Capítulo 51

222 18 3
                                    

POV ERIC

Estou em casa, sentado na minha poltrona favorita, imerso em meus pensamentos. A sala está repleta de livros, minha companhia constante. Mas, mesmo rodeado por minha paixão pela literatura, não consigo parar de pensar na Clara.

Olho para o anel que repousa em minha mão. O anel que minha mãe me deu quando era mais novo. Enquanto giro o anel entre meus dedos, penso no significado que ela atribuiu a ele. Ela queria que eu encontrasse alguém que me fizesse feliz, alguém que eu pudesse amar, e eu percebo que a Clara era exatamente essa pessoa. Ela mexeu comigo de uma maneira que nenhum outro relacionamento conseguiu. Se minha mãe queria que eu o desse a alguém especial, então essa pessoa era Clara. Ela era única a pessoa que amei e ainda amo profundamente.

No entanto, as ameaças do meu pai continuam a perturbar a minha mente. Eu sei que ele representa um perigo real, não apenas para mim, mas também para as pessoas ao meu redor. A ideia de colocar Clara em perigo é insuportável, e eu não posso permitir que ele a machuque.

Enquanto me perco nessas reflexões, ouço a porta da frente se abrir. Olho na direção do som e vejo Clara entrando na sala, acompanhada de Henry.

POV CLARA

Ao entrar na sala de Eric, sinto meu coração acelerar. O nervosismo e a ansiedade tomam conta de mim enquanto olho ao redor, admirando a decoração acolhedora e os livros que preenchem as prateleiras. Eric está sentado em sua poltrona favorita, com uma expressão pensativa no rosto.

Sinto um frio na barriga enquanto ele se levanta da poltrona lentamente, como se precisasse de um momento para assimilar minha presença ali.

— Clara... O que você está fazendo aqui? — ele pergunta com uma voz suave.

— Ela veio estudar comigo — diz Henry, interrompendo o momento tenso.

Eric olha curiosamente para Henry e depois para mim.

— Ah, sim, claro... — ele diz, recuperando-se um pouco da surpresa inicial. — Desculpe, eu não esperava vê-los aqui hoje. Por favor, sintam-se à vontade.

— Obrigado, Eric. Vamos para o meu quarto, Clara — diz Henry, indicando o caminho com um gesto.

Acompanho Henry pelo corredor em direção ao quarto dele, sem tirar os olhos de Eric. Estou sentindo o peso das emoções pairarem pelo ar.

Entramos no quarto e Henry fecha a porta atrás de nós. Olho ao redor, observando os livros e os posters nas paredes, enquanto respiro fundo, tentando acalmar os nervos que parecem dominar meu corpo.

Henry percebe minha inquietação e se aproxima, segurando meu queixo com ternura.

— Você está bem? — ele pergunta, preocupado.

Eu balanço a cabeça, forçando um sorriso.

— Sim, estou bem. Apenas um pouco nervosa. É estranho estar aqui depois de tanto tempo.

— Eu devo imaginar... — Ele dá de ombros.

— Enfim, eu não quero falar sobre isso... Vamos estudar — Eu sorrio, mostrando um pouco de empolgação.

Henry sorri e se senta na beira da cama. Sento ao lado dele, me preparando para discutir o projeto da faculdade que nos trouxe até aqui.

— Então, sobre o projeto... — ele começa a falar, tentando focar a mente na tarefa em mãos. — Acredito que devemos nos concentrar na análise comparativa das obras de Shakespeare e Virginia Woolf. Podemos explorar os temas, o estilo de escrita e as técnicas utilizadas por ambos os autores.

O Professor - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora