O Professor - Livro 2

Capítulo 105

Meu braço está dormente e sangrando, mas a adrenalina ainda corre em minhas veias. Eu recuo, mantendo uma distância segura dela, enquanto a olho nos olhos. A sala está agora carregada de uma tensão ainda maior, e a fumaça da arma dispara paira no ar.

— Sua louca! Você tentou me matar! — grito, em choque enquanto pressiono minha mão contra o ferimento em meu braço, tentando conter o sangramento.

Grace está visivelmente abalada, a arma ainda em sua mão, sua expressão oscilando entre a fúria e o medo. Ela parece perceber a gravidade do que acabou de acontecer, e seus olhos se enchem de lágrimas enquanto ela mantém a arma baixa, agora sem apontar diretamente para mim.

— Você não vai tirar o Ethan de mim — ela sussurra, sua voz trêmula, como se de repente a realidade de suas ações a tivesse atingido.

— Grace, isso foi completamente insano! Você poderia ter me matado! — eu digo, indignado.

Eu me afasto dela, mantendo uma distância segura. Eu a encaro, meu braço ainda latejando de dor. Com a arma ainda em sua mão, ela dá meia volta e sai correndo em direção à porta da frente.

Eu não tenho tempo para reagir, apenas assisto em choque enquanto ela foge. Minha mente está girando, tentando processar tudo o que acabou de acontecer. Eu mantenho meu braço pressionado contra o corte, sentindo o sangue escorrer, e minha respiração está acelerada.

Assim que a porta bate e o som de seus passos se afasta, finalmente me permito respirar um pouco mais fundo. Minha cabeça está latejando, e eu sinto uma mistura de alívio e raiva. Não consigo acreditar que chegamos a esse ponto, que as coisas ficaram tão fora de controle.

Meu primeiro impulso é pegar o telefone e ligar para a polícia. Eu preciso relatar o que aconteceu, tanto por minha própria segurança quanto pelo bem-estar do meu filho. Enquanto discando os números, meu braço lateja dolorosamente, e eu sinto uma onda de tontura. Talvez eu esteja perdendo mais sangue do que eu inicialmente percebi.

Após explicar a situação ao operador, eles prometem enviar uma equipe até aqui. Enquanto espero, eu decido procurar algum pano limpo para enrolar meu braço e estancar o sangramento. Me movo devagar, minha visão ficando turva por um momento. Eu não posso desmaiar agora. Preciso me manter consciente.

Finalmente encontro um pano e faço um torniquete improvisado para o meu braço. Eu me sinto fraco e a tontura está ficando mais intensa. Sento-me no sofá, tentando manter a calma enquanto espero pela ajuda.

Minutos que parecem uma eternidade passam antes de ouvir a sirene das viaturas da polícia se aproximando. Quando finalmente a equipe chega, eu os encontro na porta, ainda segurando meu braço ensanguentado.

Eles rapidamente assumem o controle da situação, chamando uma ambulância para cuidar do meu ferimento. Enquanto um dos policiais faz perguntas, tentando entender o que aconteceu, eu tento relatar a situação o mais claramente possível, minha mente ainda meio embaçada pela adrenalina.

A ambulância chega pouco depois, e eu sou devidamente atendido pelos paramédicos. Eles examinam meu ferimento, aplicam curativos e garantem que meu estado geral esteja relativamente estável.

Enquanto eles fazem isso, um dos policiais informa que eles estão procurando por Grace e que irão mantê-la sob custódia assim que a encontrarem. A adrenalina ainda corre em minhas veias, mas à medida que o choque começa a diminuir, a realidade do que aconteceu começa a me atingir com força total. Eu poderia ter sido morto. Ethan poderia ter perdido os dois pais em um único dia.

POV CLARA

Estou em casa, envolvida em minhas atividades cotidianas, tentando manter a mente ocupada e afastar pensamentos confusos. Ouvir música suave ao fundo ajuda a criar uma atmosfera tranquila, mas, mesmo assim, minha mente ainda vagueia pelas várias coisas que têm acontecido ultimamente.