O Professor - Livro 2

Capítulo 108

No dia seguinte, decido convidar Francis para conversarmos. Mando uma mensagem para ele, combinando de nos encontrarmos em um café aconchegante. Ele responde rapidinho, dizendo que pode ir. Chegando no café, encontro já sentado em uma mesa nos fundos. Ele acena para mim com um sorriso largo quando me vê. Eu me aproximo e lhe dou um beijo no rosto, sentindo o calor do abraço que ele me dá em troca.

— E aí, Clara? Como você tá? — ele pergunta, seu olhar cheio de carinho.

— Tô bem, Francis. Senta aí, vamos conversar.

Ele concorda e se senta na cadeira em frente à minha. Peço um café pra nós dois e começo a falar sobre o que estava me incomodando.

— Francis, tem uma coisa que eu preciso te contar...

Ele me olha curioso, inclinando a cabeça.

— O que foi, Clara? Tô aqui pra ouvir.

Eu suspiro e brinco com a colher no pires, sentindo um nó na garganta.

— É sobre o seu tio, o Eric. Eu... nós tivemos uma conversa séria ontem.

Francis arqueia as sobrancelhas, parecendo intrigado.

— Conversa séria? Sobre o quê?

Respiro fundo, olhando diretamente nos olhos dele.

— Francis, eu e o Eric nos beijamos. E não foi um simples beijo, foi... intenso.

Os olhos de Francis se arregalam, e ele parece um pouco surpreso com a revelação.

— Vocês se beijaram? Tipo, de verdade?

Assinto, mordendo meu lábio inferior.

— Sim, de verdade. Eu sei que isso pode ser confuso, especialmente porque você e eu estamos nos conhecendo melhor, mas acontece que ainda gosto dele...

Francis parece absorver minhas palavras, seu olhar se tornando mais sério.

— Entendi. Você gosta dele... E o que ele disse sobre isso?

Eu suspiro, sentindo a tensão no ar.

— Ele disse que também gosta de mim. Mas Francis, eu não queria esconder isso de você. É importante que você saiba a verdade. Eric e eu estamos dispostos a tentar de novo.

Francis parece pensar por um momento, seus dedos batendo de leve na xícara de café.

— Clara, eu aprecio que você tenha sido sincera comigo. E, sabe, eu entendo que o que aconteceu entre vocês... — ele começa, sua expressão séria.

— Francis, eu não quero que você se sinta mal ou desconfortável por causa disso.

Ele olha nos meus olhos, seus lábios se curvando em um sorriso suave.

— Não é que eu me sinta desconfortável, Clara. Eu só quero que você seja feliz, e se estar com o meu tio te faz feliz, eu só posso desejar o melhor pra vocês.

— Francis, eu não quero te magoar ou causar problemas. Eu realmente valorizo a nossa amizade e o que estamos construindo.

Ele balança a cabeça com um sorriso tranquilo.

— Você não está me magoando, Clara. Eu já disse, o que importa é que você esteja feliz. E se vocês dois acham que isso é o certo, então eu apoio.

Fico aliviada por sua compreensão, mas ainda me sinto um pouco apreensiva.

— Eu só não quero que isso afete nossa relação, Francis. Você é importante para mim, e eu não quero que isso crie um clima estranho entre nós.