Quando o Holden me deixou em casa, já eram um pouco mais de três horas da manhã.
Todos os meus amigos me escoltaram até em casa como se eu fosse algum tipo de famosa, ou melhor, se fosse alguma criminosa prestes a fugir das minhas consequências prisionais. Mas na verdade, eu estava tão fraca e sem ação que eu mal conseguia me mexer.
Era como se toda a minha força tivesse sido sugada.
Minha cabeça latejava conforme eu tentava assimilar tudo o que havia acontecido hoje, e minhas pálpebras estavam tão inchadas que eu pude sentir o peso delas enquanto lutava para o sono não me invadir na volta para a minha casa.
Mesmo que eu não estivesse encarando o mesmo, eu pude sentir que o Holden sempre me olhava de relance. Ele não falava nada, mas eu sabia que o meu amiga estava preocupado.
Quando o Holden parou o carro para que eu saísse, eu me despedir do mesmo e agradeci por tudo. Ele assentiu e me abraçou enquanto dizia suas palavras de consolo e total apoio para mim, mas nenhuma menção de ódio foi feita para o Jack Will. O que me deixou levemente surpresa.
Também agradeci aos meus demais amigos. E óbvio, me desculpem por ter estragado a noite de baile deles. Mas os mesmos simplesmente ignoraram o meu pedido de desculpa e mostraram o total apoio para mim, me deixando significativamente melhor.
Pelo jeito eu estava mais devastada do que eu achava que eu estivesse.
Quando eu entrei na minha casa, tudo estava silencioso e escuro. Com exceção de uma lâmpada que a minha mãe deixou acesa no corredor da sala para quando eu chegasse do baile.
Eu sorrir com aquele pequeno detalhe de cuidado da minha mãe, e rapidamente eu peguei uma toalha me de dirigir para o banheiro afim de tirar todo aquele peso dessa noite conturbada do meu corpo.•••
Na manhã seguinte, eu acordei com os olhos pesados por conta do inchaço causado pelas minhas lágrimas excessivas.
Depois do banho, foi impossível eu não pegar o meu celular na esperança de haver alguma mensagem do Jack Will. Nem que fosse me dizendo mais uma vez que tínhamos terminado, embora eu já soubesse muito bem. Mas ao me deparar com o perfil dele sem foto e sem informações do contato, me deixou pior do que se ele tivesse me relembrado do nosso término pela terceira vez.
Ele havia me bloqueado de sua vida virtual, assim como fez na vida real.
Eu me levantei depois de quase uma hora que eu passei deitada em minha cama, apenas refletindo sobre a minha vida. Pensei sobre o Dave, o plano da Margot e o Jack Will. E embora eu não quisesse pensar, não saia da minha cabeça o fato de que provavelmente o meu agora ex namorado teria transado com a garota que mentiu e armou toda aquela confusão ontem. Todos aqueles fatos misturados apenas me fazia querer permanecer na minha vida, enquanto eu tentava fortemente procurar motivos para me levantar.
Quando eu havia me sentado na cama, fui surpreendida com batidas suaves na minha porta. E apenas pela forma de bater, eu já sabia muito bem quem era.
— Mãe? — perguntei com um sorriso no rosto enquanto encarava a porta.
— Sou eu, meu amor. — ela respondeu. — posso entrar? — a mesma perguntou.
— Claro, mãe. — respondi e no mesmo instante ela abriu a porta e adentrou em meu quarto.
A minha mãe não costuma a perguntar se pode entrar em meu quarto. Ela apenas bate na porta apenas para avisar que está entrando, o que me levou a pensar que a mesma provavelmente já sabe o que aconteceu na madrugada de hoje. Ou simplesmente ela sabe que alguma coisa ruim aconteceu.
Ela me encarou com um olhar sereno e cheio de compaixão, mas eu pude notar traços de preocupação assim que a minha mãe me encarou. No entanto eu sabia que ela iria se recompor para me questionar.
— Filha, não precisa me contar o que aconteceu. Eu já sei de tudo. — minha mãe falou atraindo a minha atenção.
— O Holden te contou? — perguntei sem me dar o trabalho de inventar nenhuma desculpa para a mesma e a minha mãe assentiu.
— Ele apareceu aqui para saber sobre você. — respondeu ela. — mas não fique com raiva dele. O Holden apenas me contou quando viu que não adiantava mentir para mim, eu sentir a gravidade do problema no tom de voz dele. — minha mãe continuou e eu abrir um sorriso fraco.
Não importava o que acontecesse ou o quanto eu tentasse esconder os fatos, a minha mãe sempre sabia que havia alguma coisa. As minhas desculpas nunca enganou a mesma.
Ou eu mentia mal, ou a minha mãe tinha aqueles superpoderes de mãe.
— Tudo bem. Na verdade eu fico até grata que você já saiba, isso apenas me poupa do sofrimento que eu teria para te contar. — falei abaixando a minha cabeça enquanto a minha mãe me encarava com compaixão.
— Awn, minha querida. Vem cá! — minha mãe falou enquanto abria os braços para mim, e sem pensar duas vezes eu apenas me aproximei e me aninhei nos braços da mesma para um abraço demorado.
Enquanto eu permanecia com os olhos fechados ao aproveitar o abraço da minha mãe, a mesma acariciava a minha cabeça afim de me trazer paz e consolo. E naquele momento eu não poderia pedir uma pessoa melhor do que a minha melhor amiga, a minha mãe.
Ela me separou do seu abraço e me fez olhar para a mesma que sorria gentilmente para mim, mas assim que a minha mãe olhou em meus olhos, o seu sorriso tornou-se sombrio.
Era como se ela pudesse enxergar a minha dor através dos meus olhos.
— Como você está se sentindo, minha querida? — ela me perguntou preocupada.
— Destruída. — respondi. — literalmente. Porque eu sinto como se um caminhão tivesse passado por cima de mim. — continuei.
— Eu sei, Layce. — disse a minha mãe. — imagino o quão difícil foi para você rever o Dave. E mais complicado ainda quando o mesmo está metido em um plano sujo para te afastar do Jack. — continuou a mesma enquanto eu assentia em silêncio.
— Foi difícil reencontrar o Dave, porque foi como se eu tivesse encontrado um fantasma. — falei sem encarar a minha mãe, mas pude perceber que a mesma assentia.
— É por isso que não dá para fugir dos problemas, como também não se esconde do passado. — minha mãe falou atraindo a minha atenção surpresa.
Eu me lembrei do que Jack Will havia dito sobre eu fugir dos meus problemas, e o mesmo me chamou de covarde. Porque embora eu odeie esse título, eu não posso negar que no fundo, eu sempre fui uma medrosa covarde.
Agora eu teria que lidar com os destroços após a tempestade.
— É... agora eu sei. — falei de forma reflexiva atraindo a atenção concentrada da minha mãe.
— Mas o Jack foi precipitado em terminar tudo com você sem antes conversarem para que você pudesse explicar toda a verdade. — ela falou. — ele agiu no calor do momento, mas eu sei que logo vocês irão se entender. — continuou a mesma.
— Não, mãe. Nós acabamos mesmo. — falei. — ele até passou a noite com a garota que armou tudo isso para mim, sabia? — perguntei deixando a mesma levemente surpresa.
— Como assim ele passou a noite com a pessoa que arrumou tudo?! — minha mãe perguntou indignada.
— Ele não sabe que ela armou tudo porque ela finge ser uma boa pessoa, ou melhor, uma pessoa que mudou recentemente. — respondi e então a mesma mostrou-se mais aliada, no entanto, ainda me encarava com o cenho franzido.
Eu tentava entender o que a minha mãe estava pensando naquele momento. Se ela estava entendendo o Jack Will, ou se julgava o mesmo por no mesmo dia do término ter ido atrás de uma outra garota por desespero ou não.
— Eu entendo a raiva do Jack, mas não aprovo essas atitudes impulsivas dele. — minha mãe falou finalmente. — isso causa tantos arrependimentos na vida. — a mesma continuou enquanto eu apenas assentia em silêncio.
Em seguida a minha mãe me surpreendeu ao se colocar de pé em um estalo, como se tivesse se esquecido de algo.
— Eu esqueci te avisar, filha. Mas você tem visitas! — minha mãe comentou levemente empolgada enquanto eu a encarava surpresa, embora eu não estivesse disposta a receber ninguém.
— Ah, mãe. Você sabe que eu não quero ver ninguém hoje! — bufei e a minha mãe abriu um sorriso insistente.
— Eu prometo que dessas visitas você irá gostar. — minha mãe falou me deixando curiosa.
— Quem? — perguntei e no mesmo instante a minha porta foi energicamente aberta me assustando.
— Falavam de nós? — Holden perguntou com um sorriso enquanto trazia consigo o Caleb, Louis, Emma, Lyn, Lana, Norman e Lisa.
Embora eu estivesse indisposta, triste, despenteada, desarrumada e despreparada, eu não pude conter um sorriso sincero ao ver todos os meus amigos ali presentes.
Eu me senti levemente especial.
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ILEGAL - vício da paixão
Romance"Eu nunca pensei que um ser humano podia despertar tanto desejo e vontade ao ponto de me fazer bem, mas ao mesmo tempo ser a minha perdição, a minha morte lenta." Uma simples garota de quinze anos recém chegada a cidade se aventura na sua nova vida...