Mais tarde, estou sentada sozinha no apartamento, olhando pela janela enquanto os raios do sol da tarde começam a penetrar pelas cortinas. Minha mente está cheia de pensamentos e preocupações sobre a possibilidade de Eric partir para Londres. Um sentimento de tristeza profunda toma conta de mim, e meu coração se aperta com a ideia de vê-lo partir.
Enquanto tento controlar minhas emoções, ouço batidas na porta do apartamento. Surpresa, me levanto e vou abrir, encontrando Guilherme, do outro lado.
— Guilherme? — digo, meus olhos se arregalando de surpresa. — O que você está fazendo aqui?
— Oi, Clara! Senti saudades e decidi fazer uma visita surpresa. Posso entrar?
— Nossa, finalmente você deu as caras, hein? Desde que eu me mudei, você nunca veio me visitar. Estou começando a achar que não importo mais para você — Minha voz carrega uma pitada de ironia, expressando minha frustração.
Guilherme sorri de forma irônica e passa por mim para entrar no apartamento.
— Ah, Clara, não exagere. Você sabe como é, a vida é corrida, tenho minhas próprias coisas para cuidar. Mas estou aqui agora, não é? Isso não conta?
— Que tipo de coisas? Você é só um pirralho qualquer — digo, cruzando meus braços com uma sobrancelha levantada.
Guilherme revira os olhos, mas seu sorriso permanece.
— Pirralho? Eu tenho 18 anos, Clara, não sou mais uma criança. E, se você não se importa, tenho minha própria vida e minhas responsabilidades.
Eu solto uma risada irônica.
— Desculpe, Sr. Jovem Independente. Eu não sabia que você tinha se tornado tão ocupado e maduro enquanto eu estava fora.
Guilherme levanta as mãos em rendição.
— Ok, ok, parei. Não precisa ser tão sarcástica. Mas sério, eu queria te visitar antes, mas as coisas ficaram um pouco complicadas com a escola e tudo mais.
— Uhum, sei! Eu te conheço, Guilherme — digo, interrompendo-o com um sorriso leve — Mas estou feliz que você tenha encontrado um tempinho para vir me ver. Senti sua falta.
Guilherme solta um suspiro e se aproxima para me abraçar.
— Eu também senti sua falta, maninha. Você sabe que sempre fomos parceiros, mesmo com todas as nossas diferenças. E, falando em diferenças, o que está acontecendo? Você parece preocupada.
Eu me afasto do abraço e olho para ele com seriedade.
— Não é nada, é coisa minha... Enfim, eu pensei que você estava com raiva de mim por causa do Henry — digo.
Guilherme franze a testa, parecendo confuso.
— Raiva? Por quê? Ah, você está falando daquela vez em que vocês foram para aquela festa... Não, Clara, eu não estou com raiva. Fiquei chateado, é verdade, porque vocês saíram sem me avisar, mas já superei. Não precisa se preocupar com isso. Inclusive, nós voltamos.
— Sim, eu fiquei sabendo que vocês voltaram — Dou um sorriso aliviado ao ouvir suas palavras. — Sinto muito por não ter te avisado sobre a festa. Foi um erro meu, e eu realmente não queria te deixar chateado.
Guilherme dá de ombros, parecendo indiferente.
— Ah, não se preocupe, Clara. Eu entendo que você é mais velha e tem sua própria vida. Além disso, eu não sou mais uma criança que precisa ser vigiado o tempo todo.
Eu olho para ele com carinho, apreciando sua atitude madura.
— Você está certo, Guilherme. Você está crescendo e se tornando um jovem responsável. Sinto orgulho de você.
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O Professor - Livro 2
RomansaApós Clara descobrir que o atual namorado de sua mãe é na verdade Eric, seu ex-namorado, ela se vê diante de um grande dilema e precisa decidir se deve confrontá-los ou guardar segredo. Enquanto isso, Dylan retorna à cidade para tentar superar seus...