Eu não sabia se ria ou chorava, mesmo com um enorme sorriso no rosto, minha vista estava embaçada em lágrimas.
Traci parecia se divertir experimentando inúmeros vestidos e eu acreditava fielmente que cada um deles havia sido feito diretamente a ela para estarem tão perfeitos.
Sua mãe estava ao meu lado secando suas lágrimas disfarçadamente com um lenço enquanto dava opiniões mais sérias como fenda muito grande e decote muito aberto ou sobre mangas longas no calor.
Emma soltava o ar pela boca tentando não se entregar às lágrimas de uma vez com a cabeça apoiada sobre meu ombro e seu braço enrolado no meu enquanto estávamos naquele sofá confortável da loja chique de roupas dos Willians.
Essa loja hoje foi fechada para que a filha do meio do prefeito pudesse escolher seu vestido de noiva, esses tragos por uma estilista espanhola.
Admito que esperava que vestidos com babados fossem coisa da Emma, mas ver Traci vestir um modelo sereia com babados tomara que caia me faz acreditar fielmente que ele foi desenhado pra ela. Não poderia ficar nunca tão bem em alguém como estava nela.
- Parem de chorar - Ela disse nos encarando com indignação - Não me faz sentir bonita, me faz sentir ridícula, usem elogios como pessoas normais. Eu vou me casar o que é triste e com o Topper que é mais triste ainda. - Ela tentou segurar as próprias lágrimas - Eu o amo como um dos meus melhores amigos, mas eu não sei se consigo de outra forma.
Apertei meus lábios sem saber o que dizer, eu não sou boa com conselhos e não quero piorar as coisas.
Emma foi quem tomou a iniciativa de se levantar e andar graciosamente com um sorriso apesar das lágrimas escorrendo pelo rosto até a sua primeira amiga de infância, ela segurou nas mãos da Traci e a olhou nos olhos.
- Você está linda e você é incrível, não importa se caminhar pelo tapete vermelho até o idiota do Thornton para ter a chance de aprender a ama-ló ou se eu vou precisar tirar meus saltos quinze pra dirigir para o mais longe com o você no banco do passageiro - Elas sorriram - Vai ser a escolha certa.
Passei o polegar por minha bochecha tentando conter as lágrimas que insistiam em encharcar meu rosto. Eu as amo tanto.
- Chega - Traci disse descendo do pequeno altar de onde ela se exibia com os caros e luxuosos vestidos - Estamos aqui pra fazer isso ser divertido - Ela se jogou no sofá ao lado de onde eu estou sentada - Quero também opinar sobre os vestidos de minha mãe e madrinhas, não vou me trocar para ensaiarmos as poses, vou me casar com esse vestido.
Foram horas escolhendo o que nós caia melhor, vestidos de modelos, cores e formas diferentes.
Traci não quer um casamento clichê onde tudo esteja perfeito e nos tons dentro do que a sua equipe de organização planejou, ela estava ali, sorrindo, dando risada e feliz em ser o motivo da nossa diversão.
Topper Thornton tem sorte em ter Traci Willians como sua futura esposa e eu tenho sorte em poder chama-lá de amiga.
Eu nunca poderia imaginar que a garota bêbada que me chamou pra dançar e me disse pra tomar cuidado porque essa beija mulheres quando está bêbada poderia se tornar alguém tão importante pra mim.
A primeira pessoa a se levantar e dizer confiante "É esse" quando me viu vestir um vestido longo em um tom musgo escuro, sem muitos detalhes além de um decote em v e uma fenda lateral que alcança o topo de minha cocha esquerda.
Foi ela quem sugeriu que deveríamos dançar com os vestidos para ter certeza de que eram aqueles certos.
Traci não deixou que pagarmos pelos vestidos, não porque Emma não poderia, mas porque sabia que eu abriria mão por algo mais simples e barato. Até porque pra mim não importa como estou vestida contando que pra ela seja incrível e pra ela importa nos dar uma experiência tão incrível como a que espera ter.
Quando Emma e eu voltamos para casa já estamos tomadas pelo cansaço, minhas bochechas chegavam a doer pelas horas seguidas sorrindo.
Seus pais nos receberam curiosos para saber como foi e esperaram que estivéssemos de banho tomado e vestindo pijamas confortáveis para jantarmos juntos.
Momentos com eles me fazem pensar em como a minha família sempre foi só eu, às vezes John B e papai se uniam a mim, mas nunca assim.
Nunca em volta a uma mesa de jantar farta contando histórias.
Às vezes quando estou aqui entro no quarto que me ofereceram como meu, olho a minha volta vendo os detalhes que as coisas que eu mesma fui deixando aqui aos poucos fazerem daquele espaço mesmo meu e penso sobre como teria sido se eu fosse mesmo dessa família.
Se eu tivesse um quarto grande com uma prateleira linda com espelho, um guarda roupa espaçoso e um banheiro só pra mim.
Se eu tivesse lençóis de seda e cobertores de pelúcia em minha cama espaçosa sem precisar me preocupar com o calor, eu mesma o controlo com um simples controle.
Se eu tivesse uma irmã que mesmo implicante fizesse de tudo pra me ver bem como a Emma e que não se importasse em passar o tempo todo junto a mim.
Às vezes eu desço as escadas e caminho até a sala de jantar onde os encontros sorrindo logo pela manhã e me pergunto como seria se eu fosse mesmo parte dessa família.
E eu me sento na mesma cadeira de sempre, o senhor Benneton me serve uma xícara de café e sua esposa pergunta se eu tive uma boa noite de sono.
Dessa forma meu sorriso cresce e eu me sinto de fato, parte dessa família.
![](https://img.wattpad.com/cover/336828248-288-k710759.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Segunda opção - Rafe Cameron
FanfictionSecretamente apaixonada por seu melhor amigo, Maya precisa reprimir ainda mais seus sentimentos após ouvir que sua melhor amiga Kiara também é.