Capítulo 138 - Questionamento de Dylan

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Eu fico surpreso com o beijo repentino de Guilherme, mas logo sinto uma onda de calor percorrer meu corpo. Seus lábios são suaves e seus braços se enrolam em volta de mim, me puxando para mais perto.

Quando finalmente nos separamos, nossas respirações estão aceleradas, e nós olhamos um nos olhos do outro, ainda surpresos com o que acabou de acontecer.

— Desculpe, eu não sei o que deu em mim... — Guilherme murmura, parecendo um pouco constrangido.

Eu continuo em choque, observando Guilherme com uma expressão perplexa no rosto. Após um breve momento de silêncio, reúno minhas palavras e respondo a Guilherme com sinceridade.

— Guilherme... Acho que você está confundindo as coisas... Talvez você esteja com tantas saudades do Henry, que está confundindo-o comigo... Tudo bem, nós somos gêmeos idênticos, mas somos pessoas diferentes.

Guilherme parece envergonhado com sua ação impulsiva, e eu tento acalmá-lo.

— Não se preocupe com isso, Guilherme. Entendo que você está passando por um momento difícil. A perda do Henry é algo que afetou profundamente a nós dois. Mas beijar alguém não vai preencher esse vazio.

— Você tem razão, Dylan... Me desculpe — Guilherme abaixa a cabeça, visivelmente constrangido, e eu coloco uma mão em seu ombro para demonstrar apoio.

— Vem, Guilherme, vamos dar uma volta para espairecer um pouco. Às vezes, a agitação da festa pode ser um pouco demais. Respirar um ar fresco vai fazer bem para você.

Nós caminhamos pelo jardim em silêncio, absorvendo a serenidade da noite. A brisa suave e o silêncio contrastam com a agitação da festa, e eu posso ver que Guilherme está começando a se acalmar.

— Sinto muito, Dylan. Eu realmente não sei o que deu em mim. Foi um impulso, e eu não devia ter feito isso.

Eu olho para Guilherme com compreensão.

— Não precisa se desculpar, Guilherme. A perda do Henry mexeu com todos nós de maneiras diferentes. É normal se sentir confuso e emocionalmente abalado. Você é meu cunhado, e eu estou aqui para apoiar você, não importa o que aconteça.

Guilherme assente com gratidão.

— Obrigado, Dylan. Você é um bom amigo, e eu valorizo muito isso.

Nós continuamos a caminhar e conversar, compartilhando nossos sentimentos e lembranças sobre Henry. A noite avança, e eu percebo que, apesar dos altos e baixos, estamos fortalecendo nosso vínculo como amigos e familiares.

À medida que a festa chega ao fim e nós nos despedimos dos nossos amigos, eu levo Guilherme de volta para casa, onde ele pode descansar e refletir sobre a noite. Antes de partir, nós nos abraçamos mais uma vez, reafirmando nossa amizade.

— Cuide-se, Guilherme. Se precisar de alguém para conversar ou qualquer tipo de ajuda, estou aqui para você, ok? — eu digo, com sinceridade.

Guilherme sorri e assente.

— Obrigado, Dylan. Eu vou lembrar disso. E obrigado por me trazer para a festa. Apesar de tudo, foi uma noite que eu precisava.

Eu dou um aceno de cabeça.

— Sempre que precisar. Você é família, e família se apoia.

Com essa despedida, eu saio da casa e volto para a minha própria vida. Enquanto eu acelero pela cidade na minha moto, olho para o céu estrelado e penso em Henry, em Guilherme e em tudo o que vivemos juntos. Mesmo nas noites de festa e nas reviravoltas da vida, a lembrança de meu irmão gêmeo continua a me guiar, e eu sei que ele está sempre presente em meu coração.

O Professor - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora