21 | O irmão da minha melhor amiga

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Léo e Valentina (Narrado por Tina)

Render-se às próprias vontades é uma coisa bem complicada para uma moça que passou metade da vida morando em zonas rurais e com pouco movimento.

Não estava acostumada com o vaivém das pessoas pelas ruas e muito menos com a barulheira das buzinas dos carros. Céus, acho que vou ficar louca.

Passei a minha vida inteira vivendo em torno de uma vasta extensão de variados tons de verde e agora que consegui uma bolsa de estudos fui obrigada a me mudar, pois só assim poderia ter a chance de melhorar a vida de minha mãe e claramente a minha também. 

Novas oportunidades surgem e temos que agarrá-las com força antes que seja tarde demais, e cá entre nós? Eu não tenho tempo para lidar com arrependimentos. 

Me mudei para o apartamento de uma velha amiga, era simples e ficava localizado em um bairro afastado do centro, mas isso não quer dizer que o lugar era tranquilo e silencioso. 

Tinha alguns vizinhos barulhentos e crianças gritando no pátio interno do prédio. 

O lugar em si era muito bonito e confortável, acho que consigo me acostumar. Minha mãe me liga sempre que possível para ver se estou me adaptando e eu a tranquilizo sempre dizendo que sim, mesmo estando um pouco assustada com a nova vida.

Quando cheguei no aeroporto mais cedo fui recebida com os gritinhos finos de Debbie, minha amiga. Estava com tanta saudades dela.

- Menina, como você tá bonita - falou se afastando de meu corpo para me observar melhor.

- E você não está de se jogar fora, hein - falei e ela deu uma voltinha se exibindo. Nada novo sob o sol. 

A auto estima de Debbie poderia ser revendida no centro e ainda sobraria mais para os dias seguintes. 

Rimos as duas e saímos do aeroporto e fomos direto para o seu apartamento de táxi. E cá estamos nós. 

Debbie pediu pizza para mais tarde e combinamos de assistirmos um filme enquanto colocamos o papo em dia.

- E os namoradinhos, Tina? - ela brincou e quase engasguei com a água que estava tomando.

- Credo, Debbie. Está parecendo minha tia Joana.

- Mas, sério. Nem um em especial? - ela me olhou curiosa.

- Nada, menina. Não tenho tempo pra isso - falei.

- Que sem graça você - ela revirou os olhos e se virou para a televisão. 

Escolhemos o filme que queríamos e passamos o resto da noite comendo pizza e falando sobre como estavam as coisas em nossas vidas. 

Até que um barulho na porta chamou a atenção de nós duas. Olhei para a morena ao meu lado com o olhar regado de confusão. 

Ela apenas deu de ombros e continuou a olhar para a tevê. Quando a porta finalmente se abriu eu o vi.

Léo, o irmão de Debbie. Meus olhos se arregalaram sem que eu permitisse ao ver ele. Era alto, moreno como a irmã e tinha um corpo maravilhoso, mesmo com suas roupas ele ainda se destacava.

Cutuquei Debbie com o cotovelo para que ela me desse alguma explicação. Ela apenas se levantou, e foi pro lado do irmão. Suas mãos passaram pelo ombro do garoto e ela nos apresentou.

- Léo, Tina. Tina, Léo. Apresentados - sorriu e voltou para o lugar que estava.

- Oi, Tina. Você cresceu - ele me olhou de cima a baixo sem vergonha alguma e lambeu os malditos lábios. 

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