30.1 | Mais que vizinhos I

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Jude e Rye (narrado por Jude)

Não é de hoje que isso acontece, na verdade começou bem cedo, desde que eu tinha os meu bem vividos 14 anos e não sabia ainda o que eram hormônios direito.

Lembro-me de sempre espiar pela janela o momento em que ele aparecia no quintal pra brincar com seu cachorro. Ficava que nem uma boba observando ele.

Ficava atenta a cada movimento, cada mínimo movimento me deixava em êxtase. Quando cresci um pouco mais, pensei que aquelas coisas mudariam, mas eu só fiquei ainda mais fascinada por ele.

Eu gostava principalmente de vê-lo tocar piano. Sentia vontade de ver de pertinho, para assim ficar atenta a cada movimentar de seus dedos. Céus, eu estava louca. Não sabia mais o que fazer pra acabar com aquele desejo que sentia.

De duas a três vezes em uma semana eu me tocava pensando nos dedos habilidosos que ele tinha me tocando, me fazendo gritar de tanto prazer. Era desesperador, mas ao mesmo tempo gostoso. A sensação de imaginar ele aqui, beijando meu corpo e satisfazendo seu próprio desejo com o meu, era um sentimento indescritível.

Conforme o tempo ia passando, meu desejo permanecia cada vez mais forte. Chega! Estava na hora de pôr meu plano em prática. Onde está a mulher de atitude que sua mãe criou?

De início foi difícil chamar sua atenção, mas sem muito sacrifício eu surpreendentemente consegui sem fazer tanto esforço. Parecia que a sorte estava ao meu lado.

Era uma manhã de domingo e ele sempre costumava sair pra passear com o cachorro. Acho que não deve ter amarrado ele direito e ele acabou fugindo. Ser filha de pais que adoram cães me ajudou em algo. Mamãe tinha me ensinado um truque para quando os cães fogem de seus donos, era coisa básica, mas nem todo mundo sabia dessa técnica.

Apliquei isso com ele e ele veio até mim, sorri feliz por ter dado certo e acariciei seu pelo extremamente macio. O dono veio correndo de encontro ao cachorro. Estava ofegante, ele usava uma regata branca que pelo esforço havia ficado semi transparente pelo suor, não tive como não olhar.

Ao se acalmar, levantou o olhar para mim e sorriu, agradecendo pelo meu feito. Sorri de volta, quase não aguentando de nervosismo por estar tão perto daquele deus. Prendi novamente o cachorro na coleira, de forma mais reforçada dessa vez.

Durante esse tempo, senti seu olhar sobre mim, e então me despedi, meu trabalho ali já tinha acabado e agora era esperar o resultado. Acho que com aquele pouco contato que tivemos, já teria dado pra ele se tocar de algo, pois a forma com que lhe olhei já entregava bastante coisa.

Depois de várias semanas, a nossa aproximação já era grande. Algumas vezes saíamos para tomar café e conversar sobre trabalho e a vida. Depois de alguns dias ele finalmente me convidou para sair.

Já havíamos criado uma intimidade grande um com o outro. Fazia apenas um mês de aproximação e aquela vibe da nossa intimidade estava muito boa.

No dia do nosso encontro me arrumei 2 horas antes do horário marcado. Vesti um vestido vermelho, não muito chamativo, passei pouca maquiagem, pois minha pele oleosa não me permitia abusar e por fim coloquei um saltinho fino para finalizar o look.

Se esse homem não se ajoelhar aos meus pés hoje, eu claramente estou louca. Fazia tempo que não me produzia para um encontro e me olhando agora no espelho me sinto pronta para o que quer que vá acontecer hoje.

...

Estou frente a frente com ele. O som ambiente do lugar onde escolhemos jantar é bem romântico. Ele está fodidamente gostoso, vestindo uma camisa social preta com os primeiros dois botões abertos. Seus olhos estão grudados em mim e os meus nele. Pensei que estaria mais controlada, mas tudo o que mais desejo agora é abrir cada botão daquela camisa lamber e morder todo o seu corpo.

- Está bonita hoje. - Ele fala pela primeira vez e sorri.

- Muito obrigada. Você também está - Sorrio e desço o olhar pelo seu corpo, e volto a olhar em seus olhos.

Eu simplesmente perdi toda a vontade de jantar, por mim a gente pulava essa parte e ia pra cama. Mas como sou uma mulher recatada, aviso mentalmente para minha buceta que diminua o fogo.

Respiro fundo tentando controlar minha ansiedade e cruzo as pernas debaixo da mesa, talvez assim o que tenho entre as pernas se acalme mais.

Fiquei tanto tempo fora de mim que não percebi o garçom que estava próximo a mesa. Ele serve vinho tinto em nossas taças e rapidamente se vai, desejando-nos uma boa noite.

- O vinho daqui é o melhor da cidade - Ele estende a taça para mim.

- Vamos ver se os boatos são verdadeiros. - Pisco e delicadamente toco a minha taça com a sua.

Levo a taça aos lábios, ao mesmo tempo em que olho para ele. Ele parece hipnotizado, e apenas repete o mesmo movimento que faço, levando a taça aos lábios cheios.

Realmente o vinho é bom, muito bom mesmo. Fecho os olhos para intensificar mais a sensação do líquido descendo pela minha garganta, porém tudo o que minha mente suja consegue criar é esse mesmo vinho sendo derramado por todo o meu corpo e sendo limpo com os lábios de Rye.

Caraca, o que esse homem está fazendo comigo?

Quando enfim termino meus pensamentos sórdidos. Foco meu olhar no rosto do homem à minha frente. O tempo parece parar, pois nenhum de nós ousa fazer sequer um movimento, estamos apenas aqui parados, desejando um ao outro.

- Eu realmente não estou a fim de jantar, Jude. E sei que você também não - Ele fala de repente com a voz rouca e minha pele instantaneamente se arrepia.

Rye senta-se na cadeira ao meu lado e se aproxima de mim. Fico ali parada esperando os seus próximos passos. Ele afasta meus cabelos para o lado e arrasta os dedos ásperos pela pele do meu pescoço. Posso sentir sua respiração quente me atingir e logo após sua voz.

- Preciso sair daqui, ou vou rasgar sua roupa aqui mesmo e te foder em cima dessa mesa. - Rye solta essa em um só fôlego, me fazendo ansiar pelo que vem a seguir.

Ele dá um beijo casto ali e se afasta chamando o garçom e pedindo a conta. Assim que saímos do restaurante, seguimos lado a lado pelo grande estacionamento. Quando paramos em frente ao carro de Rye ele me empurra contra a lataria e ataca meus lábios. Todo o meu corpo se acende quando sua língua encontra a minha.

Sua mão alcança minha coxa pela fenda do vestido e aperta com força, sinto minha pele arder com seus toques.

Passo as mãos pelo seu corpo todo, querendo sentir tudo dele. Ele morde meus lábios e chupa com vontade. Tento me controlar para não me despir e me entregar aqui mesmo.

Ao nos separarmos, estamos os dois ofegantes, Rye traça meus lábios molhados com os dedos antes de soltar um suspiro e fechar os olhos, como se buscasse um pingo de consciência em sua mente.

- Ah, Jude. Você está me enlouquecendo.

- Acredite, Rye, você também está.

Tons De Prazer | Hiatus Onde histórias criam vida. Descubra agora