Capítulo 43

209 18 1
                                    

Mais tarde, estou sentada sozinha no apartamento, olhando pela janela enquanto os raios do sol da tarde começam a penetrar pelas cortinas. Minha mente está cheia de pensamentos e preocupações sobre a possibilidade de Eric partir para Londres. Um sentimento de tristeza profunda toma conta de mim, e meu coração se aperta com a ideia de vê-lo partir.

Enquanto tento controlar minhas emoções, ouço batidas na porta do apartamento. Surpresa, me levanto e vou abrir, encontrando Guilherme, do outro lado.

— Guilherme? — digo, meus olhos se arregalando de surpresa. — O que você está fazendo aqui?

— Oi, Clara! Senti saudades e decidi fazer uma visita surpresa. Posso entrar?

— Nossa, finalmente você deu as caras, hein? Desde que eu me mudei, você nunca veio me visitar. Estou começando a achar que não importo mais para você — Minha voz carrega uma pitada de ironia, expressando minha frustração.

Guilherme sorri de forma irônica e passa por mim para entrar no apartamento.

— Ah, Clara, não exagere. Você sabe como é, a vida é corrida, tenho minhas próprias coisas para cuidar. Mas estou aqui agora, não é? Isso não conta?

— Que tipo de coisas? Você é só um pirralho qualquer — digo, cruzando meus braços com uma sobrancelha levantada.

Guilherme revira os olhos, mas seu sorriso permanece.

— Pirralho? Eu tenho 18 anos, Clara, não sou mais uma criança. E, se você não se importa, tenho minha própria vida e minhas responsabilidades.

Eu solto uma risada irônica.

— Desculpe, Sr. Jovem Independente. Eu não sabia que você tinha se tornado tão ocupado e maduro enquanto eu estava fora.

Guilherme levanta as mãos em rendição.

— Ok, ok, parei. Não precisa ser tão sarcástica. Mas sério, eu queria te visitar antes, mas as coisas ficaram um pouco complicadas com a escola e tudo mais.

— Uhum, sei! Eu te conheço, Guilherme — digo, interrompendo-o com um sorriso leve — Mas estou feliz que você tenha encontrado um tempinho para vir me ver. Senti sua falta.

Guilherme solta um suspiro e se aproxima para me abraçar.

— Eu também senti sua falta, maninha. Você sabe que sempre fomos parceiros, mesmo com todas as nossas diferenças. E, falando em diferenças, o que está acontecendo? Você parece preocupada.

Eu me afasto do abraço e olho para ele com seriedade.

— Não é nada, é coisa minha... Enfim, eu pensei que você estava com raiva de mim por causa do Henry — digo.

Guilherme franze a testa, parecendo confuso.

— Raiva? Por quê? Ah, você está falando daquela vez em que vocês foram para aquela festa... Não, Clara, eu não estou com raiva. Fiquei chateado, é verdade, porque vocês saíram sem me avisar, mas já superei. Não precisa se preocupar com isso. Inclusive, nós voltamos.

— Sim, eu fiquei sabendo que vocês voltaram — Dou um sorriso aliviado ao ouvir suas palavras. — Sinto muito por não ter te avisado sobre a festa. Foi um erro meu, e eu realmente não queria te deixar chateado.

Guilherme dá de ombros, parecendo indiferente.

— Ah, não se preocupe, Clara. Eu entendo que você é mais velha e tem sua própria vida. Além disso, eu não sou mais uma criança que precisa ser vigiado o tempo todo.

Eu olho para ele com carinho, apreciando sua atitude madura.

— Você está certo, Guilherme. Você está crescendo e se tornando um jovem responsável. Sinto orgulho de você.

O Professor - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora