Não foi tão difícil como eu imaginava que seria adentrar na tão famosa sala de filmes.
O Jack Will se responsabilizou de enrolar o guarda enquanto eu entrava na escura, refrescante e aconchegante sala.
A princípio, eu não concordei com a ideia de conversar com ele em uma sala tão isolada como essa. Eu tinha medo do que ele podia fazer, na verdade, me amedrontava pensar que ele poderia me fazer ceder um beijo que fosse. Acho que esse era o meu maior medo, afinal. Mas eu não podia demonstrar qualquer sentimento que fosse, então um pouco hesitante, eu aceitei.
O local não é tão grande, mas possuía um bom espaço. Tinha ar condicionado, mas como está em desuso por não haver nenhuma aula aqui hoje, está desligado. Mas a sala não é quente e tampouco abafada, não se ficar próximo a uma saída de ar perto dos assentos. A sala tem pouca luz, o que é perfeito para assistir qualquer coisa ou até mesmo dormir.
Assim que eu entrei, fui em direção do canto mais claro e mais ventilado que possuía naquele local e me aconcheguei relaxada no mesmo.
Apesar de não ter nenhum motivo para ficar tranquila quando eu estaria em uma sala isolada com o Jack Will.
Não demorou muito até eu ouvir a porta bater devagar enquanto em seguida eu ouvia o tinindo das chaves. O que me deixou completamente desconfortável.
— Posso saber o que de tão secreto você tem a me falar? — perguntei sem me preocupar em mascarar o meu nervosismo perante aquela situação e então a risada controlada do Jack Will ecoou a sala.
— Não se preocupe, garota. Eu não vou te matar. — ele brincou parando bem a minha frente e eu apenas revirei os olhos.
O Jack Will é um garoto alto, o que me fez levantar bem a cabeça para encara-lo pelo fato de eu já estar sentada no chão.
— Como você conseguiu as chaves? — perguntei fazendo o mesmo abrir um sorriso ladino.
— Eu tenho os meus truques. — Jack Will respondeu piscando para mim de forma exibida e então eu revirei os olhos.
Por mais que eu já esperasse, ainda me surpreendia com a repugnância do garoto. Enquanto em compensação, ele abriu um sorriso satisfeito como quem estivesse se divertindo com a minha reação.
Ele abaixou-se e se acomodou ao meu lado, colando seu braço no meu. E a ação me fez retrair instantaneamente, fazendo o mesmo sorrir sem ao menos me encarar.
— Eu sempre soube que minha beleza surpreendia. — ele falou encostando a cabeça na parede. — mas nunca que assustava. — Jack Will concluiu com um tom de brincadeira enquanto me encarava com aquele sorriso presunçoso que fez a raiva fervilhar dentro de mim.
— Você me chamou aqui para conversar comigo ou só para me provocar? — perguntei sem paciência e rapidamente um sorriso malicioso surgiu no rosto dele enquanto me encarava, e a minha raiva foi substituída por uma vergonha desconcertante.
— Depende. Está funcionando? — Jack Will perguntou com um sorriso malicioso.
Já chega!
Eu me coloquei de pé em um impulso de raiva e os olhos do Jack Will me acompanharam enquanto ele ainda mantinha o sorriso malicioso intacto.
— Se você não me disser de uma vez o que quer comigo, eu vou embora agora! — explodi. — eu não gosto dessas brincadeirinhas Jackson. — concluir.
Ele me encarou com os olhos arregalados.
Não sei se foi por conta da bronca, ou se foi pela menção repentina do seu nome. Mas logo o garoto se prostrou de pé em minha frente.
— Ah, então você sabe o meu nome? — Jack Will perguntou.
— Sei sim. Fiquei sabendo por conta do ocorrido. — respondi sem jeito, ainda me culpando pelo o que aconteceu.
A face dele se tornou sombria, como se tivesse lembrando das manchetes da fofoca. Ele virou de costas para mim, como se estivesse tentando esconder algum tipo de sentimento que eu não pude perceber.
— Ah... — ele disse apenas e então eu me aproximei do mesmo.
— Olhe, me desculpa por tudo isso. — falei ao tomar cuidado para manter distância do mesmo. — eu não sabia que haviam paparazzis nessa escola. — concluir fazendo o mesmo virar novamente para ficar frente a frente comigo.
Ele estava fervilhando de raiva e quase podia ouvir as batidas aceleradas do coração dele. Então eu me afastei assustada e ele percebeu, se recompondo.
— Por que? — ele perguntou fitando o chão. — me diga o porquê não quis me beijar? — Jack Will insistiu.
Ele ainda mantinha o olhar no piso, como se pudesse perfurar o mesmo enquanto eu queria poder dizer o real motivo pelo qual eu não o beijei.
Porque você não é do tipo confiável de homem.
Porque eu nunca beijei em toda a minha vida.
Qual seria a resposta menos vergonhosa?
Eu apenas abaixei o olhar, incapaz de responder.
— Sabe, você pode achar besteira minha. Mas eu nunca fui rejeitado por nenhuma garota antes. — ele me encarou como se buscasse algum tipo de compreensão. — eu não estou acostumado com isso. — Jack Will concluiu.
— E você quer que eu sinta pena de você por isso? — debochei e por incrível que pareça, ele apenas me encarou curioso.
Quase posso ver um sorriso por detrás dessa confusão.
— Não. Mas quero saber o porquê. — ele respondeu e então eu respirei fundo.
— Eu... não sei. — menti e ele apenas me encarou e abriu um sorriso forçado.
— Já sei. Você se acha boa demais para mim, não é Clark? — Jack Will perguntou em um tom debochado me fazendo ficar com tanta raiva que eu ignorei o fato dele saber meu nome.
— Eu me acho, sério?! — vociferei. — não sou eu quem fica para cima e para baixo desfilando com as meninas como se fossem troféis e chorando porque uma garota o rejeitou. — concluir enquanto ele parou pálido.
Parecia uma criança que nunca foi repreendida antes. E a julgar pelo estilo de vida do mesmo, não acho impossível.
Mas com muita habilidade, ele disfarçou seu espanto com um sorriso ladino.
— Está com ciúmes? — Jack Will me perguntou.
Gelei com a surpresa, e ao mesmo tempo corei.
Foi um golpe inesperado que me desarmou. Mas como ele, eu também sou uma guerreira.
— Ciúmes de você? — perguntei com deboche enquanto ria alto. — por favor, né! — falei enquanto o Jack Will não se abalava e mantinha o seu sorriso malicioso nos lábios.
— Não adianta negar, Clark. Você se entregou. — ele falou se aproximando de mim. — e já descobri o porquê você me rejeitou. — Jack Will falou com tanta certeza que o nervosismo e vergonha tomou conta de mim e eu não conseguir disfarçar.
Ele se aproximou ainda mais, com o sorriso satisfeito no rosto. Jack Will se divertia como se eu fosse uma presa sem saída só esperando o ataque final. Era assim que eu me sentia.
— Você tem medo de se apaixonar. — ele não me perguntou, ele afirmou e eu não neguei. Só abaixei o olhar. — e você deveria ter mesmo. Dizem que eu sou como uma droga, tão perigoso quanto viciante. — Jack Will sussurrou em minha orelha, o que me trouxe arrepios instantâneos.
Eu me afastei dele com rapidez, como se ele fosse uma chama que tivesse me queimar.
— Acho melhor eu voltar, ou seremos motivos de mais fofocas. — falei para mudar de assunto enquanto ele apenas continuou sorrindo com tranquilidade.
— Não me incomodaria. Já estou na boca do povo mesmo. — Jack Will falou.
— Você não se incomodaria simplesmente porque o jogo iria virar para seu lado. — disse. — "a menina que rejeitou o Jack Will se rende aos desejos do jogador e são vistos saindo juntos da sala de filmes do colégio Cyrus Rivera." — falei em tom de brincadeira fazendo o Jack Will rir genuinamente.
— Se você não fosse o alvo das fofocas, eu diria que você estaria por detrás desse site. Pelo menos na parte das manchetes. — ele falou e eu rir.
Foi um com contra tempo para quebrar o clima desconcertante entre nós que já estava me sucumbindo.
— Eu gosto quando você fica desse jeito. — falei enquanto ele me encarava confuso.
— Como? — Jack Will perguntou.
— Natural. — respondi direta e pude ver ele engolindo seco. — sem querer me impressionar ou agir de forma presunçosa sustentando aquele personagem que eu tanto repulso. — expliquei.
Dessa vez eu quem estava desarmando ele. Pude ver pela forma como ele agia enquanto eu falava.
O Jack Will sendo um garoto tão falante, parecia não saber o que dizer. Era como se eu finalmente o desarmasse.
— E melhor a gente sair daqui. — ele falou se recompondo enquanto eu quem ostentava um sorriso malicioso.
— Por que, está com medo de mim? — perguntei em um tom de brincadeira, então ele percebeu a minha insinuação e também sorriu.
— Não, mas tenho medo que você saia igualzinha a mim. — Jack Will respondeu enquanto eu ria da brincadeira do mesmo, me permitindo aquele momento raro por talvez, uma última vez.
Quando chegamos a porta da sala, ele destrancou e antes de girar a maçaneta, me encarou.
— Você pode sair primeiro. Estão todos na aula, acho que quase ninguém te verá. — ele falou.
Quase ninguém.
Ele foi cuidadoso em falar quase como um alerta. Já que a escola é residida por paparazzis que ninguém sabe quem são.
Eu respirei fundo e assenti para o mesmo.
— Tudo bem. — falei em concordância.
— A gente se ver depois? — Jack Will me perguntou e então eu o encarei, mas não com a surpresa ou nervosismo de antes. Mas sim, com naturalidade.
— Já está com saudades? — brinquei e ele sorriu.
— Você aprende rápido. — ele falou orgulhoso enquanto alternava o olhar de mim para a porta.
— A gente se ver por aí. — falei antes dele abrir a porta e eu sair mantendo a tranquilidade para fingir que tudo o que conversei com o Jack Will, nunca tivesse acontecido.
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ILEGAL - vício da paixão
Lãng mạn"Eu nunca pensei que um ser humano podia despertar tanto desejo e vontade ao ponto de me fazer bem, mas ao mesmo tempo ser a minha perdição, a minha morte lenta." Uma simples garota de quinze anos recém chegada a cidade se aventura na sua nova vida...