Eram exatamente três horas da manhã quando eu cheguei em minha casa.
A minha mãe estava em casa e provavelmente dormindo, pois a porta do seu quarto estava fechada. Eu caminhei cautelosamente para que eu não fizesse nenhum barulho no meu caminho até o quarto.
Minha mãe nitidamente havia chegado muito cansada em casa, já que não havia me mandado mensagem para saber sobre mim.
Embora ela confie muito na Lyn, a minha mãe sabia que eu não dormiria na casa da mesma e que precisaria voltar. Ou seja, a mesma ficaria preocupada até eu voltar.
Mas pelo visto, ela estava tranquila até demais. O que me aliviou bastante.
Quando eu finalmente cheguei em meu quarto, eu fechei a porta e soltei um suspiro aliviado por ter dado tudo certo e a minha mãe não ter acordado.
E como eu estava exaustivamente esgotada fisicamente e mentalmente, eu não tomei banho. Apenas me troquei e escovei os meus dentes antes de me jogar na cama para que o sono tranquilo me envolvesse por completo.Na manhã seguinte, eu acordei com o meu celular vibrando.
Era o alarme que sempre tocava as seis em ponto da manhã, para indicar o início da minha rotina.
Ainda exausta por não ter dormido o suficiente, eu me encaminhei para o banheiro afim de tomar um banho "de cabeça" e frio logo pela manhã afim de me despertar. Em seguida, eu vestir a minha calça jeans escura cintura alta e um cropped branco para complementar. Logo depois calcei o meu tênis e cuidei da minha maquiagem.
Embora eu não seja fã de maquiagens pesadas, hoje eu fui obrigada a investir na base para amenizar as minhas olheiras e um pouco de sombra nos meus olhos inchados por conta da noite de ontem.
Eu ainda não havia falado com o Jack Will e depois do que ele fez eu não queria nem o vê-lo em minha frente, embora ele tivesse muito com o que se desculpar.
Quando eu finalizei o "trabalho" em meu rosto, eu peguei a mochila e desci para tomar um café.
Normalmente eu comeria na escola, mas hoje eu preciso de um café bem forte para que eu suporte o dia.
Eu estava descendo as escadas quando ouvir murmúrios de conversa vindo da sala, e curiosa eu caminhei lentamente para me certificar de quem estava por detrás dos sussurros.
Ao me aproximar, me assustei ao ver um homem alto, forte de cabelos mais negros do que a noite e olhos em um tom azul piscina que conversava secretamente com a minha mãe.
Ele era mais novo que a minha mãe, embora a mesma aparenta ser mais nova do que realmente é. E como o mesmo estava de regata, pude notar uma tatuagem de sol em seu braço direito. No "muque" para ser mais específica.
O rapaz é um homem muito bonito e aumentou a minha curiosidade a respeito do que ele queria com a minha mãe, ainda mais por estar em nossa casa às seis e trinta da manhã.
Será que é um pretendente?
Eu estava apoiada no corrimão da escada para observá-los melhor. E como ainda estavam conversado eu tentei me aproximar para ouvir melhor, porém me desequilibrei e cair.
Foi uma queda estrondeante e dolorida, o que atraiu a atenção da minha mãe e do homem com quem a mesma conversava.
— Layce? — minha mãe perguntou enquanto eu permanecia no chão tentando parecer invisível.
Fiquei calada por alguns breves segundos para ver se a minha mãe esquecia do barulho e continuasse com a conversa, mas não adiantou já que a mesma seguiu até onde eu estava e me encarou confusa.
— Oi, mãe. — falei temerosa enquanto me colocava de pé.
— O que está fazendo aí? — minha mãe insistiu com uma sobrancelha arqueada me deixando surpresa.
— B-bem, eu apenas estava descendo as escadas. — respondi um pouco nervosa pela situação, mas tentei disfarçar.
— E caiu do nada? — ela me perguntou desconfiada.
Eu nunca conseguia mentir para a minha mãe. Ou ela era bastante esperta ou eu quem me atrapalhava, mas ela nunca caiu em minhas armadilhas.
— Eu estava descendo e então ouvir conversas baixas e fiquei curiosa para saber de quem vinha, então eu vi você. — respondi e então lancei um breve olhar de relance para o rapaz. — ou melhor, vocês. — continuei e a minha mãe respirou fundo.
— Tudo bem, Chris. Pode vim! — minha mãe falou ordenando que o rapaz se aproximasse de nós.
Quando ele chegou, o mesmo sorriu com muita educação para mim e eu retribuir o mesmo.
— Layce, esse é o Christian Perry. Meu amigo e colega de trabalho. — ela disse. — e Chris, essa é a minha filha, a Layce. — minha mãe continuou um pouco relutante.
— Prazer, Layce! — ele disse com um sorriso simpático. — que bom que eu te conheci, a sua mãe fala muito de você. — Christian continuou fazendo a minha mãe sorrir.
— Prazer, Christian! — falei.
Embora a minha mãe soubesse muito bem como disfarçar, ela estava nervosa. Como uma criança quando é flagrada fazendo algo de errado.
Era assim que a minha mãe estava.
Será que havia algo nessa história que ela não ousa em me falar?
Estávamos em um clima desconcertante, pois nem eu e tampouco nenhum dos dois sabíamos o que dizer logo após. Então a minha mãe foi a mais esperta.
— É... já vai para a escola, filha? — minha mãe me perguntou colocando um ponto final no nosso silêncio.
— Ainda não, eu vou tomar café antes. — respondi deixando a minha mãe surpresa já que eu quase nunca tomo café em casa.
— Olha, se não é uma surpresa! — ela brincou e eu rir. — acho que também irei aproveitar e tomar café com você! — disse a mesma.
— Ótimo! — falei. — quer tomar café com a gente, Christian? — perguntei ao rapaz que me encarou surpreso.
A minha mãe por estranho que fosse também ficou surpresa com o meu convite para o mesmo, o que me deixou ainda mais desconfiada a respeito da relação dos dois.
Se são amigos, por que agem como se fossem dois desconhecidos?
O Christian olhou para a minha mãe como quem esperasse que a mesma respondesse por ele, ou simplesmente procurasse alguma permissão.
— Filha, o Christian já estava de saída. — minha mãe respondeu pelo mesmo.
Embora ele não demonstrasse, eu pude sentir a decepção por detrás da estressado serena e simpática do mesmo.
— Ué, mas ele acabou de chegar. — falei ao jogar uma isca.
— É, mas eu só passei aqui para... para...
— Para trazer a minha carteira que eu esqueci ontem no restaurante! — minha mãe disse interrompendo o mesmo que estava nitidamente atrapalhado.
Se eu não engano a minha mãe, ela também não me engana.
Aposto que o Christian havia passado a noite aqui com a mesma e estava fazendo o mesmo ir embora antes que eu o visse, mas o destino é de bem comigo e me mostrou naturalmente.
— Tudo bem. — falei fingindo não desconfiar de nada. — mas eu insisto que você fique mais um pouco só para tomar café. Os amigos da minha mãe são meus amigos também. — continuei repetindo uma frase típica da minha mãe e a mesma me encarou em repreensão.
O Christian sorriu e logo aceitou o meu convite. Em seguida nos encaminhamos para a cozinha e comemos panquecas com um café forte que a minha mãe ama fazer.
Conversamos algumas coisas legais enquanto comíamos, o Christian falou brevemente sobre a sua vida e eu o ouvia atentamente. Ele contou que tem apenas um ano que mora aqui em São Francisco, pois se mudou logo após o falecimento da sua esposa. O mesmo também falou que tem uma filha da mesma idade que a minha, ela é estudante do Don Ferdinan High School embora ele queira mudar a mesma de escola no ano que vem, por questões de localidade.
Embora o Christian tocasse em assuntos tão tristes, ele se tornava radiante com a menção da sua filha. Inclusive ele falou que nos apresentaria assim que possível e eu demonstrei interesse em conhecer-la.
Estávamos tão entretidos na conversa que eu mal percebi que as horas passaram e eram quase sete, me levantei apressadamente da cadeira quando eu vi o horário. O que atraiu a atenção dele e da minha mãe.
— O que foi?! — a minha mãe me perguntou preocupada.
— Já são quase sete horas e eu preciso ir para o colégio! — respondi nervosa e então o Christian também se colocou de pé rapidamente.
— E eu preciso trabalhar! — ele disse.
— Então vamos correr! — falei e o mesmo assentiu enquanto corria logo atrás a mim até a porta da minha casa.
Quando havíamos chegado do lado de fora, a minha mãe também apareceu logo atrás de nós. E quando eu peguei o meu celular afim de mandar uma mensagem para o meu melhor amigo, o Christian atraiu a minha atenção.
— Com quem você irá para a escola? — ele me perguntou. — quer que eu te leve? — o mesmo insistiu e então eu abrir um sorriso.
— Não precisa, Chris. — minha mãe respondeu por mim atraindo a nossa atenção. — o namorado dela já deve estar chegando. — ela explicou.
— Hum... namorado, é? — Christian perguntou em um tom de brincadeira, porém eu não sorrir por estar com raiva do Jack Will.
— É. — respondi seca. — enfim, eu irei com o Christian hoje, mãe. — falei deixando mesma confusa.
— Ué, por que não vai com o Jack? — ela perguntou. — vocês brigaram? — minha mãe insistiu.
— Sim, nós brigamos. — respondi friamente. — bom, eu já estou indo. — continuei.
— Tudo bem, Layce. Mas quando você chegar eu quero conversar com você a respeito disso. — minha mãe falou.
— Certo, mas eu quero conversar com você também. — falei e então a minha mãe ficou em silêncio, provavelmente ela já sabia sobre o que eu queria conversar. Ou melhor, sobre quem.
Eu caminhei com o Christian até o carro do mesmo depois que ele me surpreendeu ao abrir a porta para mim eu me virei para a minha mãe afim de me despedir da mesma.
— Tchau, mãe. Eu te amo! — gritei da janela do carro.
— Tchau, filha. Eu te amo também! — ela gritou em resposta.
— Tenha um ótimo dia, Grace. E muito obrigado por tudo! — Christian gritou para a minha mãe enquanto encarava a mesma de uma forma que provavelmente só ela entendia.
— Tenha um ótimo dia também, Chris! — minha mãe gritou em resposta para o mesmo e com um sorriso estampado no rosto o Christian seguiu viagem para o meu colégio.
VOCÊ ESTÁ LENDO
ILEGAL - vício da paixão
Romance"Eu nunca pensei que um ser humano podia despertar tanto desejo e vontade ao ponto de me fazer bem, mas ao mesmo tempo ser a minha perdição, a minha morte lenta." Uma simples garota de quinze anos recém chegada a cidade se aventura na sua nova vida...