suas amigas e assim eu fico em paz.

— Não.

— Não?

— Não, eu já me esforcei muito pra me encaixar em um mundo que não pertenço.

— O que quer dizer com isso?

— Quero dizer que já está na hora de conhecerem o meu mundo, eu sou uma Pogue, vivo com Pogues levando uma vida Pogue e se vocês gostam mesmo de mim precisam conhecer essa eu.

— Sabe que não vai acontecer, não sabe?

— Não custa tentar.

— Tem mais uma coisa — Ele deu duas batidinhas apagando o cigarro pela metade — Você volta pra vida delas, mas não para a minha. Mesmo que a gente saia junto e tenha os mesmos amigos, você não pode se aproximar ou tocar em mim. A não ser que eu peça isso.

Dei risada.

— Mais regras idiotas e essas eu farei questão de seguir, Rafe, até mesmo quando você estiver implorando.

— Eu não imploro, raio de sol.

— Pra tudo tem uma primeira vez.

— O que está fazendo?— A voz de Rafe falhou levemente quando comecei a levantar a minha camisa com intenção de tirá-la.

— Me preparando pra dormir — Falei como se fosse óbvio me livrando do tecido, em seguida desabotoei o short fazendo-o desviar o olhar enquanto o tecido caia por minhas pernas — Se você já terminou — Caminhei pelo quarto até a minha gaveta de pijamas — Já pode ir.

Rafe apertou os lábios um contra o outro e virou um pouco o pescoço desconfortável tentando não me encarar enquanto eu reparava todos os seus movimentos com um sorriso notando o quanto ele é fraco.

— Ou se você quiser ficar — Provoquei — Gosto de dormir nua, mas acho que pra você isso não tem problema já que você mesmo já deixou claro que não quer me tocar.

Me apoiei na janela ao seu lado, coloquei a cabeça para fora para sentir o vento fresco da noite por alguns segundos antes de me virar fazendo o Cameron desviar o olhar novamente.

— Quando é que você vai perceber que isso não passa de marra, admite que as coisas entre nós não precisam mudar porque eu não tenho nada de dinheiro.

— As coisas entre a gente precisam ser mudadas porque você é uma mentirosa, não é só porque você é pobre.

— Você quem sabe — Dei de ombros atravessando o quarto para abrir a porta — Se essa é a sua decisão, já pode ir embora da minha casa e fechar a porta quando sair.

Segunda opção - Rafe Cameron Onde histórias criam vida. Descubra agora