Volume 3 da série "quando me apaixono"
Matias e Adriana se conhecem desde crianças, já que a tia dele, Constança, se casou com o pai dela, quando os dois tinham dez anos de idade, sendo que a sua mãe morreu de câncer, quando ela tinha apenas seis an...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Lisboa - Portugal
O seu casamento com Aníbal estava cada vez mais insustentável, ao ponto de Mabel ser uma prisioneira em sua própria casa. Não que ela não pudesse sair de casa as vezes, só que quando a mesma saía era sempre com dois, três, ou mais seguranças no seu encalço. Ao menos sua filha estava segura ao lado do Rafael, pelo menos era nisso que Mabel acreditava, para poder suportar o verdadeiro martírio no qual a sua vida e o seu casamento haviam se tornado em um piscar de olhos, sem que Mabel sequer tivesse se dado conta de quando exatamente isso aconteceu com o seu matrimônio, antes tão tranquilo, e do porquê dele ter mudado tanto em tão pouco tempo, quase que, do dia para a noite.
Mabel não aguentava mais as humilhações de seu marido, mas quanto mais ela as suportava, mais e mais, ele se esquecia de procurar pela sua filha. E era justamente por isso, que Mabel aguentava tudo, pela sua filha, que sem a menor sombra de dúvidas, era a pessoa mais importante de toda a sua vida. Aníbal por sua vez, esse meio que tinha ciúmes até mesmo da roupa que Mabel vestia. Ele não permitia que ela usasse roupas curtas e com decotes, Mabel agora andava quase como uma freira, e mesmo assim, Aníbal arrumava motivos para sentir ciúmes dela. O ciúme dele era cego e doentio, assim como ele mesmo, o que, muitas vezes assustava, e muito, a Mabel, que morria de medo dele, e de suas crises de ciúmes e de raiva, que, sem a menor sombra de dúvidas, não eram poucas, como ela bem sabia.
Aníbal já bateu várias vezes em Mabel, e também já a violentou bastante, mas como ele era estéril, Mabel nunca engravidou dele. E a mesma dava graças a Deus todos os dias por isso, seu corpo vivia sempre todo roxo e cheio de hematomas, a sua vida era um verdadeiro caos, pior do que um inferno em si. Mabel já não sabia mais por quanto tempo ia aguentar isso, antes de sucumbir de vez. Mas ela permanecia firme e forte, vivendo, ou melhor dizendo, sobrevivendo ao terrível pesadelo sem fim, que era o casamento.
- Eu não aguento mais isso - Começa Mabel - Você claramente já não me ama mais, e isso já faz muito tempo, então por que você não me deixa ir empora? Por que? Me responde.
- Porque você é minha, Mabel, só por isso - Diz ele - E eu não sou de perder, ou de jogar fora o que é meu.
- Você me trata pior do que uma prostituta de luxo - Diz ela terminando de se vestir - Deixei de ser sua esposa já faz muito tempo, e mesmo assim, você quer manter esse nosso casamento de aparência, essa maldita farsa, que aos olhos dos demais parece perfeito, mas que para mim, não passa de um verdadeiro inferno, de um terrível pesadelo. E isso já faz um tempo.
- Eu já tive muita paciência com você, Mabel - Vai até ela, e pega um de seus braços com força - Então não ouse testar a minha paciência justo agora, que não estou de bom humor.
- Solta o meu braço, por favor, você está me machucando - Ele a solta meio bruscamente - Por que me maltrata tanto, Aníbal? Por quê?
- Por que? - Repete a pergunta um pouco aéreo - Porque você não me ama, nunca me amou, e jamais irá me amar, por isso, satisfeita?
