Capítulo 1

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AVISO: Essa história é uma continuação do primeiro livro: "O Fruto Proibido", do final oficial.

O som das sirenes da ambulância ecoa em meus ouvidos e finalmente percebo que estou sendo levada para o hospital. Sinto a dor no meu corpo e tento me concentrar em respirar fundo para não entrar em pânico. Eu não posso deixar de pensar no meu bebê e na possibilidade de que ele possa estar em perigo. Eu luto para me manter consciente enquanto os paramédicos trabalham em mim.

— Clara, vai ficar tudo bem — diz Henry, com a voz embargada, enquanto segura a minha mão com força.

Eu me sinto tonta e confusa, mas minha mente ainda está presa à imagem de minha mãe e Eric se beijando. Minha cabeça está latejando de dor e tudo parece estar acontecendo em câmera lenta, e eu perco totalmente a consciência.

Algumas horas depois...

Abro os olhos lentamente e percebo que estou em uma cama de hospital. Tudo é embaçado e eu não consigo focar em nada. Minha cabeça dói e meu corpo todo parece estar doendo. Eu tento me mexer, mas sinto uma dor aguda no meu abdômen. É então que um homem alto, negro e bonito se aproxima de mim. Ele tem um sorriso gentil e olhos castanhos escuros.

— Olá, Clara. Eu sou o doutor Francis. Como você está se sentindo? — ele pergunta, com voz suave.

Eu olho para ele, sem saber o que dizer. Eu me sinto confusa e desorientada. Onde estou? O que aconteceu? Então, tudo volta para mim. A lembrança do acidente, a dor no meu corpo e, em seguida, a imagem de minha mãe beijando Eric. Eu tento empurrar a lembrança para o fundo da minha mente.

— O que aconteceu comigo? — pergunto, com a voz fraca.

— Você sofreu um acidente de carro. Você foi atingida por um veículo quando estava atravessando a rua. Você foi trazida ao hospital com algumas lesões e nós tivemos que fazer uma cirurgia de emergência — explica ele.

— E o meu bebê? — pergunto, sentindo um aperto no peito.

Eu espero que ele diga que meu bebê está bem, mas a expressão dele muda de uma maneira que me faz sentir ainda mais desconfortável.

— Sinto muito, Clara, mas seu bebê não sobreviveu ao acidente — diz ele, com voz calma, mas seus olhos refletindo a tristeza.

Sinto como se tudo em mim desmoronasse. Minha mãe namorando meu ex já era ruim o suficiente, mas perder o bebê me faz sentir um tipo de dor que nunca experimentei antes. Eu tento segurar as lágrimas, mas é impossível. Choro convulsivamente enquanto o médico me conforta.

— Eu sinto muito, Clara. Sei que é uma notícia difícil de ouvir. Mas você está em segurança agora e nós estamos aqui para cuidar de você — diz ele, gentilmente.

Tento me concentrar nas palavras dele, mas a dor é insuportável. Eu me sinto sozinha e perdida. Eu queria que isso fosse apenas um pesadelo do qual eu pudesse acordar.

— Eu quero ver a minha mãe — digo, tentando me levantar, mas sentindo uma dor aguda no meu abdômen.

— Você precisa descansar um pouco, Clara. Sua mãe já está aqui e eu vou deixá-la entrar assim que você estiver pronta — responde Francis, me ajudando a me deitar novamente.

Eu fecho os olhos, me sentindo exausta e desolada. Eu perdi meu bebê e tudo parece sem sentido, e também nunca saberei quem era o pai.

Sinto um nó na garganta quando minha mãe entra no quarto. Eu não quero olhar para ela, mas acabo encontrando seus olhos e vejo a dor refletida neles. Sinto um misto de raiva e tristeza, mas também uma pequena ponta de alívio ao saber que ela está preocupada comigo.

O Professor - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora