Eu estava tendo um sonho tranquilo onde eu estava em um campo bem verde. Haviam bastantes árvores, grama e flores, e o sol poente era delicadamente suave ao tocar em minha pele.
Eu estava caminhando admirada com a paisagem, embora eu estivesse perdida e sem rumo. No sonho eu permaneci passeando e observando o horizonte logo à frente, quando me deparei com uma silhueta masculina familiar que fez o meu coração acelerar de nervosismo.
Eu tinha uma rasa ideia de quem poderia ser, mas a ficha só caiu quando eu me deparei com o meu pai que me encarava de forma triste.
Meu coração acelerou e minha garganta ardia com as lágrimas que eu forçava para segurar. Eu me preparei para correr para longe dele, mas no sonho, o meu pai foi mais rápido e segurou delicadamente o meu braço e me impossibilitou de sair.
Eu o encarei nervosa e então ele começou a chorar, e antes que a sua imagem sumisse como uma fumaça, ele falou:
"Eu sinto sua falta."
Eu sentir um repentino desespero quando ele sumiu no meu sonho. E me mexendo bastante, eu acordei e me sentei em disparada. Com certeza, assustando o Jack Will que me encarava com os olhos arregalados.
— Você está bem, Layce? — ele me perguntou preocupado e enquanto eu controlava o meu nervosismo com a minha respiração.
— Sim, eu só tive um sonho. — respondi encarando o mesmo. — ou melhor, um pesadelo. — continuei e enquanto o Jack Will me encarava confuso.
— Sobre o quê? — ele me perguntou curioso.
Eu não queria falar ao Jack Will que eu havia sonhado com o meu pai que me abandonou, então eu me apressei para inventar alguma desculpa.
— É... com um monstro, que estava me seguindo em plena luz do dia. — respondi enquanto o mesmo me encarava com um sorriso ladino em seu rosto.
— Tem medo de monstros, Layce? — Jack Will me perguntou em um tom de brincadeira.
— Só os monstros da vida real. — respondi enquanto o Jack Will me encarava sério e pensativo.
Quando eu finalmente consegui me acalmar, eu voltei a realidade e peguei o meu celular para ver as horas, e me assustei ao ver que já eram oito em ponto da manhã.
— Sua mãe chega que horas, geralmente? — Jack Will me perguntou quando me viu assustada. Adivinhando o motivo do meu susto.
— Já era para ela estar aqui. — respondi encarando o mesmo que estava visivelmente tranquilo.
Estávamos trocando olhares em silêncio quando fomos surpreendidos por um ruído de chaves, e então eu tive a certeza de que a minha mãe havia chegado.
Enquanto ela girava a chave para destrancar a porta, meu coração acelerou com receio de que ela reclamasse por eu ter chamado um garoto "estranho" para passar a noite comigo enquanto ela estava ausente. Mas assim que a minha mãe entrou e se deparou comigo e com o Jack Will, ela ficou paralisada, como se estivesse processando a informação. Ou melhor, o choque da surpresa.
— Bom dia, senhora Grace! — Jack Will cumprimentou a minha mãe que ainda estava paralisada na porta.
— Bom dia. — a minha mãe respondeu enquanto fechava a porta e se aproximava de nós, ainda sem reação.
— Mãe, o Jack veio ficar comigo ontem. Espero que você não se importe. — falei receosa enquanto o Jack Will estava nervoso.
Ela olhou o local ao redor para analisar ou procurar por alguma coisa, e espero que não seja o que eu estou pensando nesse momento.
Peças de roupas íntimas ou embalagens de camisinha.
— Vocês passaram a noite toda aqui juntos? — a minha mãe perguntou um pouco preocupada e então eu assenti.
— Mas mãe, nós não fizemos nada que não fosse conversar, assistir e dormir. — expliquei ainda nervosa. — nós nem comemos o sorvete que o Jack trouxe. — continuei enquanto a minha mãe nos encarava séria.
— É verdade, senhora Grace. Nós não fizemos nada! — Jack Will disparou. — eu respeito muito a Layce, e jamais faria...
— Está tudo bem. — a minha mãe disparou interrompendo o Jack Will. — eu confio em você, rapaz. Ou melhor dizendo, em vocês. — ela continuou com uma expressão mais leve, e até sorriu me deixando mil vezes mais aliviada.
— Aí, graças a Deus! — Jack Will disparou em alívio enquanto a minha mãe ria.
— Eu só quis fazer uma brincadeira com vocês, mas eu não sou desse jeito e a Layce sabe disso. — minha mãe falou enquanto piscava para mim, fazendo o Jack Will sorrir.
A minha mãe sempre foi a minha melhor amiga em todos os momentos. Desde a minha infância ela me acompanha e conversa sobre tudo comigo, e sempre tivemos uma boa relação. Apesar de algumas brigas as vezes, mas nada de tão grave.
O que importa é que eu tenha uma extrema confiança nela para falar sobre tudo e em troca, recebo a mesma confiança. E não há nada de melhor nisso, além do respeito, claro.
— Que bom que a senhora sabe. A Layce é realmente uma menina muito especial. — Jack Will falou me deixando sem jeito enquanto a minha mãe sorria em concordância.
— Ela é sim. — minha mãe falou. — e me chame apenas de Grace, por favor. — ela pediu e o Jack Will assentiu com um sorriso.
— Obrigado por confiar em mim, Grace. — Jack Will falou.
— Você merece. — a minha mãe falou deixando o mesmo feliz. — inclusive, vocês já tomaram café? — ela nos perguntou.
— Ainda não. — respondi.
— Que bom, porque eu passei na padaria e comprei alguns pães recheados, bolos e café. — a minha mãe respondeu me deixando feliz.
— Você é a melhor, mãe! — falei indo em direção das sacolas que ela trazia enquanto a mesma e o Jack Will riam.
— Está servido também, Jackson? — a minha mãe perguntou ao mesmo que nos observava.
— Eu gostaria muito, Grace. Mas eu preciso voltar para a casa antes que os meus pais mandem à polícia atrás de mim. — Jack Will respondeu fazendo a minha mãe sorrir.
— Eu entendo, os seus pais são muito preocupados? — minha mãe perguntou enquanto o Jack Will pegava as suas coisas e seguia para a porta.
— Nem tanto, mas eles são o prefeito e a primeira dama da cidade. — Jack Will respondeu enquanto eu e a minha mãe trocávamos um olhar de relance.
Eu seguir para onde o mesmo estava e o encarei com um sorriso enquanto o Jack Will me olhava confuso, embora ele já soubesse que eu iria falar alguma coisa.
— Obrigada por ter vindo passar a noite comigo. — falei e então ele sorriu.
— Não precisa me agradecer por eu ter realizado um dos meus sonhos. — Jack Will falou e então eu rir sem jeito.
— Então... nos vemos por aí? — perguntei e então ele assentiu.
— E espero que o mais breve possível. — respondeu o Jack Will e então eu o abracei.
Jack Will me puxou para me deixar mais próximo do mesmo, em um abraço firme. E passado alguns longos segundos, eu o soltei e o encarei com um sorriso antes que ele saísse e fechasse a porta atrás de si.
Quando eu me virei, me deparei com a minha mãe que me observava com uma expressão bastante curiosa. Mas tudo o que ela pronunciou foi apenas três palavras que me fez sorrir:
— Eu gosto dele. — ela falou enquanto comia um pedaço de pão.
VOCÊ ESTÁ LENDO
ILEGAL - vício da paixão
Romance"Eu nunca pensei que um ser humano podia despertar tanto desejo e vontade ao ponto de me fazer bem, mas ao mesmo tempo ser a minha perdição, a minha morte lenta." Uma simples garota de quinze anos recém chegada a cidade se aventura na sua nova vida...