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𝐒𝐓𝐄𝐋𝐋𝐀 𝐌𝐀𝐄𝐕𝐄

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𝐒𝐓𝐄𝐋𝐋𝐀 𝐌𝐀𝐄𝐕𝐄

Sabe aquele momento em que você voltaria no tempo, só pra fazer tudo diferente?

É nesse exato momento que eu estou.

Quero voltar no tempo, ou apenas voltar para os 15 minutos atrás, onde eu estava dormindo na minha cama. Eu não queria estar aqui, a centímetros de distância da cozinha. Eu não queria estar aqui, prestes a vê-lo novamente, a ver o seu rosto de novo. O seu rosto que já não deve ser igual ao do Alexander de seis anos atrás. O seu rosto que deve ter barba, alguma cicatriz talvez, ou um traço do seu rosto que antes era familiar para mim e que agora está mais maduro.

De qualquer forma, eu não quero vê-lo.

Achei que estava pronta. Pronta para encarar ele novamente. Mas a verdade é que, eu nunca estive pronta.

Só escondi esse medo, escondi bem escondido que acabei achando que realmente não existia mais um motivo para ter medo.

Consigo sentir minha barriga se revirando, igual da última vez que eu o vi, naquele aeroporto. A sua despedida para ir ao internato, que era fora dos Estados Unidos. O tanto que ele me culpou.

O tanto que eu me culpei.

Minha respiração está desregulada, ofegante, fazendo o meu peito subir e descer descontroladamente. O meu coração batendo acelerado contra o meu peito, como se estivesse desesperado querendo atravessar uma parede e sair do meu corpo.

Alexander se levanta e joga os fragmentos de vidro no lixo, em seguida, ele olha sua mão, parecendo procurar algum corte devido ao ocorrido segundos atrás. Seu rosto ergue e seus olhos se encontram com os meus de imediato.

A minha respiração some.
Meu coração parece parar com tamanha surpresa e agitação.

Minha boca se abre lentamente, como se precisasse de mais para respirar. Meus ombros endurecem, junto com os meus braços, as minhas pernas, os meus pés, e até os meus dedos das mãos. O único movimento do meu corpo, são os tremores.

Tremores.
Não é possível.

Esses piercings.
Essas tatuagens no antebraço.
Esses olhos. A cor deles.
O seu rosto.

O choque me toma por inteira. Eu me sinto paralisada, como se eu não fosse dona do meu próprio corpo.

Eu estava enganada.
A última vez que eu vi esse homem, não foi no aeroporto, e sim ontem, no aniversário de sua mãe, quando eu me esbarrei nele. Foi ontem! Foi ontem que ele me chamou de cega, e disse que eu também era surda.

Este homem que me parecia familiar.
É um familiar.

Este é o Alexander
O primeiro filho de Natasha Collin que me segurou nos braços.

O menino que foi o meu primeiro príncipe que se transformou em sapo. E que eu tenho certeza que não irá se transformar em príncipe novamente.

Seus olhos estão encarando os meus. Mas a diferença é que, o brilho dos seus, não existe. A indiferença nítida em seus olhos, seus olhos que estão escuros mesmo sendo tão azuis claros. Sua expressão fechada, suas sobrancelhas estão baixas e seus olhos estreitos ao me observar..

Minha barriga se embrulha. Eu apenas quero que ele pare de me olhar.

Por favor, pare de me olhar.

E então, ele se movimenta.
Seus pés se movem em minha direção.

Abaixo a cabeça rapidamente, encarando o chão, desejando que seja tudo apenas um sonho. Eu não queria esse reencontro, pelo menos não desse jeito.

Consigo escutar seus passos, cada vez mais perto de mim. O que ele vai fazer? Ele vai falar comigo?

"Ele está aqui"

As palavras de Matt martelam na minha mente, martelam na minha cabeça, sem parar. Mordo meu lábio inferior, nervosa e ansiosa.

Mas…
Ele passa direto.
Ele passou direto ao meu lado.

Escuto seus passos agora atrás de mim, indo para algum lugar distante da casa, e se afastando daquele cômodo.

Rapidamente, solto a minha respiração, que estava presa inconscientemente. De repente, inalo uma fragrância fresca e natural, com toque cítrico, o cheiro me traz de inesperado uma certa leveza no corpo.

Algo me diz que minha semana de paz acabou.


Não esquece de deixar a estrelinha
Continua...

𝐎𝐬 𝐐𝐮𝐚𝐭𝐫𝐨𝐬 𝐈𝐫𝐦𝐚̃𝐨𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora