O Professor - Livro 2

Capítulo 35

Após a leitura da cartomante, Francis me acompanha de volta para o local onde estou hospedada. O silêncio paira no ar, e ambos estamos imersos em nossos próprios pensamentos.

Ao chegarmos em frente à casa dos avós de Henry, Francis segura as minhas mãos.

— Foi uma tarde interessante, não acha? — ele pergunta, sorrindo.

— Foi sim, muito obrigada por me acompanhar, Francis — respondo, retribuindo o sorriso.

Francis parece um pouco preocupado e seus olhos refletem a intensidade da conversa com a cartomante.

— O que você achou das palavras da cartomante? Sobre o casamento e... a perda de alguém próximo a você. Isso te afetou de alguma forma? — ele pergunta, com sinceridade em sua voz.

Suspiro profundamente, sentindo a mistura de emoções que as palavras da cartomante despertaram em mim.

— Confesso que fiquei um pouco abalada. A ideia de me casar e ter um filho parece algo tão distante no momento, e a previsão de uma perda... me deixou apreensiva. Mas, ao mesmo tempo, sei que o futuro é incerto e que essas leituras devem ser interpretadas com cautela — explico, buscando clareza em minhas próprias palavras.

Francis aperta minhas mãos, transmitindo apoio e compreensão.

— Você está certa, Clara. O futuro é cheio de surpresas e nem sempre as previsões se concretizam.

— Concordo plenamente. Não devemos nos deixar levar apenas por palavras de uma cartomante. Acredito que cada um de nós tem o poder de moldar o próprio destino.

Francis sorri, olhando fixamente em meus olhos.

— Você é uma pessoa incrível, Clara. Sua determinação e perspectiva positiva são admiráveis.

Sinto meu coração acelerar diante das palavras de Francis, e uma conexão intensa se estabelece entre nós. Há uma química palpável no ar, e nossos olhares se encontram com um misto de desejo e ternura.

— Francis... — sussurro, sentindo minha voz falhar por um instante.

Ele se aproxima lentamente, e nossos lábios se encontram em um beijo suave e apaixonado. É como se todo o universo ao nosso redor desaparecesse, deixando apenas a intensidade do momento.

Perdemos a noção do tempo, entregando-nos ao beijo cheio de emoção. O carinho e a conexão entre nós se aprofundam a cada segundo, e tudo parece se encaixar perfeitamente.

Quando finalmente nos separamos, ficamos ali, encarando um ao outro, sorrisos brilhando em nossos rostos.

— Clara, eu... eu não consigo mais resistir a essa atração que sinto por você. Desde o momento em que nos conhecemos, algo especial surgiu entre nós. E agora, com esse beijo, eu percebo que não posso mais negar o que sinto — diz Francis, com sinceridade em sua voz.

Eu respiro fundo, sentindo uma mistura de felicidade e um pouco de receio. Meus sentimentos por Francis também são intensos, mas a lembrança do meu acidente e as palavras da cartomante ainda ecoam em minha mente.

— Bom, eu tenho que ir. Amanhã eu voltarei ao Brasil — diz Francis, interrompendo meus pensamentos.

Fico surpresa ao ouvir suas palavras.

— Voltar ao Brasil? Mas... eu achei que ainda teríamos mais tempo juntos aqui em Nova Iorque — respondo, lutando para manter a calma.

Francis suspira e passa a mão pelos cabelos, parecendo igualmente frustrado.

— Eu também queria ter mais tempo com você, Clara. Mas os compromissos profissionais me chamam de volta. Eu precisarei retornar ao trabalho no hospital.